segunda-feira, 21 de março de 2011

BOM DIA AMIGOS!

"Não te esqueças da "boa parte" que reside em todas as criaturas e em todas as coisas.
A tempestade da hora em que vivemos é, muitas vezes, a fonte do bem-estar das horas que vamos viver.
Busquemos o lado melhor das situações, dos acontecimentos e das pessoas.
Assimilemos a essência da divina lição.
Quem procura a "boa parte" e nela se detém, recolhe no campo da vida o tesouro espiritual que jamais lhe será roubado".
Fonte Viva


A melhor parte é aquela em que a alegria e satisfação tomam conta do nosso coração preenchendo o vazio que trazemos em nós, pois esse vazio só pode ser completado pela aquisição dos valores essenciais - os espirituais.


Se detenha nas partes boas porque as ruins sempre passam!

Abraço
Angel


A HERANÇA DOS NOSSOS FILHOS

Que herança pretendemos deixar aos nossos filhos?
Não perguntamos sobre valores amoedados, patrimônios como, casas, carros, fazendas, ações.
 E como filhos, não nos referimos apenas aos gerados por nós ou adotados. Falamos de uma herança muito maior, de uma riqueza extraordinária que está sendo dilapidada, porque permitimos essa dilapidação.
Por exemplo: A natureza está sendo destruída com uma rapidez espantosa. O desmatamento da Amazônia e da Mata Atlântica tem sido feita num ritmo tão acelerado, que se não for freado, logo teremos enormes desertos, regiões áridas e semi-áridas.
Os mananciais de água estão sendo poluídos, e a falta de proteção das nascentes, assim como os gastos abusivos, especialmente nas grandes cidades, assim como a perda através das tubulações mau construídas e mau conservadas, aumentam a preocupação, e levam a pensar em racionamento.
Grande parte disto é causado pela deseducação. Estamos acostumados a pensar no agora, na vida atual, e agimos como se fôssemos passar por esses caminhos uma só vez.
É preciso pensar de forma “palingenésica”, ou seja, abrangendo o conjunto das reencarnações.
O mundo que vivemos é a herança que destinamos a nós mesmos, desde outras vidas. Nós o construímos assim, ou por omissão, permitimos a sua construção. Ou mudamos esse mundo, ou aqui voltaremos em futuras reencarnações, para suportar a soma das iniqüidades criadas e mantidas por nós.
É preciso educar para a vida. Para educar com sucesso, é necessário se auto-educar, pois, em questões morais , só o exemplo funciona a contento.
Não podemos nos calar ante a onda de pornografia e corrupção. Não podemos ficar indiferentes ante a acelerada destruição do meio ambiente. Mas, sobretudo, pagaremos muito caro à indiferença com que vemos o crescimento do egoísmo e da violência.
Que herança deixaremos para as futuras gerações se não colocamos anteparo à ganância pelo lucro, se emporcalhamos os rios com mercúrio e os mares com petróleo e esgotos?
Que herança deixaremos aos nossos filhos, se erotizamos nossas crianças e depois nos admiramos que pré-adolescentes engravidem?
Existe uma mensagem que já tem dois mil anos, que pode mudar o mundo, mas precisa ser uma experiência pessoal. Trata-se do Evangelho de um Rabi Nazareno, que apesar das adulterações, interpolações, fraudes, ainda tem o perfume e a luz que pode mudar o mundo.
Hoje temos um prisma especial para entender essa mensagem, o Espiritismo, foco de luz que ilumina as letras e poetiza a mensagem.

Fonte: Jornal Atualidades Espíritas – Junho/2001
Amílcar Del Chiaro Filho

NA CONTA DOS ESPÍRITOS

Infelizmente existem pessoas que culpam os Espíritos por tudo quanto lhes aconteça na vida.
Não se pode ignorar a influência dos Espíritos em nossas vidas. No entanto, pessoas há que vêem a influência dos Espíritos em tudo, até nas mínimas incidências do dia a dia.

