A compreensão, a flexibilidade e a adaptação são condições importantes em nossas vidas a fim de que possamos construir, gradativamente, o nosso bem-estar mais perene.
Lenice observou que Maria Luiza, sua nova companheira de trabalho, apresentava a fisionomia muito tensa, denotando frustração ou grande preocupação.
Aproximou-se dela e falou-lhe: − Que acontece, Maria Luiza, você parece tão tensa, tão preocupada?
− Ah, está sendo muito difícil para mim a mudança de cidade, mudança de trabalho, dificuldade em fazer novos amigos. Estou muito aborrecida. Aqui, no trabalho, só você me dá atenção, minhas vizinhas passam por mim e não me cumprimentam. Está muito difícil viver nesta cidade.
− Não Maria Luiza, você está com uma visão equivocada de nosso ambiente de trabalho e das pessoas de nossa cidade. Vamos fazer o seguinte: no intervalo, em nosso horário do almoço, vamos voltar a conversar sobre isso, está bem?
− Sim! Estou precisando da sua ajuda, Lenice.
− Pois é Maria Luiza, retomando a nossa conversa, vou recontar a você uma história que ouvi, ontem, na palestra sobre: Aceitar a Vida, que o expositor Enilton fez no Centro Espírita “Evolução”:
Em uma pequena cidade, logo na sua entrada, morava um velho que era tido como uma pessoa de muita sabedoria e bom senso por todos.
Certa feita, ele estava como de costume, em frente de sua casa, quando parou um carro e uma senhora o saudou e já lhe foi dizendo:
− O senhor mora aqui há muitos anos, certo?
− Sim!
− Estou mudando-me para cá. O senhor pode me dizer se, nesta cidade, eu encontrarei pessoas amigas, fáceis em se fazer amizades?
− Sim. Tenha certeza de que, em nossa cidade, a senhora encontrará pessoas boas, amigas, fáceis de fazer amizade. Logo a senhora estará entrosada em nossa comunidade.
− Muito obrigada! Eu sabia que iria encontrar pessoas assim. O senhor já me parece uma delas. Até logo!
Um jovem que se postava próximo do velho, disse-lhe: − Ei, vô, ela parece uma pessoa legal, né?
− Por certo, meu caro.
Passados alguns dias... Lá está o velho, na sua rotina, sentado diante da casa e o jovem ao seu lado. Pára um carro. O motorista gritou-lhe:
− O senhor mora aqui há muito tempo?
− Sim, meu jovem.
− Tive que me mudar para esta cidade. É desagradável mudar de cidade, ter que fazer novas amizades, nem sempre é fácil. Em uma cidade pequena, como esta, acho que as pessoas são “bairristas”, não aceitam fácil as pessoas novas. São orgulhosas, né?
− O senhor tem razão. Terá dificuldade em fazer novas amizades. Encontrará pessoas orgulhosas...
− Eu sabia, eu sabia que não ia ser fácil! Obrigado, farei o que for possível para me adaptar...
Partiu velozmente com o carro.
O jovem que a tudo acompanhara, olhou para o velho e lhe disse: − Vô, mas o senhor é mentiroso, pois para a mulher ou para o homem o senhor mentiu.
− Meu filho, eu não menti. Cada um deles está mostrando como aceita a vida. A jovem senhora, refletindo o que está no seu interior encontrará pessoas que são amigas, boas e ela fará amizades com facilidade. Por outro lado, o moço, que já traz a prevenção dentro de si, consequentemente tem uma dose maior de orgulho e egoísmo, terá dificuldades para relacionar-se e ter amizades. Entendeu?
− Acho que sim...
Lenice silenciou. Olhou para a amiga, que a acompanhava atenta, e perguntou:
− Então, Maria Luiza, gostou da história do velhinho?
− Gostei. Acho que tenho que reprogramar meus pensamentos e sentimentos, como disse o velhinho filósofo, preciso aprender a aceitar a vida.
Isso mesmo. Enilton, o palestrante, disse que precisamos ser compreensivos e flexíveis na vida. Desenvolvendo o melhor de nós e isso apresentando ao próximo; então, dele receberemos o melhor.
Na vida, colheremos aquilo que plantarmos.
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