quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

DEUTERONÔMIO CONFIRMA MEDIUNIDADE DE MOISÉS

                                       
Quem conhece o Deuteronômio, livro Bíblico sempre citado contra o Espiritismo, sabe que os seus melhores episódios são de ordem declaradamente mediúnica.
O próprio Moisés é constantemente citado como "mediador entre Deus e o povo".
A palavra "médium" é moderna, mas quer dizer o mesmo que "mediador".
A modernização dos textos bíblicos, feita por várias igrejas, chegou a incluir a palavra "médium" numa tradução clássica da nossa língua, mas somente quando aplicada para combater o Espiritismo.

O capítulo V do Deuteronômio é inteiramente mediúnico.
Mas convém lembrar que os sucessos desse capítulo são melhor compreendidos quando lemos o Êxodo, caps. 18 a 20.
Nos versículos 13 a 16, do Cap. 18, vemos Moisés diante do povo, para ser o mediador, o intérprete, o médium, entre Deus e o povo. Nos versículos 22 a 23, Cap. V do Deuteronômio, temos uma descrição de conhecidos fenômenos mediúnicos: o monte Horebe envolto em chamas, a nuvem de fluidos ectoplásmicos (materializantes), e a voz-direta de Jeová, que falava do meio do fogo, sem se apresentar ao povo.
E Moisés, como sempre, servindo de intermediário, na sua função mediúnica. Por fim, Jeová recomenda a Moisés que mande o povo embora, mas permaneça com ele, para receber as demais instruções. (Vers. 31, Cap. 5 de Deut.).
No famoso Cap. 18 de Deuteronômio, tão citado contra o Espiritismo, logo após os versículos das proibições, temos a promessa de Jeová, de que suscitará um grande profeta para auxiliar e orientar o povo. Como fazia com Moisés, o próprio Jeová promete que porá as suas palavras na boca desse novo médium.
Não obstante, sabendo que todo médium está sujeito a envaidecer-se e dar entrada a espíritos perturbadores, Jeová determina que o profeta seja morto: "se falar em nome de outros deuses".
Esta passagem (vers. 20 do Cap.18) é uma confirmação bíblica do ensino espírita de que, naquele tempo, os espíritos eram chamados "deuses". Jeová era espírito guia do povo hebreu, e por isso considerado como o seu deus, o único verdadeiro.
Mas os profetas de Jeová podiam receber outros deuses, como Baal, Apolo ou Zeus, pelo que a proibição bíblica nesse sentido é terrível e desumana, como podemos ver nos textos.
A evolução espiritual do povo hebreu permitiria a Jesus vir corrigir esses abusos e substituir a concepção bárbara de Deus dos Exércitos pela concepção evangélica do Deus-Pai, cheio de amor com todas as criaturas.

Visão Espírita da Bíblia  
J. Herculano Pires

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