segunda-feira, 4 de abril de 2011

BOM DIA AMIGOS!

PASSÁRO LIVRE

Pelas veredas do amor, a ave livre por natureza, se apruma a bailar pelo espaço infinito do ar.
Deus assim a fez para ser. Ninguém pode impedi-la de prosseguir o destino que lhe condiz.
Egoístas são aqueles que querem impedir a ave de alçar o vôo de motriz.
São tristes criaturas que se mantem presas no próprio desamor e querem impedir aqueles que liberdade conquistou.
Considera-se um deles? mude já!
Não permita que algo impeça e que possa atrapalhar; sua mudança de atitude que lhe trará a capacidade tal como qual a liberdade alcançar.
Ser livre é poder, é liberdade de pensar. Dentro do seu raciocínio é decidir a melhor maneira de caminhar.
Felizes são aqueles que encontram as chaves para abrir a tão sonhada porta da paz em si.
Refletindo o significado de existir, nada mais é do que a liberdade de sentir e ser feliz.
Deus permitiu a cada ser  buscar o destino que lhe condiz, sendo a liberdade o ponto a atingir.
Conquiste a liberdade de sonhar, de sentir, de realizar.
O ser em busca de evolução deve se livrar dos grilhões enraizados nas imperfeições que se mantem por anos de paixões, na sobrevivência animal, que hoje não mais condiz com a mensagem fraternal, que foi nos dado por um ser maioral, que falava de amor e de um Deus excepcional.
Jesus este ser de luz, que iluminou o mundo com seu amor profundo pela grande humanidade universal.
E que passado milênios sua mensagem ainda ressona nos corações que buscam a conquista da Paz.
Pois a liberdade do Ser de sonhar; não morrerá jamais!

Da eterna aprendiz

Angel

EM BUSCA DE CONFORTO E ESCLARECIMENTO ESPÍRITA

Como você se sentiu na primeira vez em que esteve na casa espírita: acolhido, deslocado, retraído, confiante, confuso, esclarecido...?

A Doutrina Espírita, através dos livros, da Internet, da TV, dos médiuns afamados e de outros meios, vem sendo cada vez mais popularizada. Os temas da mediunidade, da reencarnação e da vida espiritual ocasionam um interesse crescente nas mais diferentes faixas da população.

Como os centros espíritas estão se adaptando a esta nova realidade, considerando que eles são a grande porta de entrada para a aprendizagem e vivência espíritas?

Fico pensando no público que procura uma casa pela primeira vez: que tipo de informação recebe? Qual orientação lhe é dada? Os cursos e atividades para as quais é convidado preenchem sua verdadeira necessidade?

É fato notório que as casas espíritas nem sempre são a imagem fiel da visão espírita da vida. Muitas estão ultrapassadas, tanto nos recursos pedagógicos quanto nas relações humanas. Pararam no tempo. Qualquer pessoa pode adentrar uma casa destas e sair com uma impressão completamente errada do Espiritismo.

Existem muitos centros que parecem existir exclusivamente para si mesmos. Se não mudam, seria preferível que se denominassem "grupos espíritas" fechados e, não, entidades de portas abertas. Há escassez de informações; nenhuma reunião específica para quem está iniciando, exceto um "evangelho e passe" anacrônico e distante da realidade; pessoas sem treino para o atendimento fraterno que vai introduzir a criatura na rotina da casa, identificando as atividades cuja participação mais lhe convenha.

Há também um certo discurso que prega a "simplicidade" mas que, de fato, despreza todos os confortos e melhoramentos proporcionados pelo progresso (uma das leis divinas que a própria doutrina ensina!), que não significam luxo, mas facilidade e eficiência, desde recursos audiovisuais, salas apropriadas e um bom equipamento de som, até a metodologia de estudo atualizada, facilidade de comunicação, diminuição da burocracia em benefício do dinamismo, treinamento para as relações humanas, um setor ativo de venda e empréstimo de livros e vídeos, etc.

Falando de maneira bastante genérica (pois há exceções incrivelmente boas), a falta de entendimento da própria função da Doutrina em nossas vidas, decorrente, em parte, da falta de aprofundamento nos estudos e de uma abordagem mais prática dos temas, faz com que nos tornemos espíritas e continuemos agindo como pessoas crédulas, sem reflexão e sem transformação íntima significativa.

