Do capítulo 24 – Não coloqueis a candeia sob o alqueire –, item 7, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, colhemos essa pérola:
“O Espiritismo vem hoje lançar luz sobre uma multidão de pontos obscuros; entretanto, não a lança inconsideradamente. Os Espíritos procedem nas suas instruções com uma admirável prudência; não foi senão sucessiva e gradualmente que abordaram as diversas partes conhecidas da doutrina e é assim que as outras partes serão reveladas à medida que o momento tenha chegado para fazê-las sair da sombra. Se a tivessem apresentado completa desde o início, ela não teria sido acessível senão a um pequeno número; teria mesmo assustado os que para isso não estavam preparados, o que teria prejudicado a sua propagação. Se, pois, os espíritos não dizem ainda tudo ostensivamente, não é porque haja na doutrina mistérios reservados a privilegiados, nem que coloquem a candeia sob o alqueire, mas porque cada coisa deve vir no seu tempo oportuno; eles deixam a uma idéia o tempo de amadurecer e se propagar antes de apresentarem um outra, e aos acontecimentos o de lhe preparar a aceitação.”
O trecho nos chama a atenção ao pensarmos nos vôos intelectuais que todos temos, os espíritas, diante das questões doutrinárias e hipóteses levantadas diante dos fatos extraordinários que ocorrem no cotidiano da vida e que nem sempre encontramos as respostas. Isso, principalmente nos avanços da tecnologia, das conquistas tecnológicas e científicas de alto padrão, como ocorre atualmente.
As teorias sobre origem e expansão do universo, por exemplo, ou mesmo dos universos paralelos, entre outros empolgantes temas, abrem-nos a visão e colocam-nos diante de perspectivas e possibilidades antes nunca imaginadas, especialmente diante da grandeza da Doutrina Espírita, que nos aponta imensas áreas de entendimento e interpretação.
Todavia, falta-nos ainda a revelação do componente espiritual que nos respondam a intrigantes questionamentos que as novas descobertas da ciência nos apresentam.
Muitas vezes agimos com pressa, precipitação, provocando inclusive opiniões sem bases que ocasionam divisões. Entretanto, há que se prestar muita atenção na observação acima transcrita:
“(...) outras partes serão reveladas à medida que o momento tenha chegado (...) cada coisa deve vir no seu tempo oportuno (...)”
Os negritos são nossos e desejamos refletir sobre a extensão de tais advertências. Tudo virá a seu tempo, de acordo com a evolução que alcancemos. Portanto, cabe a nós mesmos, avançar para conquistar tais revelações, a seu tempo...
Para não ficarmos apenas em cogitações vazias ou entregues a disputas tolas que só causam divisões.
Orson Peter Carrara
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