quarta-feira, 3 de novembro de 2010

EVITANDO O RESSENTIMENTO

Eficiente receita está nos ensinos do Evangelho e do Espiritismo.

Entende-se por ressentimento aquela situação na qual guardamos mágoa de alguém.
Os dicionários referem-se ao termo como o ato ou o efeito de ressentir, magoar-se com alguma pessoa, em razão de um fato anteriormente passado, criando uma onda de melindre, ofensa e sofrimento, causando muito desgaste, tristeza e melancolia.

Em relação ao pensamento Kardecista, cuja lógica retrata a transparência e o bom senso, analisamos a questão de uma forma mais profunda e equilibrada, vejamos.
Quando o ressentimento é cultivado no coração daquele que sofreu o golpe faz mal ao corpo inteiro e a toda estrutura espiritual, indubitavelmente.

Dizem os Espíritos que o ressentimento é igual aos cogumelos venenosos lançados na circulação sanguínea da alma, desestruturando o ser, deixando marcas profundas na escala evolutiva do melindrado, atrasando-o, comprometendo encarnações e variados planos de evolução e progresso espiritual.

Muitas causas colocam o ressentimento no nosso dia-a-dia, dentre as mais importantes citamos: a inimizade gratuita, os incêndios da cólera, o ciúme, a inveja, o rancor, o ódio impensado, criando ondas negativas e dardos fulminantes, que dilaceram a alma e o coração daquele que assim age.

As mágoas desenfreadas de um para o outro estabelecem feridas abertas, cujas cicatrizes ficam longe de acontecer, da mesma forma quando um dos dois seres, em uma relação seja ela qual for, não cede, nem perdoa. São fixados os clichês mentais, exalando ondas de desamor, típicas de doenças da alma, autênticas comprovações de que as almas que assim fazem são doentes, fracas, covardes e vivem ao lado da insensatez. Enfim, essas e outras tantas causas podem e fatalmente levam ao drama do ressentimento.

Como evitar, à luz do Espiritismo e da razão, este mal em nossas vidas?

Uma das orientações, dada pelos Espíritos, é aquela em que se referencia ao perdão sem limites, como referendava Jesus, nunca utilizando as armas do agressor, banhando-se nas águas do esquecimento, identificando aquele que provoca e agride e nos faz ressentir, é que é um necessitado de compreensão. Perdoá-lo é um dever do espírita cristão, nada exigindo em troca, prosseguindo mesmo que o solo seja árido, cheio de espinhos e desditas. Vale a pena exercitar a misericórdia, mesmo quando ela escasseia. Apagar o incêndio das mágoas e do ressentimento e defender o seu patrimônio moral, com vistas à inadiável evolução espiritual.

Vencer a si mesmo é o reconhecimento de que já adiantamos alguns passos, cujos caminhos encontram-se iluminados com amor e paz, projetando para um futuro melhor situações certamente mais favoráveis.

Aprendamos com Jesus a descer para ajudar, porque quando Ele assim o fazia, apresentava, sempre, uma forma eloquente e segura de subir. Os convites do Cristo sempre apontaram rumos autênticos de racionalidade e de luz, humildade e benevolência.

Allan Kardec, o insigne Codificador da Doutrina Espírita, fortaleceu a caridade como virtude essencial aos seus seguidores, como um antídoto do ressentimento.

A presença de DEUS, por fim, em nossos corações, demonstra toda e qualquer forma de confiança de que perdoaremos infinitamente aqueles que nos magoarem, convidando-nos a orar por eles, a amá-los – como o maior eixo de exortação da plenitude do Espírito a caminho da espiritualidade, envolto na plena convicção da Lei do Amor!!!


Autor: Wilmar Coelho dos Santos
em: O Clarim – Setembro/2005

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