Por quê? Porque inexiste mudança de mentalidade. Ir ao centro, receber o passe, fazer sopa para os pobres e ler obras de André Luiz não fazem de nós, espíritas.
O que diferencia o espírita é a mudança consciente de atitude, é a renovação interior, e se não nos renovamos e não nos sentimos renovados, se não estamos vendo a vida e os acontecimentos de forma diferente, é porque não assumimos as consequências da visão filosófica do Espiritismo em nosso dia-a-dia. É porque ainda pensamos como o "homem velho".

Entendo que a formação de uma consciência espírita é responsabilidade de todos que a compreendem e estão prontos para viver o tipo de vida a que ela nos convida, também, no que diz respeito à maneira de administrar a casa espírita. A maior divulgação do Espiritismo é a dos exemplos de vida. E se vivermos aquilo que ensinamos, estaremos levando a pensar, estaremos favorecendo a conscientização de qualquer pessoa de nossas relações.

Se você participa de uma casa espírita e tem idéias para melhorar o trabalho ali realizado, não se omita. Ofereça sugestões, compartilhe o que sabe. O centro espírita não é uma estrutura rígida, onde nos conformamos às regras ou saímos.

Ao menos em tese, ele deveria ser um lugar onde as pessoas se querem bem, se respeitam, colaboram e aprendem sobre si mesmas e sobre as leis da vida.
13/12/2001
Rita Foelker

MEDIUNIDADE

Dever-se-á provocar o desenvolvimento da mediunidade?
— A mediunidade não deve ser fruto de precipitação nesse ou naquele setor da atividade doutrinária, porquanto, em tal assunto, toda a espontaneidade é indispensável, considerando-se que as tarefas mediúnicas são dirigidas pelos mentores do plano espiritual.

Emmanuel responde à questão 384 de seu livro O Consolador
Logo em seguida, em resposta à questão 386, o conceituado Espírito reitera:
-Ninguém deverá forçar o desenvolvimento dessa ou daquela faculdade, porque, nesse terreno, toda a espontaneidade é necessária; observando-se contudo, a floração mediúnica espontânea, nas expressões mais simples, deve-se aceitar o evento com as melhores disposições de trabalho e boa-vontade [...].5

Precisamos portanto estar vigilantes quanto à opinião, infelizmente tão comum no meio espírita, de que as pessoas que aparecem nas casas espíritas devem, cedo ou tarde, ser encaminhadas às chamadas “sessões de desenvolvimento mediúnico”.

Se alguém encontra-se desequilibrado significa que não pode ser inserido no grupo mediúnico, sob o risco de comprometer o seu bom funcionamento?
Um médium nessas condições não poderá contribuir positivamente, além de gerar dificuldades para o grupo, facilitando mesmo a atuação de Espíritos interessados na instalação da desarmonia, dos melindres, das suspeitas, do enregelamento das relações entre os membros.
A mediunidade em si é uma faculdade neutra, que não tem qualquer conexão com os desajustes físicos, mentais e espirituais da criatura. Estes surgem por motivos específicos, e requerem o tratamento médico, psicológico ou espírita adequado ao caso. Somente após seu retorno à normalidade é que a pessoa poderá participar, como médium, dos trabalhos mediúnicos, se a faculdade surgir espontaneamente. O exercício da mediunidade não é recomendável na presença de determinadas enfermidades físicas, como por exemplo, nas doenças contagiosas, ou onde o equilíbrio orgânico esteja “por um fio” e a atividade mediúnica envolva situações que emocionem muito o médium. No caso dos desequilíbrios mentais e espirituais, o exercício mediúnico não pode nunca ser iniciado, ou continuado.

O desenvolvimento mediúnico a ser promovido nos centros espíritas não deve nunca ser entendido como o aprendizado de técnicas e métodos para fazer surgir a mediunidade,
Pois que não os há nem pode haver, mas exclusivamente como o aprimoramento e direcionamento útil e equilibrado das faculdades surgidas de forma natural, o que pressupõe o aperfeiçoamento integral do médium, por meio do estudo sério e de seus esforços incessantes para amoldar suas ações às diretrizes evangélicas.
Ressaltemos, outrossim, que os núcleos espíritas não deverão iniciar qualquer trabalho mediúnico, quer de desenvolvimento (no sentido correto do termo), quer, menos ainda, de assistência aos Espíritos enfermos, se não estiverem seguros de que dispõem de colaboradores suficientemente preparados, por seus conhecimentos doutrinários, por seu equilíbrio psicológico e por sua conduta cristã, que disponham de tempo para encetar com regularidade tão delicada tarefa.

