quinta-feira, 25 de março de 2010

Mediunidade


No trato da mediunidade, não andemos à cata de louros terrestres, nem mesmo esperemos pelo entendimento imediato das criaturas.
Age e serve, ajuda e socorre sem recompensa.

Recordemos Jesus e os fenômenos do espírito.
Ainda criança, ele se submete, no Templo, ao exame de homens doutos que lhe ouvem o verbo com imensa admiração, mas a atitude dos sábios não passa de êxtase improdutivo.

João Batista, o amigo eleito para organizar-lhe os caminhos, depois de vê-lo nimbado de luz, em plena consagração messiânica, ante as vozes diretas do Plano Superior, envia mensageiros para lhe verificarem a idoneidade.

Dos nazarenos que lhe desfrutam a convivência, apenas recebe zombaria e desprezo.

Dos enfermos que lhe ouvem o sermão do monte, buscando tocá-lo, ansiosos, na expectativa da própria cura, não se destaca um só para segui-lo até à cruz.

Dos setenta discípulos designados para misteres santificantes, não há lembrança de qualquer deles, na lealdade maior.

Dos seguidores que comeram os pães multiplicados, ninguém surge perguntando pelo burilamento da alma.

Dos numerosos doentes por ele reerguidos à bênção da saúde, nenhum aparece, nos instantes amargos, para testemunhar-lhe agradecimento.

Nicodemos, que podia assimilar-lhe os princípios, procura-lhe a palavra, na sombra noturna, sem coragem de liberar-se dos preconceitos.

Dos admiradores que o saúdam em regozijo, na entrada triunfal em Jerusalém, não emerge uma voz para defendê-lo das falsas acusações, perante a justiça.

Judas, que lhe conhece a intimidade, não hesita em comprometer-lhe a obra, diante dos interesses inferiores.

Somente aqueles que modificaram as próprias vidas foram capazes de refleti-lo, na glória do apostolado.

Pedro, fraco, fez-se forte na fé, e, esquecendo a si mesmo, busca servi-lo até à morte.

Maria de Magdala, tresmalhada na obsessão, recupera o próprio equilíbrio e, apagando-se na humildade, converte-se em mensageira de esperança e ressurreição.

Joana de Cusa, amolecida no conforto doméstico, olvi¬da as conveniências humanas e acompanha-lhe os passos, sem vacilar no martírio.

Paulo de Tarso, o perseguidor, aceita-lhe a palavra amorosa e estende-lhe a Boa-Nova em suprema renúncia.

Não detenhas, assim, qualquer ilusão à frente dos fenômenos medianímicos.

Encontrarás sempre, e por toda parte, muitas pessoas beneficiadas e crentes, como testemunhas convencidas e deslumbradas diante deles; mas, apenas aquelas que transfiguram a si mesmas, aperfeiçoando-se em bases de sacrifício pela felicidade dos outros, conseguem aproveitá-los no serviço constante em louvor do bem.

livro :SEARA DOS MÉDIUNS
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
DITADO PELO ESPÍRITO EMMANUEL

A melodia do Silêncio


Repara a melodia do silêncio nas criações divinas.

No Céu, tudo é harmonia sem ostentação de força.

O Sol brilhando sem ruído...

Os mundos em movimento sem desordem...

As constelações refulgindo sem ofuscar-nos...

E, na Terra, tudo assinala a música do silêncio, exaltando o amor infinito de Deus.

A semente germinando sem bulício...

A árvore ferida preparando sem revolta o fruto que te alimenta...

A água que hoje se oculta no coração da fonte, para dessedentar-te amanhã...

O metal que se deixa plasmar no fogo vivo, para ser-te mais útil.

O vaso que te obedece sem refutar-te as ordens...

Que palavras articuladas lhes definiriam a grandeza?

É por isso que o Senhor também nos socorre, através das circunstâncias que não falam, por intermédio do tempo, o sábio mudo.

Não quebres a melodia do silêncio, onde tua frase soaria em desacordo com a Lei de Amor que nos governa o caminho!

