quinta-feira, 14 de outubro de 2010

GRUPOS ESPÍRITAS

“Uma Sociedade, onde aqueles sentimentos se achassem partilhados por todos, onde os seus componentes se reunissem com o propósito de se instruírem pelos ensinos dos espíritos e não na expectativa de presenciarem coisas mais ou menos interessantes, ou para fazer cada um que a sua opinião prevaleça, seria não só viável, mas também indissolúvel. A dificuldade, ainda grande, de reunir crescido número de elementos homogêneos deste ponto de vista, nos leva a dizer que, no interesse dos estudos e por bem da causa mesma, as reuniões espíritas devem tender antes à multiplicação de pequenos grupos, do que à constituição de grandes aglomerações.”
O Livro dos Médiuns – capítulo 29 - ítem 334

Grupos harmonizados entre si têm o coração aberto aos que chegam, e tornam-se “convites vivos” para que outros participem dos ágapes de sua instituição, já constituindo essa postura afetiva um benefício expressivo no atendimento às dores alheias.
Nesses dias de definição e reajustes, a família, que deveria cumprir seu papel de núcleo educacional das virtudes superiores, perdeu seu norte pela fragilidade moral de seus membros, ficando assim a criança e o jovem, mais tarde o próprio adulto, à mercê dos fatores circunstanciais da vida para asilarem-lhe em clima educativo e formar laços de afeto estimuladores.
Nessa hora da existência surge o centro espírita qual “salvavidas” no tempestuoso mar das provações, apresentando uma proposta preenchedora de paz e estímulo a novos caminhos. A alma então começa procurar a si mesma. Travando o contato doloroso com sua intimidade, dilacerada, pobre, doente.
Por isso, as instituições espíritas, na pessoa de seus dirigentes e trabalhadores, devem se dar conta da responsabilidade que é receber e encaminhar os corações que lhe batem à porta, famintos de luz e apoio.
Em verdade, em muitos casos, as agremiações espíritas têm “cumprido” o papel de lar e família de grande parte de seus frequentadores. A dor que apresentam como “cartão de visita” nas noites de reunião é apenas o resultado de um processo de anos de solidão, desamparo, falta de orientação e carência de afeto familiar e social, adoecendo, por fim, a vida afetiva do ser.
Abracemos cada “pedinte” como nosso filho ou irmão, e ofereçamo-lhe a oportunidade de integrar a nossa família espírita, fazendo parte da nossa família espiritual, refestelando-se conosco dos banquetes de luz e Amor que o Espiritismo nos propicia, fortalecendo-o para regressar mais animado e esperançoso em dias melhores junto aos seus.
Passemo-lo o nosso bem-estar, contando as histórias felizes que inclinaram-nos às diretrizes espíritas.
Recepciona-os, valorizando.
Atende-os, orientando.
Integra-os, promovendo.
Valorização, orientação e promoção constituem um programa educacional de amplas possibilidades, e quando conseguimos vencer tais etapas sob o amplexo do afeto fraternal, ensejamos aos novos trabalhadores a coragem para o recomeço, para o “batismo” de um novo homem, para “reencarnar na encarnação” retomando seu planejamento original antes de seu regresso ao corpo carnal, resgatando seus sonhos...
O passo inicial para a composição de grupos fraternais ocorre naquele momento da recepção amiga eterna. Ali deixamos a primeira impressão de nossa família, de nosso grupamento.
Nesse instante, estamos confortando a dor do peito oprimido e a um só tempo cativando o desabrochar do futuro trabalhador.
Os elos da confiança se estabelecem e, daí para a amizade, basta somente um gesto de ternura.
Recebendo com Amor, falamos do Evangelho.
Atendendo com carinho, divulgamos o Espiritismo.
Integrando com respeito, oferecemos à vida a chance de perpetuar o ciclo, multiplicando as fontes de doação.

Laços de Afeto
WANDERLEY S. DE OLIVEIRA
DITADO PELO ESPÍRITO ERMANCE DUFAUX

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