Recebemos um e-mail que relata que o marido é egoísta, insensível e não permite que ela tenha amizade com ninguém, nem mesmo com os familiares. Ela diz que tem 18 anos de casamento e dois filhos, mas não suporta mais e está pensando em se separar dele. Ela sente que tem uma missão a cumprir mas não sabe claramente o que é essa missão. Ela faz tratamento para depressão e tem tentado mostrar ao marido o amor e o perdão, mas ele não entende ou não quer entender.
Tivemos que sintetizar o seu e-mail porque era muito longo, mas colocamos o essencial. Mas, prezada amiga, é muito difícil mudar as pessoas. Há casos que somente a dor e o tempo conseguem mudar. Entretanto, será que seu marido era diferente na época do namoro e noivado?
Será que você não percebeu essas nuanças ruins do caráter dele mas pensou que poderia mudá-lo? Logicamente não estamos querendo aumentar o seu sofrimento, mas apenas demonstrar que não raro somos os construtores da nossa infelicidade.
Parece-nos que o principal do seu e-mail é saber a nossa opinião sobre a sua vontade de se separar dele. Pensamos que você tem todo o direito. Ninguém pode aguentar por muito tempo ser maltratada, espezinhada, e parece-nos que 18 anos é muito tempo.
Você só precisa estar certa de que o pensamento íntimo de uma missão a cumprir não seja a de transformá-lo, porque neste caso você terá que tirar isto da sua cabeça ou vai sentir-se fracassada. Somos de opinião que você, decidindo-se a permanecer com ele, exponha as suas condições, de ser tratada com dignidade, ter o direito de fazer amizades e especialmente relacionar-se com a sua família.
O fato dele ser evangélico, como você citou, não muda muito as coisas, pois nenhuma religião dá direito ao marido de escravizar a esposa. Não podemos lhe dizer faça isso ou faça aquilo, porque a decisão precisa ser sua, mas acreditamos que lhe demos muito material para reflexão.
Na visão da Doutrina espírita qual é a resposta ou como proceder com meu filho usuário de drogas. Eu me pergunto, porque o meu filho, porque comigo. As vezes ele me parece ter aversão por mim, e muitas vezes fico pensando, será que é somente os efeitos da droga? será que não tem nada haver com a parte espiritual?
Prezada amiga. Sentimos a dramaticidade da sua pergunta e como você está sofrendo, por isso você tem a nossa solidariedade. A visão da Doutrina Espírita é especialmente os desajustes humanos.
Nossa juventude vive assediada pelos traficantes de drogas e pelos amigos já envolvidos com a dependência. Você pergunta como proceder com seu filho, e a resposta é: com muito amor, paciência, tolerância, mas firmeza. Não adianta ficar brigando, xingando, fazendo ameaças que nunca serão cumpridas, como expulsar de casa, entregá-lo à polícia.
Na questão da aversão certamente é porque você tenta restringi-lo, impedi-lo de se drogar, o que aliás você deve continuar fazendo. Se necessário obrigue-o a um tratamento. Com certeza há influenciações de espíritos inferiores que foram dependentes na Terra, e que ainda são dependentes no espaço, mas com certeza foram atraídos pelo procedimento do seu filho. Eles podem levar pessoas de caráter fraco ao vício, mas é mais comum se juntarem aos já viciados. Entretanto, te aconselhamos a procurar os Narcóticos Anônimos, que a exemplo dos Alcoólicos Anônimos, tem reuniões para familiares e dependentes, que dividem o peso do sofrimento, e ensinam como lidar com o dependente. Pode haver alguma coisa do passado influindo na aversão, mas acreditamos que é muito mais relacionado com o agora.
Na minha vida, procuro fazer o bem para que tenha paz e não sofra mais no futuro. Será que estou fazendo a coisa errada, já que sei que se deve fazer o bem sem intenções? Mas, ao mesmo tempo que penso isso, na inferioridade em que me encontro, a única coisa que me impulsiona a fazer o bem é acreditar que assim estarei livre de dores e sofrimentos. Como devo agir, que devo pensar?
Não vemos nada negativo no fato de você fazer o bem para não sofrer no futuro. A maioria das pessoas que fazem o bem, tem uma segunda intenção. As vezes é o medo de ir para o inferno. No caso dos espíritas, muitos temem o chamado umbral, revelado por André Luís, ou mesmo futuras reencarnações em sofrimentos.
É errado? Acreditamos que não. Errado é fazer o mal, ser indiferente com a sorte do próximo. Hoje você faz esforços muito grandes para fazer o bem. Um dia você fará naturalmente. Continue fazendo o bem e não se preocupe com a motivação.
Fazer o bem é ginástica do espírito. Assim como a ginástica física nos proporciona, com sacrifício, um corpo elástico, adequado, a ginástica espiritual deixa-nos espiritualmente em forma.
Do mesmo modo que é preciso dedicação, sacrifício no início da nossa preparação física, não são menores os esforços para a prática da ginástica espiritual. Todo o bem que você faz hoje por medo de sofrer, um dia você fará naturalmente, sem qualquer pensamento preconcebido.
Quero saber se os espíritos podem interferir na vida de um casal a ponto de fazer com que um nunca veja o outro com bons olhos?
Isto é possível sim, porque somos todos médiuns e sujeitos a sofrer a influência dos espíritos, contudo, afirmar isto é um tanto temerário, pois é preciso pesquisar primeiro, se a antipatia não é do próprio casal. Eles podem estar vivendo uma fase de decepções mútuas, de insatisfações, e fica fácil, cômodo, colocar a responsabilidade nas costas dos espíritos. Os desencarnados podem sim, fazer, por exemplo, que uma pessoa beba muito e se torne um alcoólatra, contudo, é preciso haver uma predisposição da pessoa.
É bem mais comum os espíritos atuarem sobre alguém que encontra prazer nas bebidas alcoólicas. Eles não fabricam o alcoólatra, mas se aproveitam das disposições do encarnado e exarceba o desejo por bebidas. Da mesma forma acontece com os nossos relacionamentos. Ao perceber o ciúme, a insatisfação, a decepção em um ou nos dois cônjuges, eles podem trabalhar em cima disto e exarcebar a sensibilidade.
Seria bom o casal fazer um exame de consciência e verificar se já não estão enjoados um do outro, ou se um, ou os dois, não estão se descuidando do relacionamento afetivo, e até mesmo da educação. Mesmo que haja espíritos perturbadores no lar, certamente eles se aproveitam das disposições íntimas das pessoas. O exame de consciência a que nos referimos deve ser profundo e sincero, pois, há coisas que não confessamos nem a nós mesmo. Caso seja atuação de espíritos, a solução é orar por eles, com muito amor, e não alimentar pensamentos que possam atrai-los.
PORTAL DO ESPÍRITO.
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