terça-feira, 23 de novembro de 2010

A MORAL EVANGÉLICA

1 - Dizem que há muitos episódios no Evangelho que não são verdadeiros. Como identificar ali o pensamento de Jesus?
Ao escrever “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Kardec, sabiamente, deteve-se na moral do Cristo, sobrepondo-se aos conflitos exegéticos.

2 - Semelhante procedimento não limita o entendimento do Evangelho?
A mensagem cristã está toda contida na recomendação basilar de Jesus:
“Amai-vos uns aos outros”.

3 - Não obstante dois mil anos de Cristianismo, o ser humano ainda não conseguiu vivenciar essa orientação. O que está faltando?
Jesus recomendou que devemos amar o semelhante como a nós mesmos.
O problema está aí. Falta-nos o parâmetro do amor ao semelhante. Não amamos a nós mesmos.

4 - Por que não amamos a nós mesmos?
A característica fundamental do ser humano, no estágio de evolução em que nos encontramos, é o egoísmo. Com ele pode haver paixão mas dificilmente sobrará espaço para o amor.

5 - E qual a diferença?
Paixão é instinto, auto-afirmação, prazer a qualquer preço, sem perspectivas além da hora presente. Amor é sentimento, é desejo de doar-se, realizando-se no bem que estenda ao amado.

6 - Pode dar um exemplo?
O vício é um impulso passional. O viciado deseja momentos de satisfação e prazer, envolvendo-se com o álcool, o fumo, as drogas. Não há nenhuma preocupação com o mal que faz a si mesmo. Cogita da satisfação presente sem pensar nas amarguras do futuro.

7 - E o indivíduo que tem amor por si mesmo?
Este procurará o melhor para seu corpo, seu espírito, sua vida, sustentando o equilíbrio e a harmonia, tanto física quanto espiritualmente.
Constrói o futuro de bênçãos a partir de nobres iniciativas do presente.

8 - Onde encaixaríamos a recomendação de Jesus — fazer ao semelhante o bem que desejaríamos nos fosse feito?
A Regra Áurea é o atalho divino para o amor. Na medida em que procuramos observá-la sufocamos o egoísmo. Sem ele fica fácil amar a nós mesmos e ao semelhante.

Não Pise na Bola
Richard Simonetti

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