quinta-feira, 14 de outubro de 2010

BOM DIA!

Quem fala e ensina o caminho acende uma luz, mas quem ouve e se dispõe a percorrê-lo ilumina-se com ela.

Podemos ser luzes a brilhar para que os nossos companheiros de luta, nesta caminhada rumo ao aperfeiçoamento, encontrem em nós a ajuda que precisam.
Não importa chegar, importa como chegar!
Nada do que fazemos por obrigação tem valor meritório, apenas aquilo que fazemos com amor.
Não importa chegar, mas quantos chegarão juntos com você.
Eles serão a presença viva de sua batalha e as medalhas da sua vitória sobre si mesmo!

Muita paz e amor em seu coração!

PARA QUE SERVE A ENCARNAÇÃO?

A encarnação serve para nosso aperfeiçoamento.

Mas como isso é feito?
Segundo a Doutrina Espírita, é através da expiação.

E o que o Espírito Verdade entende por expiação?
Na questão 132, ele diz: “passar pelas vicissitudes da existência corporal”.

Muitos espiritualistas interpretam a palavra vicissitude como sinônima de fatos ou situações desagradáveis da vida humanizada. Assim, costumam interpretar que a expressão “passar por vicissitudes” é sinônima de sofrer.
Porém, se atentarmos à definição que os dicionários trazem para a palavra vicissitude, vamos compreender que ela significa apenas alternância. Ou seja, vicissitude seria a alternância entre os “altos” e “baixos” da vida, entre os momentos “alegres” e “tristes”, entre os momentos de “prazer” e de “desprazer”.
Diante dessa definição, expiar não é sofrimento, mas o ato de passar pelos “altos” e “baixos” da vida humanizada.

Nesse sentido, qual seria a melhor maneira de passar pelas vicissitudes?
Como já ensinava Buda, a felicidade não se confunde com a alegria ou com a euforia. Felicidade é o estado de paz interior, uma sensação de plenitude ou de graça vivido interiormente. É justamente o que Buda chamou também de Nirvana.

Em suma, como afirma o Espírito Verdade, vamos nos aprimorar passando pelas vicissitudes da vida. Porém, não basta apenas passar, é preciso saber como passar: amando cada situação e sendo feliz, não importando se estamos diante de vicissitudes positivas ou negativas.

Nossa encarnação na Terra acontece para que possamos vencer nossas imperfeições, que nascem todas do egoísmo: a inveja, o ciúme, a avareza, a vitimização etc., ou seja, os “tormentos” que nos fazem sofrer quando passamos por vicissitudes negativas e podemos dizer também que o orgulho, a vaidade, a ambição etc. também são “tormentos” egocêntricos que nos fazem esquecer que foi graças a Deus, a causa primária de todas as coisas, que passamos por vicissitudes positivas em nossa existência.

Enfim, se encarno para vencer a inveja, eu preciso passar por experiências que estimulem em mim a inveja; se eu encarno para vencer o ciúme ou o orgulho, idem. E assim com todas as demais “imperfeições”.
Se não existir uma situação que me leve a sentir inveja do outro, não tenho como vencer essa “tentação” e ser feliz incondicionalmente, mesmo não tendo aquilo que meu Ego deseja e acredita que é importante também ter.

Assim, cada situação sócio-econômica e cultural fornece aquilo que o Espírito precisa para vivenciar sua expiação, prova ou missão.

O importante sempre é o Espírito e não o palco criado para sua encarnação.

Educação para a morte
Adilson Marques

SENTIMENTOS QUE SURGEM

Continuação da Postagem anterior:

Na vida de todo ser humano ocorrem certos fenômenos psíquicos que precisam ser administrados com equilíbrio visando a própria felicidade. São inevitáveis e se constituem em formadores dos alicerces da personalidade. Trazem em si lições embutidas

5. Desilusão e desencanto com pessoas e com o mundo.
Isso decorre das exigências que mentalmente fazemos em relação ao comportamento das pessoas.
Essas exigências muitas vezes decorrem da contaminação que nos permitimos submeter ao aceitar a imagem que o outro passa de si mesmo como se fosse sua real natureza.
Devemos entender que cada ser humano tem o direito de mostrar o melhor de si, e nós, o dever de compreender que sua totalidade não aparece naquele momento.
Desiludir-se ou desencantar-se é necessário em face da ilusão e do encanto que nós mesmos criamos. A felicidade deve superar os encantos e as ilusões criadas pelo ego que não transcende a realidade material.
As pessoas não são obrigadas a corresponder à imagem que dela fazemos ou que aceitamos formar em nossa mente.
As pessoas são iguais a nós mesmos.
Para que a felicidade não seja arranhada pelos desencantos e pelas desilusões, aprenda a esperar tudo de qualquer pessoa. Todo ser humano, por mais ajudado que possa ter sido por você, é capaz de qualquer ato contra você.
Espere o melhor do ser humano e saiba receber a parte negativa da sombra dele projetada em você. Saiba com naturalidade entender a ingratidão e a raiva do outro contra você, mesmo que você seja seu benfeitor.
Do ser humano espere tudo e lhe dê amor.
A felicidade é também saber receber o que vier e devolver o amor. O que você recebe é fruto do que você plantou em alguma época.
Não pense que seus feitos, por melhores que sejam, irão colocá-lo em regime de exceção. Os bons atos que praticamos não garantem isoladamente a gratidão das pessoas.
Cada um devolve à Vida o que estiver lhe incomodando. Precisamos aprender a buscar a felicidade sem exigir dos outros qualquer benesse para nós.

