Muitas pessoas, hoje em dia, casam já considerando a possibilidade, ou a certeza da separação. Não pouca vezes nos perguntam por quê? As pessoas querem saber se todos os casamentos são acertados antecipadamente no mundo espiritual, e se é verdade que ninguém casa com a pessoa errada. Contudo, o que a maioria quer saber, é porque as pessoas descasam com tanta facilidade.
Acreditamos que em primeiro lugar é devido a imaturidade emocional, psicológica. Depois, existem muitas facilidades hoje em dia, para a separação, e a mulher já não é vista com maus olhos, por ser separada. Além do que, elas vão se tornando cada vez mais independentes, a ponto de, em algumas separações, o ex-marido pedir pensão alimentícia.
Entretanto a imaturidade é um fator de peso. Os casais, geralmente muito jovens, não conseguem atravessar juntos, as primeiras tempestades do casamento e apelam para a separação.
Mas como o espiritismo vê o divórcio? É contra? Não! O Espiritismo não incentiva a separação, mas afirma que ninguém é obrigado a viver com quem lhe desagrada. Contudo, algumas vezes é necessário. O que queremos dizer é que há circunstâncias em que é impossível continuar juntos, até mesmo para se evitar situações constrangedoras, agressões e até morte. Mas casamento não é uma brincadeira em que se pode entrar e sair conforme se queira.
Todos os casamentos são combinados no plano espiritual antes do nascimento? Não. As vezes, mesmo os casamentos combinados não acontecem, porque as pessoas tem livre-arbítrio. Se todos fossem planejados, teríamos que convir que aquele que se separou e casou novamente, uma segunda ou terceira vez, teria esses casamentos planejados também.
Muitos casam com a pessoa errada. Alguns, por interesses como fortuna, segurança. Outras por paixão sexual, desejo em que o coração não participa, somente os sentidos. Outros para consolidar fortunas. São casamentos comerciais, como outrora as famílias reais casavam seus membros para fazer alianças políticas.
O casamento é durável quando as pessoas se amam e se respeitam como seres humanos individuais, com personalidade própria, desejos e vontades próprios. Quando os parceiros se valorizam e apagam um pouco do egocentrismo em favor da vida familiar.
Não raro falta espiritualidade no lar. Esquece-se, ou ignora-se a finalidade maior da vida, que é a de proporcionar o progresso, a evolução do espírito.
Há quem acuse a lei do divórcio, mas temos a certeza que onde há amor, essa lei não é, nem mesmo cogitada.
Casamento não deve ser canga, ou suplício, mas também não é brincadeira, passatempo, especialmente quando da união vierem filhos.
Amílcar Del Chiaro Filho
Panorama Espírita
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