Admira cada estrela na luz que lhe é própria...

Aproveita cada ribeiro em seu nível...

Estende os braços a cada criatura dentro da verdade que lhe corresponda à compreensão...

Discute aprendendo, mas, porque desejes aprender, não precisas ferir.

Fala auxiliando, mas não te antecipes ao juízo superior, veiculando o verbo à maneira do azorrague inconsciente e impiedoso.

«Não saiba tua mão esquerda o que deu a direita» — disse-nos o Senhor.

Auxilia sem barulho onde passes.

Recorda a ilimitada paciência do Pai Celestial para com as nossas próprias faltas e ajudemos, sem alarde, ao companheiro da romagem terrestre que, muitas vezes, apenas aguarda o socorro de nosso silêncio, a fim de elevar-se à comunhão com Deus.

Memei

Livro: Instruções Psicofônicas
Grupo Meimei

Consequências do Suicídio

957. Quais são, em geral, as conseqüências do suicídio sobre o estado do Espírito?

 — As conseqüências do suicídio são as mais diversas. Não há penalidades fixadas e em todos os casos elas são sempre relativas às causas que o produziram. Mas uma conseqüência a que o suicida não pode escapar é o desapontamento. De resto, a sorte não é a mesma para todos, dependendo das circunstâncias. Alguns expiam sua falta imediatamente, outros numa nova existência, que será pior que aquela cujo curso interromperam.

Comentário de Kardec: A observação mostra, com efeito, que as conseqüências do suicídio não são sempre as mesmas. Há, porém, as que são comuns a todos os casos de morte violenta, as que decorrem da interrupção brusca da vida. É primeiro a persistência mais prolongada e mais tenaz do laço que liga o Espírito e o corpo, porque esse laço está quase sempre em todo o seu vigor no momento em que foi rompido, enquanto na morte natural se enfraquece gradualmente e em geral até mesmo se desata antes da extinção completa da vida. As conseqüências desse estado de coisas são a prolongação da perturbação espírita, seguida da ilusão que, durante um tempo mais ou menos longo, faz o Espírito acreditar que ainda se encontra no número dos vivos. (Ver itens 155 e 165.)

A afinidade que persiste entre o Espírito e o corpo produz, em alguns suicidas. uma espécie de repercussão do estado do corpo sobre o Espírito, que, assim, ressente, malgrado seu, os efeitos da decomposição, experimentando uma sensação cheia de angústia e horror. Esse estado pode persistir tão longamente quanto tivesse de durar a vida que foi interrompida. Esse efeito não é geral; mas em alguns casos o suicida não se livra das conseqüências de sua falta de coragem e, cedo ou tarde, expia essa falta, de uma ou de outra maneira. É assim que certos Espíritos, que haviam sido muito infelizes na Terra, disseram haver se suicidado na existência precedente e estar voluntariamente submetidos a novas provas, tentando suportá-las com mais resignação. Em alguns, é uma espécie de apego à matéria, da qual procuram inutilmente desembaraçar-se para se dirigirem a mundos melhores, mas cujo acesso lhes é interditado. Na maioria, é o remorso de haverem feito uma coisa inútil, da qual só provam decepções.

A religião, a moral, todas as filosofias condenam o suicídio como contrário à lei natural. Todas nos dizem, em princípio, que não se tem o direito de abreviar voluntariamente a vida. Mas por que não se terá esse direito? Por que não se é livre de pôr um termo aos próprios sofrimentos? Estava reservado ao Espiritismo demonstrar, pelo exemplo dos que sucumbiram, que o suicídio não é apenas uma falta como infração a uma moral, consideração que pouco importa para certos indivíduos, mas um ato estúpido, pois que nada ganha quem o pratica e até pelo contrário. Não é pela teoria que ele nos ensina isso, mas pêlos próprios fatos que coloca sob os nossos olhos(1).