6. Descoberta real da morte antes dela ocorrer.
Todos nós enfrentamos esse sentimento de mortalidade, de perda ou sensação de que iremos desaparecer.
É uma sensação que exige muito da mente, a qual tende a afastá-la depressa.
Não se sustenta um pensamento desse por muito tempo. Recorremos à integridade do ego que se exige imortalidade e, por isso, teme a morte. É preciso que enfrentemos tal sentimento ou descoberta, conscientes de que se trata de um fato irreversível.
A morte virá nos convidar a transpor os desafios da matéria a fim de alcançarmos a plena imortalidade. O desapego e a consciência da imortalidade nos farão encarar a morte como uma passagem ou um portal que nos leva à dimensão espiritual. A felicidade é alcançada no grau em que aceitamos a mortalidade do corpo sem que isso nos deixe preocupados ou tensos diante de sua iminência.
O fenômeno da morte é rejeitado pela consciência em face de sua necessidade de manter-se acesa, direcionando energia psíquica para coisas e fatos externos. A morte significa devolver a energia psíquica para o inconsciente, o obscuro e desconhecido território da psiquê. Isso não é admitido com facilidade pela consciência.
O hábito de mergulharmos no inconsciente, seja através da análise dos sonhos, pelas portas da meditação, pela imaginação ou por outros processos, nos permite aos poucos encarar a morte com mais tranquilidade.
A felicidade que desejamos se torna mais acessível na razão que conseguimos entrar em contato com o mundo subjetivo e espiritual no qual vive a psiquê.

7. Necessidade de liderar algum grupo.
Ter algum tipo de responsabilidade sobre alguém é uma experiência a que todos nos submetemos, seja na família, no trabalho ou em alguma atividade de lazer. Até mesmo na própria religião que professamos somos convidados a instruir alguém, a orientar outra pessoa que se encontre em sofrimento ou na escuridão sem fé.
Esse tipo de experiência nos permite perceber a noção de responsabilidade com outrem. O sentido de conduzir ou de participar do destino de alguém significa entrar em contato inconsciente com o deus que habita em nós.
Exercemos nesse momento a paternidade divina latente em nosso psiquismo. No momento em que estivermos naquele exercício devemos cuidar para, não só aprender a orientar, como também a passar o melhor de nós aos outros.

8. Desejo de ter conhecimento superior sobre algum tema, demonstrando sabedoria sobre determinado assunto.
Todos enfrentamos a necessidade de demonstrar sabedoria diante de alguém no intuito inconsciente de compensar seu próprio complexo de inferioridade. Nem sempre é possível refrear o impulso de demonstrar saber mais que alguém, principalmente quando esse alguém pretende fazer o mesmo. Aquela necessidade deve ser preenchida com o desejo sincero de realmente ter sabedoria.
Isso deve impulsionar-nos a ir ininterruptamente na busca do saber. Mesmo quando alcançamos o saber que buscávamos, devemos ter a noção correta do que fazer com ele a fim de não nos tornarmos soberbos e vaidosos, o que irá demonstrar exatamente o contrário, isto é, a falta de sabedoria.

Diante do impulso é preciso colocar em mente a nossa real ignorância sobre a Vida e sobre o outro, para que saibamos aprender com qualquer evento no qual estejamos envolvidos.
Embora esses eventos sejam inevitáveis, pode-se perfeitamente antevê-los e prevenir para que se aproveite ao máximo possível sua ocorrência.
Nenhum de nós alcançará a ciência perfeita de todos os eventos do Universo, mas certamente poderemos nos preparar para que, quando atravessarmos o inevitável, o façamos com alegria, entusiasmo e felicidade.

Felicidade sem culpa

Adenáuer Novaes

GRUPOS ESPÍRITAS

“Uma Sociedade, onde aqueles sentimentos se achassem partilhados por todos, onde os seus componentes se reunissem com o propósito de se instruírem pelos ensinos dos espíritos e não na expectativa de presenciarem coisas mais ou menos interessantes, ou para fazer cada um que a sua opinião prevaleça, seria não só viável, mas também indissolúvel. A dificuldade, ainda grande, de reunir crescido número de elementos homogêneos deste ponto de vista, nos leva a dizer que, no interesse dos estudos e por bem da causa mesma, as reuniões espíritas devem tender antes à multiplicação de pequenos grupos, do que à constituição de grandes aglomerações.”
O Livro dos Médiuns – capítulo 29 - ítem 334

