quarta-feira, 18 de maio de 2011

CORAÇÃO MATERNAL

Mãe, que te recolhes no lar atendendo à Divina Vontade, não fujas à renúncia que o mundo te reclama ao coração. Recebeste no templo familiar o sublime mandato da vida. Muitas vezes, ergues-te cada manhã, com o suor do trabalho, e confias-te à noite, lendo a página branca das lágrimas que te manam da alma ferida.
Quase sempre, a tua voz passa desprezada, como vazio rumor, no alarido das discussões domésticas, e as tuas mãos diligentes servem, com sacrifício, sem que ninguém lhes assinale o cansaço...
Lá fora, os homens guerreiam entre si, disputando a posse efêmea do ouro ou da fama, da evidência ou da autoridade... Além, a mocidade, em muitas ocasiões, grita festivamente, buscando o mentiroso prazer do momento rápido...
Enquanto isso, meditas e esperas, na solidão da prece com que te elevas ao Alto, rogando a felicidade daqueles de quem te fizeste o gênio guardião.
Quando o santo sobe às eminências do altar, ninguém te vê nas amarguras da base, e quando o herói passa, na rua, coroado de louros, ninguém se lembra de ti na retaguarda de aflição.
Deste tudo e tudo ofereceste; entretanto, raros se recordam de que teus olhos jazem nevoados de pranto e de que padeces angustiosa fome de compreensão e carinho.
No entanto, continuas amando e ajudando, perdoando e servindo...
Se a ingratidão te relega à sombra na Terra, o Criador de tua milagrosa abnegação vela por ti, dos Céus, através do olhar cintilante de milhões de estrelas.
Lembra-te de que Deus, a fonte de todo o amor e de toda a sabedoria, é também o grande anônimo e o grande esquecido entre as criaturas.
Tudo passa no mundo...
Ajuda e espera sempre.
Dia virá em que o Senhor, convertendo os braços da cruz de teus padecimentos em grandes asas de luz, transformará tua alma em astro divino a iluminar para sempre a rota daqueles que te propu seste socorrer.
Meimei
Fonte: XAVIER, Francisco C. Luz no lar. Por Espíritos diversos. 12. ed. 2. reimp.

Nenhum comentário: