1 – Quando vamos ao Centro Espírita corremos o risco de ser acompanhados por um obsessor na saída?
R- Certamente acompanhado de obsessor está o autor dessa idéia esdrúxula.
Tenho visto muita gente livrar-se de obsessões no Centro Espírita. Não conheço ninguém que ali “contraiu” uma obsessão. Pode, em princípio, haver um agravamento dos males espirituais do obsidiado que começa um tratamento espiritual, algo como uma reação inicial a uma medicação. Espiritualmente falando, seria do próprio obsessor, aumentando sua pressão para que o obsidiado afaste-se dos recursos que o libertariam, imaginando-os inócuos.
2 – O fato de minha vida financeira ter-se complicado tem algo a ver com a interrupção de minha frequência às reuniões mediúnicas? Disseram-me que estou sendo castigado pelo mentor.
R- Os mentores espirituais não são feitores intransigentes, dispostos a castigar desertores. Jamais adotam medidas punitivas. Complicações financeiras, quando não decorrentes de problemas cármicos, surgem a partir de uma má administração de nosso tempo e dos recursos de que dispomos. Aliás, o contrário costuma acontecer. O médium empolga-se por interesses imediatistas, prospera e acaba afastando-se de seus compromissos espirituais.
3 – Na estrada, estávamos com o rádio ligado, quando tanto eu quanto minha acompanhante ouvimos um assobio dentro do carro. É um fenômeno mediúnico?
R- Não estão impedidos os Espíritos de assobiar, mas é pouco provável que um acompanhante espiritual seja ouvido pelos encarnados, a não ser que um dos dois seja médium de efeitos físicos. Em tal situação certamente ouviriam mais do que fugaz assobio. Provavelmente trata-se de um efeito sonoro produzido pela emissora de rádio em que estavam sintonizados.
4- Um médium disse-me que se eu não desenvolver minha mediunidade minha filha vai sofrer um obsessão. É possível?
R- O sofrimento é do médium que fez essa afirmação. Sofre de ignorância, mal comum no meio espírita, mas felizmente tratável com a terapia do estudo. Transferir para os filhos a responsabilidade por nossa omissão nos compromissos mediúnicos é como aceitar que carregamos a marca de suposto pecado original, cometido por um suposto casal, Adão e Eva, num suposto paraíso.
6 – Quando estou sozinho em casa, à noite, sinto uma pressão sobre minhas costas e fico com muito medo. Será algum Espírito?
R- Para cogitar da presença de um Espírito, em relação ao fenômeno, seria de se esperar que ocorresse em qualquer hora, na presença de outras pessoas. Impressões dessa natureza, quando a pessoa está sozinha, à noite, podem ser debitadas a mera excitação nervosa. Certamente não é a pressão nas costas que provoca o medo, mas o medo, exacerbado pela imaginação, que suscita a sensação de pressão nas costas.
7 – Há alguma influência espiritual no fato de meu braço adormecer quando estou dormindo?
R- Sensação de adormecimento nas mãos pode indicar sensibilidade mediúnica. No entanto, se ocorre somente durante o sono, é mais provável que você esteja dormindo sobre o braço, dificultando a circulação sanguínea.
8 – Ouvi que, em reuniões mediúnicas, manter as pernas cruzadas atrai Espíritos menos evoluídos. É verdade?
R- E mãos descruzadas, atraem Espíritos evoluídos? Postura física não tem nada a ver com a natureza dos Espíritos que se aproximam, embora, obviamente, numa reunião mediúnica, até por uma questão de respeito pelo ambiente, devamos manter uma postura civilizada, de permeio a uma atitude de contrição.
9 – Disseram-me que meus problemas físicos e emocionais são decorrentes de uma mediunidade e que preciso trabalhar como médium para resolvê-los. É possível?
R- Problemas físicos e emocionais são decorrentes do temperamento das pessoas, não de possível mediunidade. A prática mediúnica não nos libera desses desajustes. Pode até acentuá-los, por tornar a pessoa mais sensível a influências espirituais. O que pode ajudar é a disciplina mediúnica, que envolve o estudo, a reflexão em torno dos princípios espíritas, e o empenho de renovação...
"Abobrinhas Sobre Mediunidade"
Richard Simonetti.