Grupos harmonizados entre si têm o coração aberto aos que chegam, e tornam-se “convites vivos” para que outros participem dos ágapes de sua instituição, já constituindo essa postura afetiva um benefício expressivo no atendimento às dores alheias.
Nesses dias de definição e reajustes, a família, que deveria cumprir seu papel de núcleo educacional das virtudes superiores, perdeu seu norte pela fragilidade moral de seus membros, ficando assim a criança e o jovem, mais tarde o próprio adulto, à mercê dos fatores circunstanciais da vida para asilarem-lhe em clima educativo e formar laços de afeto estimuladores.
Nessa hora da existência surge o centro espírita qual “salvavidas” no tempestuoso mar das provações, apresentando uma proposta preenchedora de paz e estímulo a novos caminhos. A alma então começa procurar a si mesma. Travando o contato doloroso com sua intimidade, dilacerada, pobre, doente.
Por isso, as instituições espíritas, na pessoa de seus dirigentes e trabalhadores, devem se dar conta da responsabilidade que é receber e encaminhar os corações que lhe batem à porta, famintos de luz e apoio.
Em verdade, em muitos casos, as agremiações espíritas têm “cumprido” o papel de lar e família de grande parte de seus frequentadores. A dor que apresentam como “cartão de visita” nas noites de reunião é apenas o resultado de um processo de anos de solidão, desamparo, falta de orientação e carência de afeto familiar e social, adoecendo, por fim, a vida afetiva do ser.
Abracemos cada “pedinte” como nosso filho ou irmão, e ofereçamo-lhe a oportunidade de integrar a nossa família espírita, fazendo parte da nossa família espiritual, refestelando-se conosco dos banquetes de luz e Amor que o Espiritismo nos propicia, fortalecendo-o para regressar mais animado e esperançoso em dias melhores junto aos seus.
Passemo-lo o nosso bem-estar, contando as histórias felizes que inclinaram-nos às diretrizes espíritas.
Recepciona-os, valorizando.
Atende-os, orientando.
Integra-os, promovendo.
Valorização, orientação e promoção constituem um programa educacional de amplas possibilidades, e quando conseguimos vencer tais etapas sob o amplexo do afeto fraternal, ensejamos aos novos trabalhadores a coragem para o recomeço, para o “batismo” de um novo homem, para “reencarnar na encarnação” retomando seu planejamento original antes de seu regresso ao corpo carnal, resgatando seus sonhos...
O passo inicial para a composição de grupos fraternais ocorre naquele momento da recepção amiga eterna. Ali deixamos a primeira impressão de nossa família, de nosso grupamento.
Nesse instante, estamos confortando a dor do peito oprimido e a um só tempo cativando o desabrochar do futuro trabalhador.
Os elos da confiança se estabelecem e, daí para a amizade, basta somente um gesto de ternura.
Recebendo com Amor, falamos do Evangelho.
Atendendo com carinho, divulgamos o Espiritismo.
Integrando com respeito, oferecemos à vida a chance de perpetuar o ciclo, multiplicando as fontes de doação.

Laços de Afeto
WANDERLEY S. DE OLIVEIRA
DITADO PELO ESPÍRITO ERMANCE DUFAUX

NÃO TENHAIS MEDO

Filhos, não tenhais medo da vida, nas provas e surpresas do caminho; não tenhais receio do amanhã, que somente a Deus pertence.
Vivei com alegria e destemor, submissos à Vontade Divina em qualquer circunstância.
Combatei os vossos erros, todavia compreendei a necessidade de aprender a lição nos reveses a que ninguém se furta.
Colhei, resignadamente, na gleba que plantastes, sem reclamar dos espinhos que vos dilaceram as mãos que não souberam separar as urzes do bom grão.
Que a revolta silenciosa não vos amargure a existência, determinando as vossas mais veladas atitudes.
Não vos canseis de ser generosos, tolerantes e compassivos.
Amai sem esperar serdes amados.
Cumpri com as vossas obrigações pelo pão de cada dia, recordando-vos de que o Senhor alimenta os pássaros e veste os lírios do campo...
Não leveis a vida de forma leviana e inconseqüente, sem atinar que as sombras que rondam os passos alheios também espreitam os vossos.
A dor que nos tira a tranqüilidade é a mesma que nos possibilita tomar consciência de nossas fragilidades.
Se, de quando em quando, o sofrimento não visitasse o homem, é possível que ele jamais se interessasse pela transcendência da Vida.
Não vos permitais, pois, concessões de qualquer natureza, na satisfação dos próprios desejos.
Se a ascensão do espírito é infinita, a queda a que voluntariamente se arroja não conhece limites... Sempre haverá como descer a mais fundo, escuro e indevassável abismo de dor.
Filhos, vivei somente com a intenção de fazer o Bem, e em tudo vereis a manifestação da Sábia Providência.
Não tenhais medo e não vos enclausureis na inércia como quem retrocede e se oculta, com o pensamento de que a Vida não o encontrará, mais cedo ou mais tarde, para arrancá-lo ao comodismo e trazê-lo de volta à realidade.

A CORAGEM DA FÉ
BEZERRA DE MENEZES
Carlos A.Bacelli