quarta-feira, 13 de outubro de 2010

SENTIMENTOS QUE SURGEM

Na vida de todo ser humano ocorrem certos fenômenos psíquicos que precisam ser administrados com equilíbrio visando a própria felicidade. São inevitáveis e se constituem em formadores dos alicerces da personalidade. Trazem em si lições embutidas.

1. Sentimento de tristeza decorrente da sensação de ser ou estar fora de seu verdadeiro mundo.
É um sentimento de inadequação ao tempo e ao lugar onde se vive.
Esse sentimento pode levar algumas pessoas à tristeza, ao choro e, às vezes, à depressão. Pode oc orrer desde a infância.
É mais comum na idade adulta. Independe de se viver só ou em companhia de alguém, de se ter gerado família ou não.A administração dessa ocorrência se dá à proporção que você se sinta conectado ao Universo. Adquira a certeza de que outras pessoas também se sentem assim.Fale a alguém sobre esse sentimento. Compartilhe o que você sente, pois isso lhe trará alento. Quando você sentir aquela sensação, lembre-se de projetar a realização de alguma transformação que deva ser feita em você, cuja concretização tem sido difícil.
Pense que você conseguirá alcançar aquele encontro na medida que proporcionar sua própria transformação. Aquele sentimento lhe permitirá conectar-se à esperança de uma outra vida onde aquela felicidade é possível. Não espere até lá. Tente realizá-la aqui e agora. Continue com a esperança, mas torne-a possível.

2. Sentimento de ser só no mundo e completamente
incompreendido por ele.
Isso decorre da singularidade de cada ser humano, visto que não existe ninguém exatamente igual a outrem. Cada ser humano é um ser em si e a felicidade se torna cada vez maior quando ele descobre sua natureza essencial. Esse sentimento se consolida conforme vamos percebendo que as pessoas são diferentes entre si e que elas não correspondem ao que imaginamos que sejam. Aos poucos vamos verificando a diferença entre a imagem que formamos das pessoas e aquilo que elas são de fato. Isso nos isola uns dos outros. Quando nos sentimos incompreendidos é porque o sistema de valores que adotamos não é compatível com aquele que é vigente. A solidão que ocorre, mesmo quando estamos fisicamente acompanhados, pode nos levar ao desespero e à fuga de nós me smos, regulando com a busca de compensações externas para suprir o vazio por ela provocado. A solidão é inerente ao ser humano em face da sua condição de criatura. Todo ser humano almeja o encontro com seu criador, com a ‘mãe’ que o gerou. Quando você se sentir assim, sozinho em relação ao mundo, pense em tentar mostrar aos outros o quanto eles também estão sós quando se colocam distantes de Deus. Aproxime-se você do Criador e a solidão se ameniza. Sua felicidade é uma conquista pessoal, realizável no coletivo. 

3. Sensação de que algo iminente e absurdo vai acontecer e que será descontrolado.
Essa sensação é decorrente do medo do desconhecido e da incapacidade que temos de ter controle sobre tudo. A vida é muito mais complexa do que imaginamos e por isso temos medo. Nossa consciência é muito limitada para entender tudo e para que tenhamos uma visão mais ampla da Vida. Somos levados a restringir nossa percepção a fim de mantermos o equilíbrio psíquico. Essa sensação, consolidada pelos medos típicos da infância, na idade adulta se transfere para algo considerado sobrenatural. Esse evento costuma ocorrer quando as pessoas se encontram em momentos nos quais são submetidas a testes sob tensão. É nesse momento que a insegurança e a falta de um referencial mais sólido acontece. Quando nossas capacidades são submetidas à prova, sem termo s a certeza de que sairemos vitoriosos, aquele sentimento ocorre. Não é possível alcançarmos a felicidade se ainda nos descontrolamos diante de tais eventos. Talvez seja melhor pensar que tudo que pode ocorrer com o ser humano representa uma contribuição de Deus para que ele, ao final, alcance sua felicidade.
Para que possamos melhor administrar aquela sensação, precisamos não só enfrentar cada situação que nos aproxime dela como também fortalecer nossos laços de ligação com Deus. Temer o desconhecido é se tornar criança diante da vida que, por não compreendê-la, procura se esconder no colo materno. Lembre-se de que sua felicidade prescinde de saber tudo e de controlar tudo. Nada acontece ao ser humano que não seja para seu bem.

4. Desejo de revide a qualquer agressão ou sensação de que foi inferiorizado.
Esse sentimento ocorre com todo ser humano em decorrência de sua raiva natural quando se sente ameaçado. Ter raiva decorre de nossa herança animal que permite o afloramento do instinto de sobrevivência atiçando a defesa diante do perigo iminente. Devolver uma agressão, seja da mesma maneira que a recebeu ou de uma forma ampliada, fisicamente ou verbalmente, é natural no ser humano. Sendo ou não agredido, qualquer ser humano quando se sente exposto a uma humilhação, mesmo que não tenha havido o propósito, tende a esboçar uma reação.
Reagir é natural e necessário. Porém, é preciso aprender a reagir de uma forma que venha a concorrer para a felicidade.
Através de palavras e de sentimentos pode-se reagir sem agredir ou sem que nos sintamos superiores aos outros.
As palavras devem ser colocadas, na reação, de tal forma que promovam a percepção da dignidade de quem fala; que levem o outro a aprender alguma coisa de nobre; que permitam reflexão profunda sobre o sentido da Vida. Calar-se pode ser gerador de mágoa ou reforçador de algum complexo.
A felicidade compreende a sabedoria em responder ao que vem de fora em confronto com o que existe em nosso íntimo.

*Nas próximas postagens veremos mais sensações  psíquicas.

Felicidade sem Culpa
Adenáuer Novaes

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