"Eles têm, como atribuições únicas, as de zelar pelo funcionamento harmonioso, perfeito, das Leis Divinas, fazendo a vontade de DEUS, e as de soerguer os caídos ".(1).
São notórios, para o espírita, certos pontos doutrinários da doutrina abraçada, tão logo ele penetra nos estudos com maior profundidade, quais sejam: a sua condição de espírito imortal; de infrator das Leis Divinas e, consequentemente, de que haverá de sofrer o resultado de suas faltas, que padecerá o que fez sofrer. Sabe mais que não há uma só infração que permaneça sem o correspondente corretivo. O tamanho da dor, ele se conscientiza, acha-se proporcionado à gravidade da falta. Ele veste a roupagem com estes tecidos e começa todo um esforço hercúleo para não infringir nenhum dos preceitos evangélicos.
De posse destas informações de alto teor doutrinário, ele, o espírita, dá início a todo um processo de desligamento de seu passado, de hábitos lá incrustados em seu inconsciente os quais o escravizaram há séculos e séculos, em existências transatas.
Fortalecer-se moral e espiritualmente vai constituindo-se numa necessidade imperiosa para ele. Onde buscar e encontrar a força, a reserva de energias para o propósito de “combater o bom combate”? Dentro dele mesmo - é a resposta acertada - , justamente porque dispomos dessa reserva pela condição divina existente em nós, os Espíritos, as criaturas de DEUS.
A verdade é que ignoramos essa realidade e não recorremos ao dispositivo capaz de despertar tal condição fornecida por DEUS, ao nos criar. Primeiro de tudo, diz a lógica, não se pode retirar algo do nada, ou alguma coisa onde ela não exista.
No nosso íntimo existe essa realidade - reserva de força moral, energia pura - aguardando a ordem de comando que só pode partir de nós mesmos, os donos dela. Metaforicamente, criemos uma analogia numa tentativa de explicitarmos o afirmado: uma pessoa somente nada cinquenta metros. Largada a cem metros da praia, perguntamos, deixa-se morrer antes de tentar salvar-se nadando a distância que a separa da praia? Claro que não! Nadará os cem metros ou mais! Estará impulsionada pela vontade de viver, de salvar-se da morte (Lei de Conservação).
Mas será que somente quando ameaçados pelo morte devemos e podemos recorrer a esta reserva de energias? Por que também não buscá-la para vencer as nossas imperfeições, dentre elas a preguiça, a acomodação?
Assim conscientes, então, devemos orar aos Espíritos Superiores, nossos Guias, e Eles, com certeza, e naturalmente, haverão de nos ajudar no sufocamento e desligamento do mal que existe dentro de nós. Todo Espírito traz o selo da condição humana, é real, mas, sobretudo, todo um potencial divino. Exploremo-lo, com fé!
“A prece é o orvalho divino que aplaca o calor excessivo das paixões” (2)
Daí resultando a necessidade imprescindível de a ela recorrermos para não nos deixar conduzir pelas paixões acalentadas, as quais remanescem ao menor apelo, caso permaneçamos invigilantes. Precisam ser removidas, tais paixões, substituindo-as pelos sentimentos e emoções superiores, todos eles encontrados e vivenciados pelos Espíritos que se projetam como faróis luminosos da Humanidade, como estão relatados no Espiritismo.
Devemos, através da prece, saber o que pedir. Oremos, então, ao deitar e ao acordar, todos os dias. Oremos: antes das realizações profissionais; liguemo-nos, pela prece, quando tivermos de lidar com pessoas de mal com a vida; quando a saúde periclitar; quando o lar estiver sob a ameaça de sombrio desmoronamento; para agradecer por vivermos num país que aceitou o Espiritismo e a Ele podermos nos entregar, divulgando-O através de Sua vivência em nós.
Inútil é pedir a DEUS pelo abrandamento das provas e que Ele nos propicie alegrias e riquezas. Roguemos, sim, que nos conceda os bens mais preciosos da paciência, da resignação e da fé. Peçamos pela nossa melhoria moral, pelas oportunidades de fazer o bem, pela capacitação de sermos tolerantes, compreensivos, caridosos e prontos a perdoar e amar a todos, até os que se dizem nossos inimigos.
Não percamos o nosso tempo pedindo a DEUS que nos perdoe, porque Ele não se magoa, não se ressente, não fica triste nem aborrecido. ELE, simplesmente, É. Em vez de pedirmos perdão a DEUS, peçamos a nós próprios, prometendo não incorrer nos mesmos erros que nos levaram a reencarnar na Terra, mundo onde ainda impera a violência em todas as suas formas de manifestações, seguindo os ditames do orgulho e do egoísmo, além do sexo em desalinho.
Deste modo, pensando e agindo, tenhamos a certeza de que o “Buscai e achareis”, o “Pedi e dar-se-vos-á” e o “Batei e abrir-se-vos-á” são uma realidade.
Sigamos em busca da nossa felicidade, sim, mas que empreendamos tal “viagem” de consciência tranquila, com a paz no coração, com a certeza de estarmos praticando o bem, ajudando a alguém, com a mente despojada de sentimentos de culpa, evitando, desta forma, encharcá-la de vibrações inferiores que só podem reacender os dramas, conflitos e traumas psíquicos alojados no inconsciente.
“Somos o que pensamos”, o que cultivamos no recesso de nossa casa mental.
( 1 ) “O Livro dos Espíritos”, perguntas 113, 558, 562 e 910, edição da FEB.
( 2 ) “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. XXVII, item 23, edição da FEB.
ADÉSIO ALVES MACHADO
Grupo Espírita Renascer
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