segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A INFÂNCIA DO ESPÍRITO ENCARNADO

O espírito que anima o corpo de uma criança pode ser tão desenvolvido quanto o de um adulto, ou ainda mais, caso seja mais evoluído, “pois são apenas os órgãos imperfeitos que o impedem de se manifestar. Age de acordo com o instrumento de que se serve”.

“Encarnando-se com o fim de aperfeiçoar-se, o espírito é mais acessível, durante esse tempo, às impressões que recebe e que podem ajudar seu adiantamento, para o qual deve contribuir os que estão encarregados da sua educação. (...) É, então, que se pode reformar seu caráter e reprimir suas más tendências. Esse é o dever que Deus confiou aos pais, missão sagrada pela qual terão de responder.”

Há, portanto, um período em que, mais ligado ao corpo do que propriamente encarnado, o espírito conserva-se em estado de relativa liberdade. Enquanto durar essa condição, ele tem conhecimento das coisas que se passam à sua volta e do que dizem e até pensam as pessoas que o cercam. À medida que seu corpo físico se desenvolve, porém, e coloca à sua disposição os órgãos necessários à vida na carne, sua integração ao meio ambiente e à expressão de seu pensamento, ele vai se deixando como que aprisionar pelas limitações de seu instrumento físico, de onde lhe competirá exercer sua função coordenadora, na complexa arte de viver na Terra.
Começa, portanto, a perder o uso pleno de suas faculdades de espírito em estado de liberdade. Daí em diante ele reage e participa da vida como ser encarnado, dentro do exíguo espaço mental proporcionado pelas contingências fisicas. Já não percebe mais pensamentos e emoções alheios, entendendo apenas o que lhe é transmitido através da linguagem que está aprendendo. Em compensação, começará a expressar, mesmo com seu limitado vocabulário, suas emoções e reações.
A partir dessa fase, somente quando dorme seu espírito gozará de certa liberdade, proporcionada pelo desprendimento parcial provocado pelo sono comum.

O processo da encarnação acarreta ao espírito uma perturbação “muito maior e sobretudo muito mais longa” do que o da morte. “Na morte” — como consta da questão número 339 — “o espírito sai da escravidão; no nascimento entra nela.”
Fica ele na situação de um ‘viajante que embarca para uma travessia perigosa e não sabe se vai encontrar a morte nas vagas que afronta”, de vez que “as provas da existência o retardarão ou farão avançar, segundo as tiver bem ou mal suportado”.

Fontes:
*O livro dos Espíritos
*Nossos filhos são Espíritos.

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