quarta-feira, 29 de junho de 2011

A FÉ QUE TRANSPORTA MONTANHAS

Fé humana e fé divina

A fé é humana ou divina, segundo a aplicação que o homem der às suas faculdades, em relação às necessidades terrenas ou às suas aspirações celestes e futuras.(O Evangelho Segundo o Espiritismo, XIX, 12)
No Evangelho Segundo o Espiritismo, no capítulo 19, item 12, Kardec define a fé como sendo uma força de vontade direcionada para um certo objetivo, ou seja, a vontade de querer. E esta força pode ser aplicada em dois campos distintos: o material e o espiritual, conforme o objetivo proposto.

No campo material, Kardec define a fé como humana, quando ela é usada para conseguir objetivos materiais e intelectuais, como por exemplo: a construção de uma empresa, a melhoria profissional buscando novos horizontes de atuação.
Todos nós temos que ter esta fé, que é a crença em nossa própria capacidade de realizar uma tarefa material. Mas ela deve ser aliada à humildade e à racionalidade, para não se transformar em orgulho, sentimento este que nos traz ilusões sobre a nossa personalidade.

Vários exemplos de homens que realizaram grandes tarefas para o bem da sociedade, acreditando no seu próprio potencial, em vários campos de atuação, como por exemplo: a política, as ciências, os descobrimentos e também o campo empresarial.

No campo espiritual, Kardec define a fé como divina, pois ela orienta o homem na crença em uma força superior a ele e a tudo, que direciona a sua capacidade na busca de algo além do material, na descoberta do seu lado imortal. É a religiosidade, agregando a caridade, a fraternidade e a melhoria interior.

Esta fé, aliada à fé humana, espiritualiza os objetivos desta última e direciona esta força material para a satisfação da coletividade e não mais só da individualidade.

Fé cega e fé racional
A fé necessita de uma base, e essa base é a perfeita compreensão daquilo em que se deve crer. Para crer, não basta ver, é necessário sobretudo compreender.(O Evangelho Segundo o Espiritismo, XIX, 6)
Aqui vamos definir a fé que a nossa Doutrina veio propagar, que é a Fé Racional. Aquela que conforme este trecho do Evangelho Segundo o Espiritismo, veio aliar a este sentimento de crença e vontade de querer, uma qualidade própria do nosso tempo, que é a razão.
É ela quem dá uma base sólida a nossa crença, podendo encarar a ciência e o progresso a qualquer tempo. E que também nos ensina que não basta só crer ou ver, é também necessário compreender.

Isto se aplica principalmente ao Espiritismo, onde o estudo e a prática da caridade são fundamentais para um bom desenvolvimento do trabalhador espírita.
Não basta também sentir, ver, ouvir, incorporar ou falar com os espíritos, é importante compreender sua natureza, o seu ambiente, a sua ação no mundo material e no espiritual.

O que diz o Evangelho Segundo Espiritismo, que é necessários compreender antes de ver.
O perigo da fé cega, aquela que acredita sem compreender, sem questionar, pois ela é a gênese do fanatismo religioso que causou tanto mal para a humanidade, e que deve ser combatida com serenidade e racionalidade

Fé ativa e fé passiva
Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo? Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma.(Tiago 2, 14 e 17)
 A Fé sem obra não vale nada, mesmo a Fé Racional, pois só o conhecimento não salva ninguém.
É vital aplicarmos o que estamos aprendendo e o que já sabemos, mudando o mundo em nossa volta, primeiramente o nosso interior e depois a parte externa.
Não adianta nada lermos toda a Bíblia, todas as obras da codificação, todas as obras complementares, se todo este cabedal de ensinamentos não mudar o nosso espírito para melhor, transformando em obras materiais e espirituais o que aprendermos.

É o benefício que podemos fazer ao próximo, e que, com certeza, será também revertido para nós mesmos.

Espiritismo.org.

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