Qual o homem que, nas horas de silêncio e recolhimento, já deixou de interrogar a Natureza e o seu próprio coração, pedindo-lhes o segredo das coisas, o porquê da vida, a razão de ser do Universo?
Onde está esse que não tem procurado conhecer os seus destinos, erguer o véu da morte, saber se Deus é uma ficção ou uma realidade?
Não há ser humano, por mais indiferente que seja, que não tenha enfrentado algumas vezes com esses grandes problemas.
A dificuldade de resolvê-los, a incoerência e a multiplicidade das teorias que daí se derivam, as deploráveis consequências que decorrem da maior parte dos sistemas conhecidos, todo esse conjunto confuso, fatigando o espírito humano, o tem atirado à indiferença e ao cepticismo.
Entretanto, o homem tem necessidade de saber; precisa do esclarecimento, da esperança que consola, da certeza que guia e sustém.
Também tem os meios de conhecer, a possibilidade de ver a verdade desprender-se das trevas e inundá-lo com sua luz benéfica.
Para isso, deve afastar-se dos sistemas preconcebidos, perscrutar-se a si próprio, escutar essa voz interior que fala a todos e que os sofismas não podem deturpar: a voz da razão, a voz da consciência.
Assim fiz eu. Muito tempo refleti; meditei sobre os problemas da vida e da morte; com perseverança sondei esses abismos profundos. Dirigi à Eterna Sabedoria uma ardente invocação e Ela me atendeu, como atende a todo espírito animado do amor do bem.
Provas evidentes, fatos de observação direta vieram confirmar as deduções do meu pensamento, oferecer às minhas convicções umas bases sólidas, inabaláveis.
Depois de duvidar, acreditei; depois de ter negado, vi.
E a paz, a confiança, a força moral desceram sobre mim.
E a paz, a confiança, a força moral desceram sobre mim.
Eis os bens que, na sinceridade do meu coração, desejoso de ser útil aos meus semelhantes, venho oferecer aos que sofrem e desesperam.
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