Resumindo:
- A mediunidade é uma faculdade natural, que surge espontaneamente.
- Não se deve procurar desenvolvê-la enquanto não aflorar por si só.
- O desenvolvimento da mediunidade deve ser entendido unicamente como a sua educação, o seu aprimoramento, a sua disciplina, o seu direcionamento útil para o bem.
- A mediunidade não é a causa primária dos desequilíbrios orgânicos e psicológicos.
- O exercício da mediunidade não deve ser colocado como a culminação obrigatória das atividades do cooperador da casa espírita.

revista O Reformador 1997


CONSEQUENCIAS ESPIRITUAIS

O nosso corpo material é um bem que nos é facultado e que facilita a nossa evolução neste planeta. Quando o minamos com drogas estamos a danificá-lo, com mazelas muitas vezes irreversíveis. E o mais grave é que estas mazelas não se manifestam apenas nesse corpo; o perispírito, ou corpo espiritual, também é afectado, e, numa nova encarnação, essa desarmonia condicionará o normal desenvolvimento do corpo material. Segundo alguns autores espirituais, há, por exemplo, casos de grandes fumadores que reencarnam com problemas pulmonares.

Devemos estimar o nosso corpo físico, pois, apesar de este ser só um empréstimo, o que fazemos com ele conduz a consequências que se manifestam na nossa existência para além da desta vida.
Não é certo que após a morte do corpo o vício cesse, pois este é físico mas também é psicológico.
Após a desencarnação a necessidade de consumir mantém-se. É junto de quem está ainda encarnado e consome, que o Espírito encontra maneira de saciar a sua vontade. Se este se habitua a partilhar as sensações de uma dada pessoa quando esta consome, ou seja, que uma determinada pessoa lhe satisfaça a essa necessidade, é natural que se chegue junto desta quando a vontade de sentir os efeitos da droga surge.

Ao drogarmo-nos, inconscientemente estamos a escolher as nossas companhias espirituais. Um ser desencarnado que se habitue a alimentar o vício através de nós, certamente que nos vai induzir ao consumo quando tiver vontade de consumir.
Isto deve fazer reflectir as pessoas encarnadas consumidoras de drogas. Mesmo que estejamos a falar de drogas legais como o tabaco e o álcool. Ou de drogas ditas leves, como a cannabis-erva ou a cannabis sob a forma de haxixe. O consumidor que acha que apenas se prejudica a si próprio, deve ter presente que após a morte pode vir a induzir indivíduos encarnados ao consumo, prejudicando-os, mesmo que inconscientemente. Os pensamentos que continuará a ter, poderão induzir encarnados a enveredarem pelos mesmos hábitos.

Nunca estamos sós. Temos sempre Espíritos que simpatizam com as nossas actividades e maneira de pensar.
Optando por um modo de vida sadio evitamos a influência de Espíritos que podem exercer má influência sobre nós. Ao mesmo tempo, o nosso exemplo pode servir de inspiração para os encarnados e para os Espíritos que ainda acham que o consumo de drogas não é prejudicial.

Redação do Grupo Juvenil do Centro de Cultura Espírita, de Caldas da Rainha. 

VOLTANDO PARA CASA

É chegado o momento de voltar para casa. Os olhos, o corpo e o coração de quem caminha preferem, desta vez, não olhar para trás. Talvez estes sejam alguns dos passos mais duros e inesquecíveis dados no decorrer de uma vida.
A poucos metros dali, ficou o corpo do ser querido, velado sob a amarga vigília das horas choradas, diante das quais as lembranças ininterruptas de todos os momentos vividos em comum se fizeram presentes, bem como os infindáveis porquês dos que se viram no direito de perguntar a Deus a razão dEle ter querido levar o ente amado daquela forma, naquele momento.
O ato de entrar de novo em casa, agora um pouco mais vazia, inaugura também o ingresso emocional nos lutos da perda e solidão, que invadem o coração de forma silenciosa, para ocuparem por algum tempo o espaço ausente do outro.
Os armários e as gavetas, repletos das lembranças de quem acabou de partir, insistem em deixar no ar uma atmosfera de que aquilo é um sonho e que, como ocorre todos os dias, também vai passar e tudo voltará ao normal.
Alguns fazem a opção de pedir um prazo ao  tempo e mergulham no cultivo da saudade, que se manifesta no ato de diariamente arrumar o quarto daquele que já morreu.
Conheço pessoas que agiram de forma diferente, nessa hora. De imediato, arrumaram as roupas, os pertences, os brinquedos que não mais serviriam naquele ambiente e distribuíram para creches, hospitais e asilos. Só que o fizeram com o coração trancafiado pela ausência de perdão aos desígnios divinos, e então iluminaram pela metade o que poderiam ter feito por inteiro. O gesto de amor e desprendimento acabou por não desprendê-las do fardo da tristeza, que mais tarde volta a aparecer, fazendo com que a vida se transforme em um mar de lamentações e de lágrimas.
Mais difícil do que vencer as lembranças dos que foram para o além é a descoberta de que a morte passou perto e, da mesma maneira firme e serena como levou nosso amor, deixou no ar um desafio, a nos instigar constantemente: por que você não aproveita a oportunidade e tenta descobrir o que os sábios querem dizer, quando afirmam que eu sou uma mensageira da vida, e não o retrato do fim?