O livro dos Espíritos
LIVRO QUARTO – ESPERANÇAS E CONSOLAÇÕES

Cap. 1 – PENAS E GOZOS TERRENOS
item VI

Trabalho em Grupo

Refletindo sobre Jesus, os recursos humanos e as relações interpessoais

Eis aqui umas idéias que julgamos oportunas socializar com os trabalhadores das lides espiritistas:

Jesus atua em conjunto, apesar de sua grandeza espiritual.

_Espírito puro e governador espiritual da Terra, Jesus não prescinde da participação de outros espíritos de condição espiritual inferior a dele para o desenvolvimento de sua tarefa. Atua em conjunto, investindo no potencial do grupo, ainda que reconhecesse suas fragilidades. Dá o apoio, mas deixa que cada um cumpra a cota de serviço necessária ao processo de crescimento individual e coletivo.

Jesus constitui um grupo de trabalho com pessoas diferentes.

- Pelas escrituras sagradas, sabemos que foram discípulos do mestre, em sua maioria, homens simples do povo embora do grupo participasse, um coletor de impostos (Mateus). São jovens, adultos e quase idosos, com características bastante heterogêneas: impetuosidade (Pedro), desconfiança (Tomé); entusiasmo (Tiago, filho de Zebedeu); circunspecção (Tiago, filho de Alfeu), docilidade (João), imediatismo (Judas Iscariotes). Essa miscelânea torna o colégio apostólico uma curiosa representação da variada espécie humana com suas poucas virtudes e muitas imperfeições. É o que o salvador aposta na diversidade capaz de fortalecer a unidade em torno de um fim comum.

A unidade do grupo se dá em torno do objetivo comum

- O mestre, líder por excelência, identifica claramente o objetivo comum como o elo capaz de unir personalidades tão diferentes, evitando que os interesses pessoais ou de “panelas” se tornassem a tônica do trabalho do grupo. Jesus demonstra que criaturas diferentes podem se completar auxiliando, com as próprias diferenças, a concretização do objetivo.

Jesus respeita a individualidade de não mais se harmoniza com objetivo comum do grupo

- Se o objetivo comum é o elo capaz de manter unido um grupo de pessoas diferentes, nada mais natural que as criaturas deixem de se sentir estreitamente vinculadas ao grupo quando não mais se harmonizam com os objetivos centrais, quando “pendem” para outros objetivos. “aqueles que quiser vir após mim, tome a sua cruz e siga-me”, Cristo lembrou que há chamados e escolhidos, demonstrando o respeito pelas opções individuais.

O mestre divide tarefas e amplia gradativamente seu grupo de trabalho

- O árduo trabalho do cristianismo nascente se assenta na divisão de tarefas e no gradativo aumento, pela adesão aos objetivos, dos seguidores do Nazareno. Envia seus discípulos para o cumprimento de atividades várias: o provimento de necessidades básicas, a divulgação da palavra, a assistência aos necessitados, dentre outras. Escolhe seu “colégio apostólico” para posteriormente enviá-lo em tarefas, dois a dois; em seguida chama 72 e culmina sua ampliação do grupo mais direto de trabalho ao convidar os 500 da Galiléia para a ação evangelizadora no mundo. Isso sem contar com os corações sensíveis que O seguiam e os convertidos que se tornaram cooperadores de Sua Obra. (será que Jesus acreditava que a qualidade era melhor que quantidade?)

O senhor exige respeito pelas outras pessoas que se identificam com o objetivo do grupo, ainda que nele não esteja

- Causa-nos certo estranhamento a reação do grupo de discípulos do Senhor que relatam com certo tom de vaidade a atitude de admoestação que tomaram em relação a um estranho que curava e pregava em nome de Jesus... sem pertencer diretamente ao grupo dos 12. Grande é a resposta do Mestre “ Aquele que não é contra nós é por nós”. É o bom senso crístico nos auxiliando a ter mais largueza de vistas, a superarmos nossas visões “partidárias”, a buscarmos o verdadeiro sentido da fraternidade, a nos libertarmos das “panelas” ou posturas sectárias.

