Gostaria de saber a posição do Espiritismo em relação a Doação de Órgãos... Tenho algumas dúvidas pois sei que a retirada dos órgãos é feita qdo é declarada a Morte Cerebral. Mas será que nesse momento o Desenlace, o desencarne já foi completo?
Resposta: A doação de órgãos é uma conquista recente da Ciência, razão por que não foi tratada na Codificação. À época, sequer se supunha essa possibilidade, que é mais uma etapa do desenvolvimento progressivo da humanidade.
Temos que analisar a questão, portanto, sob a ótica dos ensinamentos trazidos pelos Espíritos, sobre os quais Allan Kardec aprofundou os estudos e os codificou.
E o que os Espíritos nos revelaram?
Que somos espíritos imortais, criados por Deus para atingir a perfeição possível e, com esta, a felicidade eterna.
Para tanto, vivemos ora no mundo espiritual, onde aprendemos com os espíritos mais evoluídos e nos preparamos para novas encarnações e no mundo corporal, onde habitamos um corpo físico que nos servirá para aplicarmos o que aprendemos e para aprendermos mais, sempre tendo como meta a nossa
evolução. Ensina-nos a Doutrina que o combustível que nos move para essa evolução é a prática da caridade. A prática da caridade é, pois, a base da nossa evolução.
A doação de órgãos é inquestionavelmente um ato de amor e caridade, que pode salvar alguém que precise ficar mais algum tempo na vida material. Quando o espírito desencarna, seu corpo físico até então utilizado para nada mais lhe serve, sendo devolvido à natureza a fim de sofrer novas transformações. Está,
portanto, absolutamente de acordo com o ensinamento da Doutrina, em nada contrariando-a, muito pelo contrário.
Quanto ao momento propício para a retirada dos órgãos a serem doados, segundo a Ciência, deve ser imediatamente após a chamada "morte cerebral". Ensina a Medicina que, uma vez esta ocorrendo, não há mais possibilidade de retomada da vida física, restando próxima a morte do corpo. Todavia, nesse momento, o desenlace ainda não se deu. O espírito ainda se encontra tenuemente ligado ao corpo físico, embora não possa mais dele se utilizar.
Por essa razão, é aconselhável que se obtenha antes a concordância do doador, pois se efetuada a retirada sem que o espírito esteja consciente e de acordo com ela pode vir a sofrer algum tipo de perturbação ou de dor, uma vez que as sensações físicas ainda perduram algumas horas, principalmente se o desencarnante for muito apegado à matéria.
CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo
Qual a melhor maneira de abordar junto às crianças maiores, ao pré-adolescente e ao adolescente, assuntos tais como sexualidade, homossexualismo, drogas, vícios e mediunidade?
Sempre à luz da Doutrina. Procure ler "Sexo, Amor e Educação" de Celso Martins; "Vida e Sexo" de Emmanuel. Procure ler também "Educação & Vivências" de Camilo, psic. de J.R.Teixeira; "No Limiar do Infinito"de Joanna de Ângelis, psic.D.P.Franco.
Depois de estudar o assunto, promova debates e estudos em grupos, utilizando-se de textos sobre o assunto. No final de um ciclo de estudos e debates, convide uma pessoa de sua confiança para um "bate papo" ou "tira-dúvidas", onde a pessoa expõe por alguns minutos, abrindo para perguntas depois. No item "mediunidade" além dos estudos em grupos e entrevistas com médiuns, procure também levar os jovens à assistirem reuniões mediúnicas (com exceção da reunião de desobsessão), com a devida autorização dos dirigentes das mesmas.
Na sua opinião, como proceder com evangelizandos problemáticos? Eles estão no Segundo Ciclo (9/10 anos) e não se interessam, pois têm dificuldade para ler não conseguem participar.
"Não são os sãos que precisam de médico" é afirmativa de Jesus. Os problemáticos são os que mais precisam de ajuda. Se eles têm dificuldade para ler, procure trabalhar com atividades práticas, material concreto e artes. Mas faça tudo com entusiamos, em clima de alegria interior.
De que forma o evangelizador deve agir com relação às diversas carências da criança? Não só carência material, mas, principalmente, a carência afetiva.
A carência afetiva é a maior de todas. A criança precisa receber muito amor e carinho. Procure criar um clima de afeto sincero, onde reine a amizade e o espírito de colaboração entre todos. Mas comece dando o exemplo, sem exigir resposta imediata.
Há quem ache que para se trabalhar com Evangelização Infanto-juvenil tem que ser jovem. Como o senhor vê esta questão?
