sexta-feira, 12 de agosto de 2011

OI AMIGOS...

Nunca estamos sozinhos.
Na estrada da vida encontramos aqueles que nos servirão e os quais também serviremos.
Seremos lição de amor ou de dor uns dos outros. Fomos feitos para amar, para vivermos em comunhão, ajudarmos, realizarmos... Libertamos.
Saiba discernir os que permanecerão contigo, daqueles que partirão.
Aqueles que estão juntos de verdade, jamais se abandonam, pois uma semente foi plantada no coração um do outro, e que germina adubada pelo amor que prevalecerá por todos os tempos...
O amor é muito mais do que ter é saber que existe!

Em cada existência voltamos a reencontrar as partes do nosso coração, que foi divido entre as pessoas que amamos.
A vida só tem sentido quando podemos fazer a diferença na vida das pessoas.
Obrigado a todos que fazem parte da minha vida e que a torna especial.
Angel


A CARNE É FRACA QUANDO O ESPÍRITO É FRACO

Nas chamadas tragédias do cotidiano, ouvimos muitas vezes, por parte daqueles que fraquejam, a afirmação de que se perderam porque "a carne é fraca."

O livro O Céu e o Inferno, de Allan Kardec, capítulo VII: As penas futuras segundo o Espiritismo, esclarece que a carne só é fraca porque o Espírito é fraco, pois quando destituída de pensamento e vontade, a carne não pode prevalecer sobre o Espírito, que é o ser pensante e de vontade própria.

Há tendências viciosas que são evidentemente próprias do Espírito, porque se apegam mais ao moral do que ao físico; outras, parecem antes dependentes do organismo e, por esse motivo, menos responsáveis são julgados os que as possuem: consideram-se como tais as disposições à cólera, à preguiça, à sensualidade, etc..

É primorosa esta afirmação de O Céu e o Inferno: O Espírito é, deste modo, o artista do próprio corpo, por ele talhado, por assim dizer, à feição das suas necessidades e à manifestação das suas tendências.

Compreende-se a responsabilidade dos pais e educadores, na formação moral e educacional dos Espíritos a eles confiados. Estamos em meio a Espíritos de evoluções diferentes, e por isso, de tendências e disposições instintivas diferentes.

Neste sentido, diz O Céu e o Inferno: A responsabilidade moral dos atos da vida fica, portanto, intacta; mas a razão nos diz que as consequências dessa responsabilidade devem ser proporcionais ao desenvolvimento intelectual do Espírito.
Assim, quanto mais esclarecido for este, menos desculpável se toma, uma vez que com a inteligência e o senso moral nascem as noções do bem e do mal, do justo e do injusto.

Deus nos dotou do livre-arbítrio.
Como explicam os Espíritos em resposta à questão 843 de O Livro dos Espíritos, sem o livre-arbítrio, o homem seria uma máquina, pois se tem a liberdade de pensar, é compreensível que tenha a liberdade de agir.

Compreende-se que o determinismo é próprio dos seres irracionais. Se tomarmos como exemplo um animal predador, ele, para se alimentar, fatalmente devorará a sua presa. Não há como o animal deixar de fazê-lo, por pena ou piedade do animal que vai ser devorado.
Já com o homem, tudo é diferente. Frente a qualquer situação, podemos mudar o rumo dos acontecimentos, conforme as decisões que tomarmos.
Reencarnamos com uma programação de vida, conforme os erros e acertos do passado. Podemos cumprir ou não essa programação, conforme entrarmos pela porta larga, ou pela porta estreita. Não somos escravos do destino, pois assim, seríamos como robôs, programáveis no Plano Espiritual, como se programa uma máquina.

Estamos num mundo de expiações e provas.
No poema Piedade, recebido mediunicamente por Jorge Rizzini, Castro Alves (Espírito) implora:

Senhor Deus dos desgraçados, Olhai este pobre mundo, Que grita pelo universo, Em sofrimento profundo! Nele vivem moços, velhos, Que não lêem os Evangelhos, Nem se recordam de vós! E, numa contínua guerra Fizeram da pobre Terra, Sombrio mundo feroz!
O progresso é uma lei geral.
Para que os Espíritos encarnados no nosso mundo o alcancem, Deus deixou o bem e o mal entregues ao livre-arbítrio de cada um, para que o homem sofresse as dores dos seus erros e os prazeres de seus acertos. A cada um segundo as suas obras. Se não fosse assim, a vida não teria sentido.

