Ambos os personagens históricos usaram o raciocínio em suas áreas.
História
Albert Einstein nasceu em Ulm, pequena cidade ao sul da Alemanha, em 14 de março de 1879, dez anos após o desencarne de Allan KardecPara a Matemática e as Ciências Naturais, ele era mais do que bem-dotado, possuidor de grande intuição e habilidade lógica; porém, para as disciplinas que exigiam capacidade de memória era um fracasso.
Prêmio Nobel de Física em 1921, fugindo da Alemanha nazista, chega aos EUA em 17 de outubro de 1933, época em que se interessa por três temas: teoria da relatividade geral, teoria do campo unificado e fundamentos da mecânica quântica.
Religiosidade
"Existe uma coisa que a longa existência me ensinou: toda a nossa ciência, comparada à realidade, é primitiva e inocente; e, portanto, é o que temos de mais valioso.” Einstein.
Percebe-se na vida desse extraordinário cientista uma preocupação com os valores do espírito, levando-o a um esforço muito grande para aproximar a Ciência da Religião.
Sua fé raciocinada revelou durante toda a sua vida uma religiosidade genuína e uma integração cósmica com a realidade que transcende a diminuta realidade em que vivemos, por isso afirmou:
“A situação pode ser expressa por uma imagem: a ciência sem religião é aleijada, a religião sem ciência é cega.”
“Um conflito surge, por exemplo, quando uma comunidade religiosa insiste na absoluta veracidade de todos os relatos registrados na Bíblia. Isso significa uma intervenção da religião na esfera da ciência; é aí que se insere a luta da Igreja contra as doutrinas de Galileu e Darwin. Por outro lado, representantes da Ciência têm constantemente tentado chegar a juízos fundamentais com respeito a valores e fins com base no método científico, pondo-se assim em oposição à Religião. Todos esses conflitos nasceram de erros fatais".
Percebe-se claramente em seus conceitos uma profunda preocupação em dilatar as fronteiras da Fé e da Ciência, procurando despertar em ambas uma visão em torno do que transcende às acanhadas fronteiras estabelecidas pela vã cultura humana.
Conceitos Espíritas
O interessante é que nas observações e conceitos desse gênio da ciência surge uma incrível semelhança com os conceitos espíritas. Dá-nos a impressão de que ele os conhecia, ao menos de forma intuitiva. Suas afirmações e a sua visão de mundo são muito parecidas até mesmo na forma com que desenvolve os seus pensamentos.Vejamos alguns dos pensamentos de Einstein e de Kardec sobre a fé:
Kardec: “Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade.”
Einstein: “Pois uma doutrina que não é capaz de se sustentar à “plena luz”, mas apenas na escuridão, está fadada a perder sua influência sobre a humanidade, com incalculável prejuízo para o progresso humano.”
A linha de raciocínio seguida pelo pensamento de ambos é algo realmente surpreendente, principalmente pelo fato de exercerem atividades em campos diferentes.
Vejamos o pensamento desenvolvido por ambos sobre como reconhecer um criador:
Kardec: “Lançando o olhar em torno de si, sobre as obras da Natureza, notando a providência, a sabedoria, a harmonia que presidem a essas obras, reconhece o observador não haver nenhuma que não ultrapasse os limites da mais portentosa inteligência humana. Ora, desde que o homem não as pode produzir, é que elas são produto de uma inteligência superior à Humanidade, a menos se sustente que há efeitos sem causa.”
Einstein: “A religiosidade de um sábio consiste em espantar-se e extasiar-se diante da harmonia das leis da natureza, revelando uma inteligência tão superior que, todos os pensamentos humanos e todo seu talento, não podem desvendar. Esse sentimento desenvolve a regra dominante da sua vida, de sua coragem, na medida em que supera a escravidão dos desejos egoístas.”
Kardec revela a lei de causa e efeito atuando sobre a vida humana. Einstein a define de forma muito peculiar aos sábios:
“A vida é como jogar uma bola na parede: se jogar uma bola azul, ela voltará azul; se jogar uma bola verde, ela voltará verde; se jogar a bola fraca, ela voltará fraca; se jogar a bola com força, ela voltará com força. Por isso, nunca “jogue uma bola na vida” de forma que você não esteja pronto a recebê-la. A vida não dá, nem empresta; não se comove, nem se apieda. Tudo quanto ela faz é retribuir e transferir aquilo que nós lhe oferecemos”.
Albert Eisntein atuou na ciência sem se descuidar da importância do transcendente; Allan Kardec trabalhou o transcendente sem se descuidar da importância da ciência. Com isso, construíram um caminho para o encontro da Ciência com a Fé.
Allan Kardec foi o cientista da alma, Albert Einstein deu alma à ciência!
Essas duas admiráveis personalidades trabalharam animadas pelo mesmo espírito de compreensão, almejando o mesmo objetivo: contribuir para desenvolver nos corações humanos uma religiosidade genuína, fundamentada no conhecimento mais amplo e mais profundo da natureza humana.
É inegável que marchamos para o desenvolvimento de uma religiosidade cósmica resultante do encontro da ciência com a fé, o qual trará à lume a natureza espiritual do ser humano e o reconhecimento do Grande Autor das maravilhas do Universo.
O conhecimento espiritual de que dispomos, nós espíritas, reveste-nos da intransferível responsabilidade de estruturarmos nossos celeiros da fé raciocinada despidos do ranço remanescente das religiões dogmáticas e mesmo do ranço acadêmico, entendendo que, enquanto a Ciência prepara as inteligências para esse inevitável encontro, a nós, espíritas, compete prepararmos os corações para essa nova era que se aproxima.
Bibliografia:
“Ciência e Religião” (1939-1941) - Págs. 25 a 34. Einstein, Albert, 1870-1955 Título original: “Out of my later years.”
Escritos da Maturidade: artigos sobre ciência, educação, relações sociais, racismo, ciências sociais e religião. Tradução de Maria Luiza X. de A. Borges - RJ: Editora Nova Fronteira, 1994.
“Einstein & Kardec” – A Conexão Entre a Ciência e a Fé – Nelson Moraes – Editora Aulus Ltda. – SP - SP.
*O autor é escritor e conferencista espírita:Nelson Moraes*
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