Jovem de espírito sim. O Evangelizador deve ser alegre, otimista, ter fé e confiança na vida e em Deus, para manter o entusiamo e estimular a VONTADE das crianças e dos jovens. Quanto a idade fisiológica, pouco importa. Acho mesmo que o evangelizador deve começar o mais cedo possível (temos colaboradores de 13/14 anos) mas deve trabalhar sempre, enquanto tiver forças para isso, sem limite de idade. A experiência dos menos jovens pode ser preciosa.
Crê o Senhor que apenas um encontro semanal entre crianças/adolescentes e evangelizadores é suficiente para passar toda a conceituação que se pretende através da Evangelização Espírita?
Esse encontro semanal é o mínimo que podemos fazer. Sempre que possível, devemos ampliar as atividades, criando grupos de artes (grupo de teatro, grupo de dança, grupo de música, etc...), incentivar a participação nas atividades assistenciais, visitas, passeios, etc...
Gostaria de informações acerca da evangelização de adultos, especialmente os grupos de pais que se formam em paralelo às aulas de evangelização infantil e de mocidade, uma vez que muitos desses pais têm pouco ou nenhum conhecimento doutrinário. Como elaborar um programa para atendê-los?
Sugerimos iniciar estudando em grupo, tipo "mesa redonda" com "O Evangelho Segundo o Espiritismo" ou mesmo com "O Livro dos Espíritos". Seria interessante abrir um espaço para a colocação de assuntos referente à "família" e a educação dos filhos. Existem boas obras que tratam do assunto como: "SOS Família" de Joanna de Ângelis-D.P.Franco; "Laços de Família" de Divaldo P.Franco e outros; "Nossos Filhos são Espíritos" de Herminio C.Miranda.
Entrevistado: Walter Oliveira Alves
CVDEE
A mediunidade em crianças é mais comum do que em adultos?
Agnes: Apesar de pouco se tocar no assunto, a Mediunidade em Crianças é mais comum que se pensa. O adulto, por já ser senhor de si, atenta melhor para o surgimento da mesma e procura uma forma de se ajustar a ela. Seja nos diversos Centros Espíritas ou não.
Quando os fatos mediúnicos estiverem surgindo na vida de nossas crianças, saibamos com certeza, que seu anjo protetor estará atento para o fato. Essa assertiva, não nos exclui, entretanto, enquanto pais ou educadores, da nossa responsabilidade de buscarmos a melhor forma de diminuirmos esses efeitos. Deveremos estar sempre dentro das orientações da codificação Kardequiana, e certos do amparo de nossos amigos espirituais a nos conduzirem com clareza ao caminho norteado por Jesus.
Quando se percebe em uma criança uma mediunidade latente, como deve-se proceder, já que não se é aconselhável o desenvolvimento mediúnico em crianças?
Agnes: Antes de qualquer atitude, os pais devem se conscientizar da responsabilidade perante essa criança, e conduzir o caso com naturalidade e racionalidade. Muitos por desconhecerem o fenômeno mediúnico tratam de forma inadequada a questão, o que acarreta prejuízo para a criança no futuro. Como conseqüência, quando adulto, a criança poderá ter uma visão distorcida dos fenômenos que envolvem a mediunidade. É muito comum pais que castigam fisicamente seus filhos nessa fase.
A naturalidade deve ser a tônica a envolver a questão. O desenvolvimento mediúnico é desaconselhável, visto que a criança não possui defesas que a ajudem quando se depararem com algum desafeto do passado. Como já disse anteriormente, um tratamento efetuado dentro de uma casa Espírita dará subsídios para que sejam afastados esses sintomas, que voltarão a aflorar em momento oportuno, quando as condições de maturidade física da criança permitirem.
Qual o intuito da mediunidade infantil se neste momento da vida a criança se assusta e não pode fazer nada para ajudar alguém?
Agnes: A mediunidade sempre vai ser, para o espírito, uma alavanca a motivá-lo em direção ao seu aprimoramento. Sua prática nos traz enormes benefícios, pois prova a imortalidade do espírito.
Algumas crianças, por força dos seus atributos físico-espirituais, apresentam mediunidade em fase mais adiantada. Determinar qual a razão por que essa ou outra criança apresenta os referidos sintomas não é possível, uma vez que, para cada um de nós, Deus tem um propósito definido.
Quem sabe o propósito dessa eclosão mediúnica não ser justamente um alerta para os pais? Alguns casos podem parecer motivo de sofrimento, quando na realidade são chamamentos para que pais atentem para a responsabilidade que têm perante seus próprios filhos.
fonte:CVDEE
Para saber mais acesse:: Mediunidade em crianças