O messias vai buscar “reforços” em pessoas “fora” do grupo, mas identificadas com o mesmo fim

-Evitando o espírito de “privilégio” e o sentido de “castas”, Jesus busca em outros companheiros que não do seu colégio apostólico para compor sua equipe de trabalho. Essa postura possibilita a ampliação dos quadros de colaboradores, evitando exclusivismo de raça, seita ou posição pessoal.

Como líder, Jesus trabalha a auto-estima do grupo, buscando manter sua motivação interna.

-“Vós sois a luz do mundo”, Vós sois o sal da Terra”, “Chamo-vos amigos...”, são algumas das palavras de estimulo e emulação que Jesus utiliza junto aos discípulos e às multidões. É necessário, trabalhar a auto-estima do grupo para que o desânimo, o conformismo ou a insegurança não comprometam a dinâmica da tarefa a ser desenvolvida.

Como líder Jesus não se coloca afastado ou superior ao grupo, mas nele se engaja concretizando a idéia de conjunto.

- “Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir”. Essas palavras foram concretizadas no dia a dia dos labores do evangelho. Jesus não “ordena”, simplesmente. Participa, se envolve com a multidão, faz sua parte contribuindo para a harmonia da tarefa. Não se isola do grupo, mas mantém-se ligado inclusive afetivamente aos companheiros de lutas redentoras. “Estarei convosco...” é a promessa do Senhor.

Jesus estabelece um critério para reconhecimento interno do grupo, no campo das relações interpessoais.

- “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. Este é o critério de reconhecimento dos irmãos: o amor recíproco, o esforço para a vivência da legitimidade solidariedade. O messias ainda apresenta inúmeras sugestões no âmbito das relações entre os discípulos: tolerância, companheirismo, perdão, oração, diálogo são alguns exemplos que encontramos nas páginas do evangelho.

Jesus estabelece um critério para os que estão fora reconhecerem seus discípulos

“Nisto todos reconhecerão que sois os meus discípulos: se vos amardes uns aos outros.” É a lição da coerência. Se houver o amor entre nós, os que estão “fora” testemunharão o esforço de vivência evangélica dos seguidores do Mestre. Isso implica em responsabilidade nos nossos atos, palavras, pensamentos e sentimentos.

O trabalho em grupo é dos mais produtivos, mecanismos de evolução espiritual pelas exigências de auto-educação. Resultam do esforço coletivo o autoconhecimento, a construção das solidas amizades baseadas em laços espirituais, o cultivo do trabalho e das virtudes a fim de que, como nos recomenda O Evangelho Segundo Espiritismo, “... o senhor encontre concluída a obra”, apesar das diferenças individuais. É a lição da “equipe” do grupo verdadeiro. É a parte boa que cada um pode dar na construção do todo, a serviços de todos.

Sandra Maria Borba Pereira
Jornal Mundo Espírita

Bom Dia

Caros amigos,
Hoje falo sobre o exemplo, muitas vezes falamos o que deveria nosso irmão fazer, e nós mesmos não fazemos! Dizem que, a força do exemplo é a melhor persuasão. Não há modo de mandar ou ensinar, mais forte do que um exemplo.
Nos deparamos a todos instantes com diversos tipos de exemplo, quer ver?
  • um casal de pombos, arrulhando e acariciando um ao outro -- Exemplo de amor
  • Quando passamos em frente a uma igreja ou um templo, e vemos uma pessoa lá dentro orando - Exemplo de Fé
  • um grupo de amigos, conversando e sorrindo felizes -- Exemplo de amizade
  • um vendedor que atende com carinho e atenção -- Exemplo de gentileza
  • um pedinte que recebe bem mais que uma ajuda material, mas uma palavra amiga -- Exemplo de Caridade.
São muitos os exemplos que acontecem ao nosso redor, e que rara vezes notamos ou imitamos os gestos.
Meditemos no dia de hoje esse exemplo de aprendizado que trago aqui.

"As palavras comovem, os exemplos arrastam" Provérbio árabe

E uma frase extraordinária da autora espiritual Joana de Ângelis:

"Vive de tal forma, que deixes pegadas luminosas no caminho percorrido, como estrelas apontando o rumo da felicidade".


Com Carinho Angel