sábado, 16 de março de 2013

Origem das obsessões




 O foco central e gerador de todo processo obsessivo localiza-se na própria alma encarnada e nela estão, ao mesmo tempo, todos os elementos que lhe permitem sanear-se dessa enfermidade espiritual de extrema gravidade. Somente a atitude mental desajustada do encarnado é que sustenta os liames por onde o mal se instala e se alimenta, sendo que o espírito desencarnado, co-participante do fenômeno, é uma réplica do estado espiritual daquele que se encontra matriculado na escola terrena.
O homem que cria em si a inveja, ciúmes, ódio, e o cultivo da maledicência, liga-se a ondas mentais semelhantes, recebendo-lhe toda influenciação deletéria, abrindo-se para os processos obsessivos, a semelhança da água estagnada que serve de leito para os vermes.
Hoje atendemos a um impulso intimo para a maledicência, reunindo detalhes e pormenores do comportamento irregular de nossos semelhantes, qual se alguém nos segredasse aos ouvidos revelações respeitáveis. Sentimo-nos encantados com essa estranha e inusitada acuidade para descobrir os defeitos mais ocultos do próximo e poderemos até julgar-nos privilegiados por “ver com antecipação os males morais incubados”.
Essa acuidade, porém é inicio de uma obsessão simples se instalando em nosso foro intimo e que progredira lentamente, a medida que exercitarmos o prazer mórbido de querer saber da vida do outros e comentar os defeitos alheios.
E por que não repele o encarnado o erro?
Porque não afastam de si as montanhas de problemas e obstáculos que se acumularão a sua frente?
Desde que não nos desliguemos, por efeito de nossa vontade, do envolvimento que experimentamos e, mais ainda, se nos for agradável a vivencia debaixo da orientação nociva, o processo obsessivo se agravará lenta ou rapidamente, chegando a fascinação. Quando não admitimos estar sob a influência de vontades estranhas e nossa e nem consideramos um enfermo, a obsessão atingirá a subjugação. Quando já tomarão nosso corpo físico conduzindo-nos a autodestruição, seja pelo desencarne prematuro, seja pela internação definitiva no mundo dos alienados mentais.
É preciso que o homem renove sua medida de valores.
Enquanto se mascarar de virtuoso, acobertando-se no desalento, fingindo-se de vitima, servindo-se do prato da maledicência anunciando o mal, enquanto assim fizer, estará sempre próximo da obsessão.
Renove seus ideais, ofereça a si mesmo uma nova tabela de valores morais, vença a sim mesmo dominando suas paixões e corrigindo suas imperfeições, para entrar em simbiose com os mensageiros celestes, portadores da paz e da felicidade.

Baseado no Livro: Tratamento da Obsessão
Roque Jacintho

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