quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

O GRANDE ENIGMA

Máteria, Força vital e Energia Mental
Duas coisas aparecem-nos à primeira vista no Universo: a matéria e o movimento, a substância e a força.
Os mundos são formados de matéria, e essa matéria, inerte por si mesma, se move.
Mas, quem a faz mover-se? Que força a anima? 
 A matéria nada mais é que a vestimenta, a forma sensível e mutável, revestida pela vida; um cadáver não pensa, nem se move.
A força é simples agente destinado a entreter as forças vitais. É, pois, a inteligência que governa os mundos, inteligência essa que se manifesta por leis sábias e profundas, ordenadoras e conservadoras do Universo.
A força gera o movimento, mas a força não é a lei. Cega e sem guia, não poderia ela produzir a ordem e a harmonia que são manifestas no Universo.
Acima da escala das forças, aparece a energia mental, a vontade, que constrói as fórmulas e fixa as leis.

Deus
De Pitágoras a Claude Bernard, todos os pensadores afirmam que a matéria é desprovida de espontaneidade, e toda tentativa de emprestar à substância inerte uma espontaneidade, capaz de organizar e de explicar a força, tem sido em vão. É preciso, pois, admitir a necessidade de um primeiro motor transcentranscendente para explicar o sistema do mundo.
A mecânica celeste não se explica por si mesma; a existência de um motor inicial se impõe.
A nebulosa primitiva, mãe do Sol e dos planetas, era animada de um movimento giratório.
Quem lhe imprimiu esse movimento?
Respondemos sem hesitar: Deus.
A linguagem humana é, entretanto, impotente para exprimir a idéia do Ser infinito.
Aliás, todas as definições são insuficientes e, de certo modo, induzem a erro; contudo, o pensamento para se exprimir precisa de termo.
O menos afastado da realidade é aquele pelo qual os padres do Egito* designavam Deus: “Eu sou”, isto é, eu sou o Ser por excelência, absoluto, eterno, e do qual emanam todos os seres.
*Antiga religião egípcia (ou mitologia egípcia) é o nome dado a religião praticada no antigo Egito desde o período pré-dinástico, a cerca de 3.000 anos a.C. até o surgimento do cristianismo. Inicialmente era uma religião politeísta por crer em várias divindades, como forças da natureza. Ao passar de séculos, a crença passou a ser mais diversificada, sendo considerada henoteísta, porque acreditava em uma divindade criadora do universo, tendo outras forças independentes, mas não iguais a este. Também pode ser considerada monoteísta, pois tinha a crença em um único deus.

Materialismo e Espiritualismo
Um mal-entendido secular divide as escolas filosóficas, quanto a estas questões.
O materialismo via no Universo somente a substância e a força.
O espiritualismo vê em Deus só o princípio espiritual. Ambos se enganam.
O mal-entendido cessará quando os materialistas virem em seu princípio e os espiritualistas em seu Deus a fonte dos três elementos: substância, força e inteligência, cuja união constitui a vida universal.

Panteísmo
Deus, tal qual o concebemos, não é o Deus do panteísmo oriental, que se confunde com o Universo, nem o Deus antropomorfo, monarca do céu, exterior ao mundo, de que falam as religiões do Ocidente. Deus é manifestado pelo Universo, mas não se confunde com este.
Etimologicamente falando, o termo panteísmo deriva das palavras gregas pan ("tudo") e teísmo ("crença em deus"), sustentando a idéia da crença em um Deus que está em tudo, ou a de muitos deuses representados pelos múltiplos elementos divinizados da natureza e do universo.Em diversas culturas panteístas, frequentemente a idéia de um Deus que vive em tudo complementa e coexiste pacificamente com o conceito de múltiplos deuses associados com os diversos elementos da natureza, sendo ambos aspectos do panteísmo.

