quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O PORQUÊ DA VIDA .

1. Quais as consequências das idéias materialistas?

O vácuo e a obscuridade das doutrinas religiosas e os abusos que elas engendraram lançam muitos espíritos no materialismo, os quais ficam dispostos a crer que tudo acaba com a morte e que o destino do homem é desaparecer no vácuo.

Com a perspectiva do nada, quanto mais praticar a abnegação e a justiça, tanto mais a vida do homem será fértil em amargores e decepções. O egoísmo seria então a suprema sabedoria e a existência perderia toda a dignidade e grandeza.

A negação da vida futura suprime também toda a sanção moral. Desse modo, todo ato bom ou mau, criminoso ou sublime, termina com os mesmos resultados. Não existe compensação para a existência miserável, a dor, a opressão, nem há consolação para as provas, ou esperança para os aflitos.

Se tudo acaba com a morte, o indivíduo não tem nenhum motivo para constranger-se, para comprimir seus instintos e seus gostos. O bem e o mal, o justo e o injusto se confundem igualmente, se esvaem no nada, e o suicídio será sempre um meio de escapar aos rigores das leis humanas.

2. Como definir a natureza humana?

O homem participa de duas naturezas. Pelo seu corpo, pelos seus órgãos, deriva-se da matéria. Pelas suas faculdades intelectuais e morais, procede do Espírito. Digamos ainda com mais exatidão, reportando-nos ao corpo humano, que os órgãos componentes dessa máquina admirável são semelhantes a rodas incapazes de andar sem um motor, sem uma vontade que os ponha em ação. Esse motor é a alma, ligada ao corpo por um terceiro elemento, que transmite ao organismo as ordens do pensamento.

Esse elemento é o perispírito, matéria etérea que escapa aos nossos sentidos. Ele envolve a alma e a acompanha depois da morte, nas suas peregrinações infinitas, depurando-se, progredindo com ela, constituindo para ela um corpo diáfano.

3. Se Deus fez o mundo, quem fez a Deus?

Tal objeção é insensata. Deus não se vem adaptar à cadeia das suas criaturas. É o Ser universal, sem limites no tempo e no espaço; por conseguinte, é infinito e eterno. Não pode existir ser superior ou igual a Ele, fonte e princípio de toda a vida.

A existência dum plano geral, dum alvo comum, para o qual tendem todas as potências do Universo, prova a existência duma causa, duma inteligência suprema, que é Deus.

Léon Denis

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