Allan Kardec esclareceu, de forma simples, que "os bons Espíritos nenhum constrangimento infligem. Aconselham, combatem a influência dos maus e, se não os ouvem, retiram-se" (Livro dos Médiuns, item 237).

Percebe-se que os bons Espíritos estão empenhados na prática do bem, e não são capazes de provocar o menor constrangimento a quem quer que seja.
Através do Espiritismo sabemos que os Espíritos influem sobre os nossos pensamentos e ações muito mais do que supomos.Isto não significa que estejamos subordinados
passivamente, de forma incontrolável, à vontade dos Espíritos.

A obsessão é fato real e concreto, comprovado todos os dias. Sabemos os efeitos danosos que as obsessões provocam no ser obsidiado. Um deles é o de fazer com que o ser não admita estar obsidiado, dificultando o processo de tratamento desobsessivo. Afinal, qualquer tratamento, para que surta o efeito esperado, é necessário que conte com a colaboração do paciente.

É comum chegarem nos Centros Espíritos pessoas de várias religiões, em busca de explicações para seus problemas insolúveis pela ciência e a religião tradicionais.

A Doutrina Espírita esclarece até onde vão os fenômenos puramente materiais, e faz a divisão lógica desses com os fenômenos espirituais. Apresenta os tratamentos adequados, sem misticismos, sem segredos, sem mistérios, e gratuitamente. E assim, inúmeros são os descrentes que se convertem ao Espiritismo, tornando-se defensores dessa Doutrina iluminadora e libertadora.

Se de um lado existem os que não acreditam nos fenômenos espíritas, de outro, há os que acreditam exageradamente neles, com um certo fanatismo.
O que mais choca a razão é perceber que essas pessoas são espíritas declaradas, que frequentam as Casas Espíritas, e no mais das vezes são também trabalhadores dessas instituições.

Esses espíritas consideram-se alvo constante dos habitantes do mundo invisível. Mostram-se acossados por todos os lados, num combate desigual, onde os inimigos invisíveis parecem levar certas vantagens.
Segundo eles, os Espíritos provocam sintomas os mais diversos, concentrando energias negativas nos órgãos e no organismo como um todo.

Uma noite mal dormida, uma simples dor de cabeça, um pequeno mal estar, uma contrariedade qualquer é para eles um sinal que os Espíritos estão atuando, tentando atrapalhar-lhes a vida. Há, ainda, a crença de que os Espíritos procuram atingi-los utilizando-se dos outros.
Dessa forma, basta que alguém lhes cause o menor constrangimento, ou até mesmo uma expressão de mau humor do chefe, do amigo, do parente ou de um desconhecido, atribuem imediatamente aos desencarnados a responsabilidade pelo ocorrido, na tentativa de atingi-los através do próximo.

Para esses espíritas não importa se durante a refeição ingeriram um alimento estragado, ou mesmos abusaram na quantidade. Também não se dão conta de que os outros têm seus problemas, suas enfermidades, seus momentos de tristeza e justamente por isso, às vezes, não conseguem esboçar um sorriso nos lábios. Vêem os outros como pessoas obsidiadas, e recomendam sempre a oração e a vigilância, como antídotos contra as investidas danosas da espiritualidade inferior.

Apresentam suas técnicas de defesa espiritual, baseadas nas Obras Espíritas, pois são também estudiosos da Doutrina, e no mais das vezes deturpam as técnicas desobsessivas, criando técnicas próprias, às vezes esdrúxulas, e o que é pior: recomendam para os outros.

Para esses, os Espíritos são seres desocupados, que vivem unicamente para prejudicar ou atrapalhar as pessoas, principalmente a eles, que se acham melhores que os outros, e por isso mesmo se tornam alvos fáceis.

Consideram-se vítimas da espiritualidade inferior, e responsabilizam os Espíritos por tudo quanto lhes aconteça na vida, por menores que sejam os incidentes. Até mesmo um simples tropeção "põem na conta dos Espíritos".

Manoel Lourenço
(Sergipe Espírita – julho/1998 – nº 62).

ESPIRITISMO E A DOR


"Não vale a pena sofrer, é preciso aproveitar o sofrimento".
Emmanuel
Kardec e o Espírito da Verdade esclareceram-nos.
Em primeiro lugar, temos o conceito de evolução e o estudo dos diversos tipos de mundos habitados, de onde advém o ensinamento de que nos encontramos num mundo de expiação e provas, isto é, num mundo onde o sofrimento é uma característica dos espíritos nele encarnados.

Nesse particular, entretanto, não é absolutamente correto, tomar o Espiritismo uma doutrina que vem pregar o sofrimento.
Para que possamos entender a posição da Doutrina, temos que vê-la em seu aspecto consolador, isto é, como doutrina que visa o sofrimento no interior de cada criatura, através do esclarecimento, o que ela representa, o que é, e suas causas. Parte ela, para isso, da premissa de que só usamos bem aquilo que conhecemos em seus conceitos de causa e efeito.

Como resultado dessa posição doutrinária, vemos o Espiritismo claramente diferenciado das outras religiões, com o novo conceito de resignação e consolação que ultrapassa ao campo intelectual e sentimental, indo até o campo do agir; É o que se nos depara no cap. V., n.° 13 de "O Evangelho Segundo o Espiritismo" onde se lê que "o homem pode minorar ou agravar as asperezas de sua luta, pela maneira com que encara a sua vida terrena".
Aí observamos que, embora o conceito de sofrimento não perca seu aspecto transcendental, o homem perde a passividade pregada por outras doutrinas.

E conclui no item 14 b do mesmo capítulo: "a calma e a resignação auferidas na maneira de encarar a vida terrena, bem assim a fé no futuro, conferem ao espírita essa serenidade que é o preservativo contra a loucura e o suicídio".

O "Livro dos Espíritos" não poderia ser mais explícito a esse respeito:

Questão nº 920:
- O homem pode gozar na terra uma felicidade completa?
Resposta dos Espíritos:
"Não, pois a vida lhe foi dada como prova ou expiação, mas dele depende abrandar seus males e ser tão feliz quanto se pode ser na terra".

Fonte: Revista Internacional de Espiritismo – Janeiro de 1976

SOLIDARIEDADE

Estava fazendo minha caminhada habitual pela avenida Sumaré, quando um filhote de cão, talvez de uns 40 dias de vida, se tanto, abandonado ali na Praça Irmãos Karman, veio para a beira da calçada e logo, o seu focinho curioso fez com que ele descesse até o asfalto. Olhava a cena, enquanto o meu coração acelerava, prestes a ver, e ao mesmo tempo não querendo ver, um acontecimento impiedoso e quase certo. Os carros passavam à velocidade normal permitida ali, e o cãozinho iria virar carne moída dentro de pouco tempo.

Arriscando-me por entre alguns carros que até diminuíram a marcha e outros tantos passando direto, com cuidado fui me aproximando do animal, receoso pelo trânsito que não parava. O cãozinho já estava quase no meio da avenida, totalmente indefeso e correndo um risco total, mesmo porque ele poderia ser morto até por não ser visto pelos motoristas.

Nesse momento, um Sr. Marronzinho que acompanhava toda a cena veio do outro lado e com mais autoridade, foi parando o trânsito até que peguei o filhote e, juntos fomos para a praça em lugar seguro. Perguntávamos um para o outro quem teria abandonado aquele cãozinho ali e como poderíamos cuidar do destino dele.

Nesse mesmo momento, veio do outro lado da rua uma senhora fina e elegante, trajando um conjunto de cores muito bem combinadas que, tomando o cãozinho no colo, disse poder levá-lo para a sua veterinária de confiança que o doaria a alguém, isto é, se não quiséssemos levá-lo. Perguntou a mim e ao Sr. Marronzinho se estávamos interessados em adotar o bichinho. Ele explicou que estava em serviço, senão poderia até levá-lo. Eu perdera há pouco tempo o meu cão pastor com 11 anos de idade, fiel amigo de tantas caminhadas e que me fez adquirir o saudável hábito de caminhar pelas ruas e avenidas do meu bairro. Ainda com o coração doendo, não queria adotar nenhum cão, pelo menos, não por enquanto.

Uma outra jovem senhora, simples e sorridente, carinhosa, logo pegou o cãozinho e segurando-o contra o peito, dizia que desejava muito levá-lo mas o problema é que não tinha espaço em sua casa. A senhora elegante, gentil e educada insistiu para que ela levasse o cãozinho. Praticamente havia tomado a decisão pela jovem que titubeava em adotar o animal. Logo se preocupou em como poderia arranjar uma maneira de transportá-lo até sua casa. Prontamente, um motorista do ponto de táxi próximo, disse que deveria ter um pedaço de pano no porta-malas do seu carro e afirmou que a banca de jornal do outro lado da rua, com certeza, poderia arrumar uma sacola plástica que permitiria carregar o filhote.

Assim fora resolvida a situação encaminhando a história para um final feliz. Um cuidado daqui, uma atenção dali, várias pessoas juntamente buscando solucionar aquele problema, para que o animalzinho fosse rapidamente adotado e, a partir daquele dia, tivesse um lar.

Logo depois voltei para a minha caminhada, tocado por aquele acontecimento e como, do nada, várias pessoas surgiram, prontas e bem intencionadas para por em uso a sua bondade, a sua compaixão e num gesto muito espontâneo e simples de solidariedade, providenciar uma casa e um destino para o filhote.

Hoje, quando me lembro da cena, não consigo deixar de pensar como ser solidário é um gesto simples.

Não tem regras, não precisa de normas nem de campanhas, não precisamos de nos fazer muitas perguntas a respeito. Basta praticar o ato. Sim, como uma coisa muito natural.

Tão natural como o samaritano que socorreu o homem caído à beira da estrada e ainda o levou a uma estalagem, onde pudesse receber tratamento e remédios, deixando até dinheiro para pagar as despesas daquele homem, de quem o samaritano nem sabia o nome ou a procedência, nem que pessoa seria, nem dos seus princípios morais, nem de suas convicções religiosas.

Foi um ato tão completo e espontâneo como se o mundo, de fato, não tivesse divisão de países com suas fronteiras, em que as nações falassem uma mesma língua e sem religiões, os seres humanos não estariam enclausurados em suas convicções morais, defendendo este ou aquele princípio, e até mesmo defendendo deuses próprios, supostamente melhores do que outros, como os combates na antigüidade, onde as guerras que os seres humanos travavam eram também guerras entre deuses.

Como já disse, de vez em quando sou tomado pelas lembranças do fato, sinto-me então solidário e um pouco melhor do que normalmente sou. Mas sinto também que, quando um fato como este não está tão forte e presente na minha mente, não me vejo tão naturalmente bom, nem tão espontaneamente disposto a praticar o bem por mais simples que seja.

Me lembrei do ensinamento de Aristóteles escrevendo em Ética a Nicômaco: “as virtudes são pois, de duas espécies, a intelectual e a moral, a primeira, por via de regra, gera-se e cresce graças ao ensino – por isso, requer experiência e tempo; enquanto a virtude moral é adquirida em resultado do hábito. Não é pois por natureza, nem contrariando a natureza que as virtudes se geram em nós. Diga-se, antes, que somos adaptados por natureza a recebê-las e nos tornamos perfeitos pelo hábito”.

Sempre me pego pensando, o quanto ainda devo praticar para adquirir o hábito...


Enéas Martim Canhadas
Fonte: Site Portal do Espírito em 12/10/2005 – http://www.espirito.org.br/