quarta-feira, 5 de outubro de 2011

EU QUERO SER MÉDIUM

Embora muitos insistam em afirmar que a mediunidade é dívida, antes de qualquer outra coisa, baseando-se em uma afirmação de Emmanuel, (essa afirmação precisa ser melhor interpretada), na realidade, mediunidade é um sério compromisso que assumimos conscientemente antes de retornar à carne, seja por sugestão da espiritualidade superior ou por iniciativa nossa.

Mediunidade é o instrumento de nossa evolução e oportunidade de reparação de um mais que provável passado de erros. Recusá-la quando já estamos aqui, é fugir da responsabilidade, do compromisso, que assumimos no mundo espiritual, em detrimento de nós mesmos.

O Espiritismo está conosco há cento e cinquenta anos e ainda hoje a prática mediúnica claudica em muitas casas espíritas.
Não são raros os casos em que, logo na primeira visita, a pessoa é encaminhada ao desenvolvimento da sua mediunidade, mesmo não tendo nenhuma noção sobre como se processa o intercâmbio com os espíritos.
O resultado disso, inúmeras vezes, é desastroso: pessoas ficam apavoradas e com idéias erradas sobre o contato entre os homens e os desencarnados. E essa mentalidade é cultivada entre nós basicamente, pelo pouco ou nenhum estudo doutrinário, sobretudo das obras básicas.

Sabemos que o fenômeno mediúnico é um bom meio de atração para os que ainda não conhecem o Espiritismo, mas não se pode inverter a escala de valores das coisas.
O estudo, a divulgação da Doutrina Espírita e a reforma íntima, fundamentais para a vida futura do espírito imortal, devem ser as principais preocupações dos espíritas, principalmente dos dirigentes.

Milhares de pessoas, batem às portas dos centros espíritas, apresentando sintomas de mediunidade, desejando ser assistidas, a fim de se livrarem do desequilíbrio. Grande parte dos médiuns principiantes querem desenvolver a mediunidade, mesmo desconhecendo completamente o que isto significa, pois acreditam que, unicamente, na sessão mediúnica, desenvolverão sua mediunidade, seus obsessores serão doutrinados e alcançarão automaticamente o equilíbrio, a paz e a saúde. Em outras palavras, querem a conquista mágica e fácil, através do simples fenômeno mediúnico!

Grupos espíritas, sem conhecimento mais aprofundado do Espiritismo, ansiosos em aumentar o número de trabalhadores da casa, encaminham pessoas para a prática mediúnica, tão somente porque demonstram possuir mediunidade. Quando alertados, muitos dirigentes afirmam estar fazendo um ato de caridade, quando, na verdade, poderão estar promovendo uma tremenda desorganização psíquica, forçando o desenvolvimento mediúnico em pessoas despreparadas.
O erro torna-se muito mais grave, porque a pressa com o fenômeno mediúnico, torna o fenômeno mais importante que o próprio Espiritismo. E o resultado infeliz, da soma do despreparo dos dirigentes, com a persistente má vontade dos médiuns em estudar Espiritismo.

Repetimos: O estudo continuado, a divulgação incessante da Doutrina Espírita, – principalmente pelo exemplo – e a indispensável e indelegável reforma íntima, absolutamente fundamentais para a vida futura do espírito imortal, devem ser sempre as principais preocupações dos espíritas, principalmente dos seus dirigentes.

Escrito por Agnaldo Cardoso
Revista crista de espiritismo

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