P- Deus é um ser distinto, ou será, como opinam alguns, a resultante de todas as forças e de todas as inteligências do Universo reunidas?
R- "Se fosse assim, Deus não existiria, porquanto seria efeito e não causa. Ele não pode ser ao mesmo tempo uma e outra coisa. Deus existe; disso não podeis duvidar e é o essencial. Crede-me, não vades além. Não vos percais num labirinto donde não lograríeis sair. Isso não vos tornaria melhores, antes um pouco mais orgulhosos, pois que acreditaríeis saber, quando na realidade nada saberíeis. Deixai, conseqüentemente, de lado todos esses sistemas; tendes bastantes coisas que vos tocam mais de perto, a começar por vós mesmos. Estudai as vossas próprias imperfeições, a fim de vos libertardes delas, o que será mais útil do que pretenderdes penetrar no que é impenetrável."

Deus antropomorfo - Como surgiu esse conceito?
Antropomorfismo vem de duas palavras gregas: anthropos (homem) e morphe (forma). Portanto, um antropomorfismo é quando Deus aparece ou Se manifesta para nós em forma humana ou mesmo em características humanas atribuídas a Ele mesmo. Vemos isto por toda a Bíblia .Abaixo estão relacionados vários versos que demonstram a manifestação de Deus para nós em palavras humanas, como ações, emoções e corpo.

1. Ações humanas - mudança de opinião, lembrar, descansar

A. Êxodo 32:14, "Então o Senhor se arrependeu ["mudou sua opinião", em algumas versões] do mal que dissera que havia de fazer ao seu povo."
B. 2 Samuel 24:16, "Ora, quando o anjo estendeu a mão sobre Jerusalém, para a destruir, o Senhor se arrependeu daquele mal; e disse ao anjo que fazia a destruição entre o povo: Basta; retira agora a tua mão".
C. Gênesis 9:16, “O arco estará nas nuvens, e olharei para ele a fim de me lembrar do pacto perpétuo entre Deus e todo ser vivente de toda a carne que está sobre a terra".
D. Gênesis 2:2, "Ora, havendo Deus completado no dia sétimo a obra que tinha feito, descansou nesse dia de toda a obra que fizera".

2. Emoções humanas - dor, ciúme, zelo, piedade, compaixão, arrependimento.
A. Gênesis 6:6, "Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração".
B. Êxodo 20:5, "Não te encurvarás diante delas, nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam".
C. Juízes 2:18, "...porquanto o Senhor se compadecia deles em razão do seu gemido por causa dos que os oprimiam e afligiam".
D. 1 Samuel 15:35, "Ora, Samuel nunca mais viu a Saul até o dia da sua morte, mas Samuel teve dó de Saul. E o Senhor se arrependeu de haver posto a Saul rei sobre Israel".

3. Corpo humano - mãos, face, boca, olhos, braço.
A. Êxodo 7:5, "E os egípcios saberão que eu sou o Senhor, quando estender a Minha mão sobre o Egito, e tirar os filhos de Israel do meio deles".
B. Números 6:24, "O Senhor faça resplandecer o Seu rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti".
C. Salmos 33:6, "Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo o exército deles pelo sopro da Sua boca".
D. Salmos 34:15, "Os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os Seus ouvidos atentos ao seu clamor".
E. Salmos 89:10, "Tu abateste a Raabe como se fora ferida de morte; com o teu braço poderoso espalhaste os teus inimigos".

São na realidade figuras de linguagem que transmitem verdades teológicas sobre Deus para a humanidade. Somente quando tomadas literalmente são mal interpretadas. Tomadas como expressões metafóricas, elas fornecem, por analogia, um quadro conceptual em que o Deus que está além da nossa compreensão se torna uma pessoa a quem podemos amar.
Procurando Deus
Esse grande Ser, absoluto, eterno, que conhece as nossas necessidades, ouve o nosso apelo, nossas preces, e é sensível às nossas dores, é qual o imenso foco em que todos os seres, pela comunhão do pensamento e do sentimento, vêm haurir forças, socorro, inspiração para se guiarem na senda do destino.
Ninguém deve procurar Deus nos templos de pedra e de mármore, mas no templo eterno da Natureza, no espetáculo dos mundos que percorrem o infinito, nos esplendores da vida que se expande em sua superfície.
Devemos procurar Deus no único lugar onde realmente o encontraremos - na intimidade de nosso coração.
Bibliografias:
O grande enigma - Léon Denis
Wikipédia
O livro dos Espíritos




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