quinta-feira, 21 de outubro de 2010

REENCARNAÇÃO: NÃO NASCEU NO ESPIRITISMO

A doutrina das vidas sucessivas ou reencarnação é chamada também de palingenesia, que se origina do grego palin (novo) e gênese (nascimento). Ela também foi aceita na Índia antiga, conforme se encontra nos Vedas:
"Da mesma forma que nos desfazemos de uma roupa usada para pegar uma nova, assim a alma se descarta de um corpo usado para se revestir de novos corpos."

A doutrina da reencarnação foi introduzida na Grécia por Pitágoras, o matemático famoso que deu nome ao teorema de que o quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos. Sócrates e seu discípulo Platão adotaram as idéias de Pitágoras sobre as vidas sucessivas. A escola platônica da Alexandria ensinava a reencarnação precisando a vantagem desta evolução progressiva para as condições da alma.

Há, na Antiguidade, outros adeptos da doutrina das vidas sucessivas, como Plotino (mestre de Porfírio), que a cita várias vezes no curso de suas Eneidas. É um dogma, disse ele, muito antigo e universalmente ensinado que, se a alma comete faltas, é condenada a expiá-las submetendo-se a punições nos infernos tenebrosos, depois do que é admitida a voltar em um novo corpo para recomeçar suas provas. Diz ele que:
"A providência de Deus assegura a cada um de nós a sorte que lhe convém e que é harmônica com seus antecedentes, segundo suas existências sucessivas."

Jamblico (filósofo seguidor de Porfírio) trata do mesmo assunto: "Assim as penas que nos afligem são frequentemente castigos de um pecado do qual a alma se rende culpada em sua vida anterior. Algumas vezes, a razão do castigo nos é ocultada por Deus, mas nós não devemos duvidar de sua justiça."
*Até o fim do quinto século Porfírio, Jâmblico e Proclos continuaram a obra de Plotino, à qual incorporaram outros elementos especificamente religiosos, como uma teoria de anjos, algumas práticas rituais ligadas à magia, e seguindo o mestre, Platão, uma teoria da reencarnação.

Os Gauleses acreditavam nas vidas sucessivas. Júlio César escreveu na Guerra de Gales: "Uma crença que eles buscam sempre estabelecer, é que as almas não perecem de forma alguma e que após a morte elas passam de um corpo para outro."

Os judeus tinham uma idéia muito confusa a respeito da reencarnação, mas há indícios no Talmude de que o assunto não era desconhecido dos iniciados:
"A alma de Abel passou ao corpo de Set e mais tarde ao de Moisés."
Além disso, acreditavam que o retorno de Elias sobre a Terra devia preceder o do Messias.

Também alguns padres da Igreja Católica admitiram a teoria das vidas sucessivas.
O Pe. Didon, em sua Vida de Jesus, diz o seguinte: "Então se crê, entre o povo (judeu) e mesmo nas escolas, no retorno à vida da alma dos mortos."

O sábio beneditino Dom Calmet se exprime assim em seu Comentário: "Vários doutores judeus crêem que as almas de Adão, Abraão e Phinées animaram sucessivamente vários homens de sua nação."

Contudo, entre os padres católicos, Orígenes é o que afirmou de forma mais precisa, em numerosas passagens de seu Princípios (livro 1°), a reencarnação ou renascimento das almas. Sua tese é esta: "A justiça do Criador deve aparecer em todas as coisas."
Usando seu conhecimento de hebraico, ele corrigiu a Septuaginta. Ele escreveu comentários sobre todos os livros da Bíblia.

Alguns teólogos da Igreja Católica também foram simpáticos à idéia. São Jerônimo afirma que a transmigração das almas fazia parte dos ensinamentos revelados a um certo número de iniciados.

Em suas Confissões, Santo Agostinho expressa dúvida com relação à reencarnação:
"Minha infância não sucedeu a um idoso morto antes dela?... Mesmo antes desse tempo, tinha já estado em qualquer parte? Fui alguma pessoa qualquer?"

Ainda no século quinze, o cardeal Nicolas de Cusa sustentava em pleno Vaticano a teoria da pluralidade das existências da alma e dos mundos habitados, não somente com o assentimento, mas com os encorajamentos sucessivos de dois papas: Eugênio IV e Nicolau V.

Por que, então, a Igreja Católica combate tão veementemente a doutrina da reencarnação?
concílio
Trata-se de um erro histórico. O Imperador Justiniano tomou
como esposa uma ex-prostituta, de nome Teodora. Esta, na tentativa de libertar-se de seu passado, mandou matar cerca de quinhentas antigas "colegas". Mais tarde, alertada de que havia criado para si um débito que poderia ser quitado em outras encarnações, ela se empenhou em eliminar da exegese católica toda a crença na reencarnação como se, dessa forma, estivesse eliminando, de fato, as vidas sucessivas e, por extensão, o seu débito. Seu marido mandou sequestrar o Papa Virgílio em Roma e o manteve prisioneiro durante oito anos. Nesse período, convocou um concílio ecumênico, que tomou o nome de Segundo Concílio de Constantinopla. Do total de 165 bispos presentes, 159 eram do Oriente, o que tornou fácil o trabalho do Imperador para conquistar os votos de que necessitava. Todavia, de acordo com a doutrina católica, as decisões de um concílio ecumênico somente têm valor se assinadas pelo papa e Virgílio recusou-se terminantemente a assinar o documento aprovado pelos bispos. Os Papas que o sucederam, embora se referissem ao Segundo Concílio de Constantinopla, também não o assinaram. Dessa forma, a Igreja Católica não dispõe de um documento oficial contra a reencarnação.
Nota Angel: É necessário ter um estudo mais aprofundado sobre essa versão.
*Esse texto contém alguns links para melhores esclarecimentos.
Livro:
A reencarnação é confirmada pela bíblia
Paulo Afonso da Mata Machado.

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