O capítulo V - Bem-aventurados os aflitos, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, explica que a felicidade completa não é deste mundo. Mais existem, além, moradas mais favorecidas, em que o Espírito do homem, ainda prisioneiro de um corpo material, desfruta em sua plenitude as alegrias inerentes à vida humana. Foi por isso que Deus semeou, no vosso turbilhão, esses belos planetas superiores, para os quais os vossos esforços e as vossas tendências vos farão um dia gravitar, quando estiverdes suficientemente purificados e aperfeiçoados.

François-Nicolas-Madeleine (Cardeal Morlot, Paris, 1863), que assina a comunicação, nos estimula:

Que nesta reunião solene, todos os vossos corações se voltem para esse alvo grandioso, de preparar para as futuras gerações um mundo em que a felicidade não seja mais uma palavra vã. 

Considerando-se que um século na Terra corresponde a minutos na eternidade, um dia, que não está tão distante na passagem dos séculos, chegaremos lá.

O Semeador - agosto/06




MORAL ESPÍRITA EXIGE UMA CONDUTA ESPONTÂNEA

"Devemos cuidar muito mais do nosso coração do que das nossas aparências."

Há uma tendência bastante forte, no meio espírita, para um tipo de moral religiosa que se caracteriza pelo artificialismo. Compreende-se que grande número de pessoas, em consequência das heranças do passado e dos exemplos de presente, não consigam adotar outra forma de conduta.
Mas não é justo que os espíritas mais esclarecidos, de mente suficientemente aberta para as novas perspectivas que a doutrina abre sobre o mundo, continuem a formalizar-se na vida social.

O Espiritismo, ensina Kardec: "é uma questão de fundo e não de forma". De nada vale o exagero nas boas maneiras, a voz macia e os extremos de pureza formal, - não comer carne, não fumar, não tomar bebidas alcoólicas, não frequentar festas mundanas, não contar nem ouvir anedotas picantes, - se o coração não estiver limpo.
A pureza que o Espiritismo nos ensina é interior. Deve, por isso mesmo, reger a nossa conduta, em vez de esperarmos que uma conduta artificial nos purifique.

Quando o Espiritismo ensina os formalismos do culto exterior são inúteis, ensina também que toda exterioridade sem raízes no coração é igualmente inútil. E é o mesmo que Jesus ensinava, ao repelir os formalismos da hipocrisia farisaica.

Veja-se o caso do ascetismo, da fuga do mundo, às responsabilidades pesadas da vida em sociedade, que o Espiritismo condena como produto do egoísmo. Se a encarnação é a nossa possibilidade de relações com pessoas e meios sociais, que estamos ligados em virtude do passado, é claro que devemos aproveitar essa oportunidade e não inutilizá-la. Estamos agora no lugar certo, como diz uma mensagem mediúnica, e seria prejudicial fugirmos a ele.

O espírita não tem motivo algum para retornar às práticas da moral farisaica. A doutrina lhe ensina a espontaneidade, a naturalidade, e a correção dos seus erros e dos seus defeitos na própria relação com os semelhantes. É na vida de relação que podemos evoluir.

Querer forçar a evolução em abstenções e atitudes falsas, seria iludir-nos a nós mesmos e também aos outros, o que é ainda mais grave. Ninguém vira santo por meio de fórmulas.
Não é o que entra pela boca o que contamina o homem, como Jesus ensinou, mas o que sai da boca. Nossa conduta deve refletir o que somos, e por isso devemos cuidar muito mais do nosso coração do que das nossas aparências.


(Crônica publicada no Diário de São Paulo, sob o pseudónimo de Irmão Saulo)

A CADA UM, O SEU REAL VALOR

Em conferência pronunciada aos espíritas de Lyon e Bordeaux, na França, em 1862, Allan Kardec expôs seu pensamento sobre os comentários de que ele nada fazia para trazer de volta ao convívio aqueles que dele se afastavam.

