Quem se prepara em demasia para o futuro, acaba não vivendo o presente, nem tendo um passado para se orgulhar, aguardando um futuro acompanhado da velhice, onde as vibrações não serão as mesmas, nem mesmo os prazeres serão iguais aos da mocidade, até mesmo o sabor das frutas lhe serão amargas e mal digeridas pela falência dos dentes, é claro que para todas as regras sempre há exceções.
Porque se preparar tanto para uma fase decadente, num futuro que não se sabe exatamente como seria, onde a velhice e o tempo da aposentadoria é bem mais curto que uma existência inteira de muita vigorosidade quando se pratica esportes com muitas esperanças no coração, contra uma velhice de pouco empenho e poucas atividades pela falta de interesse da própria idade.
Como não temos como saber o dia de amanhã é interessante que se procure uma certa estabilidade, pois quando as atividades são reduzidas junto com nossa vontade é a hora de nos abastarmos de nossas reservas, justamente a que fizemos numa fase muito operante de nossas vidas.
Enquanto outros nem sequer conseguem fazer o bastante para o seu dia-a-dia, não devemos nos descabelar pelo insucesso, porque não há nada melhor que um dia após o outro para que tudo se ajeite e nem por isso deixar de viver, como um penitenciado passando por própria vida, sem fazer nada de interessante em nome de uma economia escassa.
Como bola de cristal é ficção, não dá para saber como será nosso próximo minuto de vida, temos que saber separar o supérfluo, mesmo que seja diminuto com inteligência saber aproveitá-lo, para que num futuro outros não briguem pela partilha daquilo que deixamos em nome de uma economia descabida, quando pensávamos num futuro que talvez nem chegue acontecer, onde outros pouco valor darão a tudo que foi feito com muito sacrifício.
Caso fôssemos enumerar através da Historia, muitos autores não completaram suas obras ficando par seus sucessores suas conclusões, quantos projetos obras não dependiam de seus autores, ficando o mundo reclamando por suas conclusões sem conhecer seu valores cujo autores jamais retornarão.
Devemos pensar em viver, com muita responsabilidade, uma vez que a vida é muito curta e nossa bagagem acumulada ficará por aqui mesmo, enquanto boas idéias continuarão seus percursos, beneficiando quem delas necessite, diferente do material que mofa e apodrece.
Viva hoje, porque o amanhã ninguém tem conhecimento do que vai ser, apenas sabemos os nossos limites, que também podem ser truncados a qualquer momento pelos mais variados motivos, portanto, somos a incerteza vivendo, até que sejamos chamados a um vôo bem superior.
Haroldo Salleti - Jornal Espírita - junho/08
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