A respeito desse assunto de tão grande importância, um primo que não via há muito tempo proporcionou-me uma vivência muito interessante, certa vez. Sua mãe morrera havia alguns anos, o que lhe causara uma dor profunda, quase insuperável. Materialista deconvicções arraigadas, jamais aceitara ao menos refletir sobre alguns dos pontos de vista e idéias que eu, seu primo, sustentava, uma vez por outra, quando passava com ele algumas horas.
Todas as vezes em que conversávamos, fazia questão de sobrepor-se aos argumentos espíritas, afirmando que os temas “vida após a morte”, “imortalidade da alma” e “reencarnação” provocavam-lhe especial enfado, não preenchendo nenhuma das necessidades intelectuais de sua vida de magistrado.
Depois da desencarnação da mãe, meu parente sofreu outra dor profunda. O irmão com que ele mais se afinava também morreu, deixando-o em preocupante estado de consternação e revolta.
No dia do enterro, ele ficou com a incumbência de acompanhar a preparação do jazigo da família, a fim de colocar ali o corpo inerte do companheiro inesquecível. Assim que o último tijolo que cobria a entrada do túmulo foi retirado, viu, reunidos em um saco plástico, os ossos daquela que em vida fora sua mãe; perto do embrulho, observou ainda alguns maços de cabelo da mãezinha adorável, cuja partida tanto lhe fez sofrer.
Diante daquele quadro, ele, acompanhado apenas da esposa, parou por um instante e sentiu uma vibração diferente bater-lhe no íntimo do peito. Levantando-se depois de alguns minutos, olhou para a mulher e afirmou:
— Meu bem, acho que neste momento estou descobrindo que a alma é realmente imortal. Preste bem atenção na cena que vemos nesse túmulo, onde colocaremos dentro em breve o corpo de meu irmão. Os ossos e os restos de cabelo de minha mãe estão me falando, com silenciosa persistência, que a mulher franzina que cuidou de mim com imenso amor durante tão longos anos, sem nunca ter reclamado atenção e carinho; que se dedicou feito missionária ao apostolado da renúncia, sem jamais ter pedido reconhecimento pela fiel execução das árduas tarefas, não pode ter acabado dessa forma. Recuso-me a crer que minha mãezinha resume-se hoje a esse monte de ossos.
Procurando-me depois dessa belíssima vivência, perguntou-lhe, de imediato:
— “Diga-me logo, onde está mamãe? Abra, por favor, para mim, as portas da espiritualidade para que eu mesmo faça a viagem da busca”.

Depois de um longo e afetuoso abraço, disse-lhe que o anseio da procura começava no esforço do estudo incessante das obras de Allan Kardec e ia se concretizando aos poucos, à medida que ele se transformasse no homem de bem que a vida nos pede que sejamos, uma vez que essa efetiva mudança pessoal para melhor remete o novo ser aos ambientes elevados, aonde estão as chances de reencontro com os que nos merecem amor.
Naquele dia, meu primo voltou para casa, após o enterro do corpo do irmão, com os pés e a alma buscando outra direção. Não mais com a pesada sensação de vazio e revolta, mas com a esperança de que por trás da experiência da morte há a expectativa do reencontro, a realidade infinita da vida e a grandeza da misericórdia de Deus, a dizer, para os que aprenderam a ouvir, que morrer é sobretudo uma volta e que ninguém ficará sem estar de novo com aqueles que ama verdadeiramente.

CARLOS AUGUSTO ABRANCHES
Revista o Reformador - 1997