O foco central e gerador de todo processo
obsessivo localiza-se na própria alma encarnada e nela estão, ao mesmo tempo,
todos os elementos que lhe permitem sanear-se dessa enfermidade espiritual de
extrema gravidade. Somente a atitude mental desajustada do encarnado é que
sustenta os liames por onde o mal se instala e se alimenta, sendo que o espírito
desencarnado, co-participante do fenômeno, é uma réplica do estado espiritual
daquele que se encontra matriculado na escola terrena.
O homem que cria em si a inveja, ciúmes,
ódio, e o cultivo da maledicência, liga-se a ondas mentais semelhantes,
recebendo-lhe toda influenciação deletéria, abrindo-se para os processos
obsessivos, a semelhança da água estagnada que serve de leito para os vermes.
Hoje atendemos a um impulso
intimo para a maledicência, reunindo detalhes e pormenores do comportamento
irregular de nossos semelhantes, qual se alguém nos segredasse aos ouvidos
revelações respeitáveis. Sentimo-nos encantados com essa estranha e inusitada
acuidade para descobrir os defeitos mais ocultos do próximo e poderemos até
julgar-nos privilegiados por “ver com antecipação os males morais incubados”.
Essa acuidade, porém é inicio de
uma obsessão simples se instalando em nosso foro intimo e que progredira
lentamente, a medida que exercitarmos o prazer mórbido de querer saber da vida
do outros e comentar os defeitos alheios.
E por que não repele o encarnado
o erro?
Porque não afastam de si as
montanhas de problemas e obstáculos que se acumularão a sua frente?
Desde que não nos desliguemos,
por efeito de nossa vontade, do envolvimento que experimentamos e, mais ainda,
se nos for agradável a vivencia debaixo da orientação nociva, o processo
obsessivo se agravará lenta ou rapidamente, chegando a fascinação. Quando não admitimos
estar sob a influência de vontades estranhas e nossa e nem consideramos um
enfermo, a obsessão atingirá a subjugação. Quando já tomarão nosso corpo físico
conduzindo-nos a autodestruição, seja pelo desencarne prematuro, seja pela
internação definitiva no mundo dos alienados mentais.
É preciso que o homem renove sua
medida de valores.
Enquanto se mascarar de virtuoso,
acobertando-se no desalento, fingindo-se de vitima, servindo-se do prato da
maledicência anunciando o mal, enquanto assim fizer, estará sempre próximo da obsessão.
Renove seus ideais, ofereça a si
mesmo uma nova tabela de valores morais, vença a sim mesmo dominando suas paixões
e corrigindo suas imperfeições, para entrar em simbiose com os mensageiros
celestes, portadores da paz e da felicidade.
Baseado no Livro: Tratamento da
Obsessão
Roque Jacintho
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