Aqueles que de mim se aproximam, fazem-no porque isto lhes convém; é menos por minha pessoa do que pela simpatia que lhes desperta os princípios que professo.
Os que se afastam fazem-no porque não lhes convenho ou porque nossa maneira de ver as coisas reciprocamente não concorda.

Por que então, iria eu contrariá-los, impondo-me a eles? Parece-me mais conveniente deixá-los em paz. Ademais, honestamente, carece-me tempo para isso.

Sabe-se que minhas ocupações não me deixam um instante para o repouso. Além disso, para um que parte, há mil que chegam. Julgo um dever dedicar-me, acima de tudo, a estes e é isso que faço.

Orgulho? Desprezo por outrem? Oh! Não! Honestamente, não! Eu não desprezo ninguém; lamento os que agem mal, rogo a Deus e aos Bons Espíritos que façam nascer neles melhores sentimentos.
E isso é tudo. Se retornam, são sempre recebidos com júbilo.

Mas, correr ao seu encalço, isso não me é possível fazer, mesmo em razão do tempo que de mim reclamam as pessoas de boa vontade, e, depois, porque não empresto a certos indivíduos a importância que eles a si próprios atribuem.

Para mim, um homem é um homem, isto apenas! Meço seu valor por seus atos, por seus sentimentos, nunca por sua posição social.

Pertença ele às mais altas camadas da sociedade, se age mal, se é egoísta e negligente de sua dignidade, é a meus olhos, inferior ao trabalhador que procede corretamente, e eu aperto mais cordialmente a mão de um homem humilde, cujo coração estou a ouvir, do que a de um potentado cujo peito emudeceu.
A primeira me aquece, a segunda me enregela (...)"

 Allan Kardec, em Viagem espírita de 1862.

Jornal Espírita - setembro/06

A RELIGIÃO DE JESUS

Jesus não fundou nenhuma religião, deu-nos o roteiro para o crescimento espiritual da Humanidade.

O Evangelho, hino de amor e de bem-aventuranças, código de moral e de ética que precisa ser estudado, analisado, compreendido, seguido e vivido. O Evangelho é o livro da vida, o companheiro ideal, o amigo prestimoso de todos os momentos. Quem com ele se identifica, vive e trabalha com Jesus, silencia e fala com Jesus, mas, sobretudo, ama, perdoa e serve com Jesus hoje, amanhã e sempre.

A morte de João Paulo II, a expectativa da eleição de um novo papa e a ênfase dada pela imprensa internacional aos fatos, reacendeu nos que professam o catolicismo a idéia de que Jesus foi o fundador da igreja católica, de que os papas são os substitutos do apóstolo Pedro e de que a igreja é a dona absoluta da verdade e do destino dos homens. Para contestar a hipótese de detentora integral da verdade, basta lembrar o episódio de Galileu.

Ledo engano ou pura presunção. Jesus não fundou religião e muito menos nomeou papa. Os primeiros anos do cristianismo foram vividos sem chefes, sem dogmas, sem fausto, sem pompas, sem imagens, sem incenses, sem rituais, na pureza e simplicidade ensinada por Jesus.

Com o passar dos séculos, os novos cristãos tocados pela vaidade, pelo orgulho e pela ambição e conveniências exclusivamente materiais, ao sabor de interesses pessoais e de grupos, promoveram cortes, enxertos e modificações de palavras no Evangelho, absorveram usos, costumes, rituais e pompas do farisaísmo e dos gentios, adotaram a idolatria dos cultos pagãos, amealharam ouro, edificaram suntuosos palácios, disputaram e conquistaram o poder temporal no mundo, desvirtuaram os princípios cristãos e até mudaram-lhe o nome, de cristianismo para catolicismo. Olvidaram a recomendação contida em Marcos 12:17: Disse-lhes Jesus: Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. Optaram por César.

Os rituais materialistas, a ostentação de riquezas, as pompas são um acinte à memória de Jesus que foi simples, humilde e desprendido das coisas materiais e nos legou a maravilhosa lição: Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará o vosso coração. (Mateus 6:19 a 21).

A religião de Jesus é o AMOR, a CARIDADE, o PERDÃO. Quem abraçar esses princípios será considerado discípulo de Jesus, independente do rótulo religioso com que se apresente.


Felinto E. D. Campelo

BOM FINAL DE SEMANA