quarta-feira, 27 de outubro de 2010

29º AULA- G.E.DE ESTUDOS E TRABALHOS MEDIÚNICOS

CAPÍTULO I - EVOLUÇÃO E NÃO SALVAÇÃO
1 – DOR E SALVAÇÃO

O problema da dor sempre se constituiu a principal preocupação dos homens, uma questão para a qual as Religiões sempre deram resposta, diferente em cada uma quanto à sua origem e a razão de ser, mas essencialmente idênticas quanto às causas e a solução todas indicando um único caminho: o da prática do bem e das virtudes.

Diferentes quanto às concepções humanas acerca da Divindade, da criação e do destino; idênticas quanto ao conteúdo das revelações emanadas do Plano Maior.
Fixando-nos apenas nas duas correntes principais temos que:

PARA OS PANTEÍSTAS
A dor é consequência dos desejos que a alma alimenta em relação com a matéria. Isto a separa da Divindade e a envolve no ciclo das reencarnações, submetendo-a a lei do Karma, no que está ínsito o processo da dor. O subtrair-se a ele consiste em anular os desejos relativos à matéria, na prática da renúncia, do bem, das virtudes, em consequência do que a alma voltará a reintegrar-se com Deus, assim como a gota d’água se integra na massa do oceano.

PARA OS TEÍSTAS
O homem, criado por Deus e destinado a viver no Éden uma vida beatífica e feliz, foi dali expulso e condenado a viver esta vida, com sua descendência, por castigo. Desta forma a dor é punição e castigo, resultado desse pecado original e de outros, que também constituem um desrespeito a autoridade divina.

PARA OS CRISTÃOS
Jesus é o salvador, no sentido de que ele veio ressarcir a dívida da humanidade para com o criador, restaurando a possibilidade dos homens poderem voltar a desfrutar do convívio com a divindade, na eternidade.
Jesus, para eles, é o próprio Deus encarnado: a segunda pessoa – o filho.
A ofensa dirigida a Deus que pesa sobre os homens é a do pecado original, proporcional a sua grandeza, infinita, portanto, não estando nas suas possibilidades ressarci-la.
Por isso o Altíssimo fez-se homem na pessoa do filho para, com o sacrifício na cruz, resgatar a dívida, liberando o homem desse ônus que ele não poderia eliminar.
Mas este, em vida, para poder beneficiar-se desta liberação, tem que filiar-se a Igreja, receber o batismo, submeter-se aos diferentes sacramentos, não cometer mais pecados e receber a absolvição final, através dos representantes da Igreja. Mas acima de tudo, praticar o bem, as virtudes cristãs: a caridade, a humildade, a brandura, a justiça a bondade...
Morto, sobrevive-lhe a alma que terá de aguardar a ressurreição no fim dos tempos, o juízo final, oportunidade em que a alma retomará o próprio corpo, reconstituindo a pessoa integral, após o que será reconduzido à convivência com Deus, ou condenado as penas eternas.
Isto porque a alma, segundo esta concepção, não constitui uma pessoa; a alma não pode exercer separada do corpo, todas as funções de um ser completo: não tem sensações vive apenas a vida racional. E que a ressurreição existe, provando-a pela ressurreição do Cristo, acontecida três dias após a sua morte, na qual, retomando o próprio corpo, subiu aos céus para sua gloria eterna.
Esta é a razão pela qual se designa Jesus de Salvador.

A Ciência e a Filosofia
Estas concepções correspondem ao estágio evolutivo de uma época em que o conhecimento do homem era ainda muito incipiente, fundamentado em parcos recursos, estruturado na simbologia mitológica.
Diz-se que a filosofia é a mãe de todas as ciências, porque o saber, de uma maneira geral, iniciou-se com ela.
As ciências se originaram dela sempre que se conseguiu isolar um aspecto da realidade e estudá-lo isoladamente, com método particularizado, mas compatível, concorde com o mais geral da construção do conhecimento estabelecido pela primeira.
Ciência e filosofia constituem hoje dois ramos do saber com finalidades próprias, mas compatíveis, coerentes, mutuamente apoiados, uma servindo-se da outra, para as edificações próprias. Mas, antes da filosofia, a Religião, filha da revelação, constituía o reduto do conhecimento em geral.
Dela que isolando um aspecto do conhecimento integral, formou-se a filosofia e destas as ciências, permanecendo, porém, entre elas, um liame comum que as compatibiliza, as conjuga num único fim, que é edificação do conhecimento integral.

Discordância entre Religião, Ciência e Filosofia
A discordância existente em nossos dias, entre religião, ciência e filosofia, é apenas aparente; é muito mais devido a posições irredutíveis dos dogmáticos que elegeram a metafísica como o único conhecimento desejável, e a crença como forma absoluta de fundamentar o saber, relegando a plano desprezível toda outra forma, incapacitando-se a avaliar as novas revelações que adentraram no conhecimento via ciência -  de acesso tão legítima para a revelação, quanto às outras.

Espiritismo: Restabelece a unidade
O que o Espiritismo realiza é a reconstituição da concordância. Redescobrindo os liames que unem ciência, filosofia e religião, restabelecendo a unidade, e o reconhecimento do que, para o desenvolvimento da verdade, hoje a base é o saber científico, cujas descobertas se compõem em inesgotáveis mananciais de informações; descortina um mundo ampliado em todos os seus aspectos, decomponível ao infinito no macro e no microcosmo, dando sentido as expressões infinitamente grande e infinitamente pequeno que, em seu significado, exprimem o profundo mistério com que se depara a inteligência humana em ambos os sentidos.

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