segunda-feira, 23 de maio de 2011

FORMAÇÃO DOS MÉDIUNS

CONTINUAÇÃO DA POSTAGEM ANTERIOR

Escolhos da prática mediúnica
Kardec destaca um fato que, ainda hoje, é causa de vulnerabilidade aos médiuns: as relações com Espíritos moralmente inferiores, principalmente com os que conservam traços de maldade. Eis o que tem a dizer a respeito:
[...] Devem [os médiuns] estar muito atentos para que tais Espíritos não assumam predomínio, porque, caso isso aconteça, nem sempre lhes será fácil desembaraçar-se deles. Este ponto é de tal modo importante [...] que, não sendo tomadas as precauções necessárias, podem-se perder os frutos das mais belas faculdades.

Mais adiante, retorna ao assunto, reafirmando que “se o médium deve fazer tudo para não cair sob a dependência dos Espíritos maus, mesmo que de forma involuntária, mais ainda deve fazê-lo para não cair voluntariamente”.

Nessas circunstâncias, a sólida base espírita do médium, associada à respeitável conduta moral, não lhe permitem dar ouvidos a ideias e informações aparentemente inócuas transmitidas por alguns Espíritos, que não têm o menor escrúpulo em assinar a comunicação com o nome de entidades veneráveis:

Todos os dias a experiência nos traz a confirmação de que as dificuldades e os desenganos encontrados na prática do Espiritismo resultam da ignorância dos princípios desta ciência [...].

O exercício mediúnico, como tudo na vida, está sujeito à lei de progresso.Nenhum médium nasce pronto, pois a mediunidade é faculdade dinâmica. Os aprendizados adquiridos pelo estudo, pela experiência e pelo esforço de perseverar no bem apresentarão os frutos, no momento propício. Nesse aspecto, é preciso considerar que os programas destinados à formação de médiuns, por melhores que sejam, não são infalíveis, visto que o médium, em si, representa um universo de aprendizado, como bem acentua Kardec:
[...] Embora cada um traga em si o gérmen das qualidades necessárias para se tornar médium, tais qualidades existem em graus muito diferentes e o seu desenvolvimento depende de causas que criatura alguma pode provocar à vontade. As regras da poesia, da pintura e da música não fazem que se tornem poetas, pintores ou músicos os que não possuem o gênio dessas artes [...].

Perda e suspensão da mediunidade
Independentemente do gênero de mediunidade que o médium possua, a faculdade “está sujeita a intermitências e a suspensões temporárias”, relacionadas a vários fatores: “O uso que ele faz da sua faculdade é o que mais influi para que os Espíritos o abandonem” .
Doença, cansaço, peso, certas provações, obsessão são outras situações que podem dificultar ou impedir o exercício mediúnico, de forma temporária ou permanente. São ocorrências facilmente compreendidas e acatadas pelo médium esclarecido.
Nessas circunstâncias, os programas de preparação de médiuns devem, necessariamente, objetivar o seu esclarecimento doutrinário e a sua melhoria moral, respectivamente com base nas lições do Espiritismo e do Evangelho. A propósito, ensina o Codificador:

Ao lado dos médiuns propriamente ditos, aumenta diariamente o número de pessoas que se ocupam com as manifestações espíritas. Guiá-las em suas observações, assinalar-lhes os obstáculos que certamente encontrarão [...] iniciá-las na maneira de conversarem com os Espíritos, ensinar-lhes os meios de conseguirem boas comunicações, tal é a esfera que devemos abranger, sob pena de fazermos trabalho incompleto.


Referências
KARDEC, Allan. O livro dos médiuns. Trad. Evandro Noleto Bezerra.

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