A religião, como conexão com o divino, mesmo da forma tradicional como é professada, preenche uma necessidade interna de equilíbrio em face da existência da sombra e do “mal” interior.
Nesse sentido ela é instintiva, portanto inconsciente. Com isso, quero dizer que ela é necessária e fundamental para o equilíbrio psíquico.
As inconsistências percebidas pelo ser humano em face de sua incompreensão da realidade, provocadas pelas estranhezas existentes na natureza e pelos mais obscuros processos criados por Deus, geram um vazio psíquico a ser preenchido pelo sagrado.
Esse sagrado vai compensar aquelas incompreensões no ser humano. Mesmo que se criem filosofias de cunho materialista, mesmo que se negue a existência de Deus e se elimine o desejo de viver uma religião ou se racionalize a existência, ainda assim o vazio naturalmente existente na psiquê pedirá algum tipo de preenchimento.
Quanto mais polarizado o ser humano no radicalismo racionalista ou na negação do divino, mais surpreendente será sua conversão religiosa.
O ego será surpreendido em algum momento com uma fantástica experiência numinosa.
Não se pode fugir do misterioso e doce encontro com o divino.
Filosofia e Espiritualidade
Adenáuer Novaes
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