É comum as casas espíritas brasileiras disporem, nos dias atuais, de estudo regular da Doutrina Espírita, destinado ao esclarecimento dos futuros trabalhadores espíritas, até mesmo para os que demonstram possuir vinculações com a área da mediunidade.
Tal atividade tem como base ensinamentos fornecidos por Espíritos superiores que destacam a importância do conhecimento doutrinário.
Assim, em O Livro dos Médiuns, Segunda parte, capítulo XVII, Allan Kardec transmite importantes orientações, fundamentais à formação de médiuns, de grande valia para os médiuns iniciantes e para as pessoas que já se encontram integradas em um grupo mediúnico.
Antes de focalizarmos as ideias desenvolvidas no capítulo supracitado, recomendamos a leitura dos capítulos anteriores, fonte de dois importantes conjuntos de esclarecimentos espíritas:
1) ação, características e consequências das manifestações físicas e intelectuais dos Espíritos – capítulos I a X;
2) classificação dos médiuns, segundo a diversidade de manifestação da faculdade mediúnica – capítulos XI ao XVI.
Os principais pontos destacados por Kardec, relativos à formação dos médiuns, são indicados em seguida. Lembramos, porém, que esses pontos tiveram como referência as análises e as observações do Codificador junto aos médiuns escreventes, utilizados para ilustrar o assunto.
Como Saber se Alguém é portador de mediunidade
[...] não dispomos até hoje de nenhum meio para diagnosticar, ainda que de forma aproximada, que alguém possua essa faculdade.Os sinais físicos, que algumas pessoas tomam por indícios, nada têm de infalíveis. [...] Só há um meio de comprovar sua existência: é experimentar.
Resumo das orientações ao médium principiante
O desejo natural de todo aspirante a médium é o de poder conversar com os Espíritos das pessoas que lhe são caras; deve, porém, moderar a sua impaciência porque a comunicação com determinado Espírito apresenta muitas vezes dificuldades materiais que a tornam impossível ao principiante. Para que um Espírito possa comunicar-se, é preciso que haja relações fluídicas entre ele e o médium. [...] Só à medida que a faculdade se desenvolve é que o médium adquire pouco a pouco a aptidão necessária para pôr-se em comunicação com o Espírito que se apresente. Pode acontecer [...] que aquele com quem o médium deseje comunicar-se não esteja em condições propícias a fazê-lo, embora se ache presente, como também pode suceder que não tenha possibilidade, nem permissão para atender ao pedido que lhe é feito. Antes, pois, de pensar em obter comunicações de tal ou tal Espírito, é preciso que o aspirante se empenhe em desenvolver a sua faculdade [...]
No médium aprendiz, a fé não é condição rigorosa; sem dúvida lhe secunda os esforços, mas não é indispensável; a pureza de intenção, o desejo e a boa vontade bastam.
Uma coisa ainda mais importante a ser observada [...], é a calma, o recolhimento que se deve ter, aliados ao desejo ardente e à firme vontade de conseguir-se o que se quer [...] uma vontade séria, perseverante, contínua, sem impaciência nem desejo febricitante.
O médium principiante não deve exercitar a mediunidade isoladamente, a sós:
Outro meio, que também pode contribuir fortemente para desenvolver a faculdade, consiste em reunir-se certo número de pessoas, todas animadas do mesmo desejo e comungando na mesma intenção[...]
Continua na próxima postagem.
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