sexta-feira, 5 de novembro de 2010

DIFERENÇAS OU DEFEITOS?


Numa mesma casa, numa mesma família, muitas vezes encontramos pessoas com semelhanças psicológicas, além dos traços fisionômicos mais ou menos parecidos.
Contudo, ao lado de grandes semelhanças, via de regra, encontramos diferenças gritantes, não só de hábitos, preferências ou vocação, mas também de comportamento.
Quando reencarnamos na Terra, normalmente, é para tentar resolver conflitos, reconstruir relacionamentos, superar animosidades, enfim, aparar as arestas na relação com Espíritos com os quais nos comprometemos no passado. Logicamente, temos de reencarnar próximos destes seres com quem temos acertos a fazer, buscando uma harmonia que baseie na compreensão e no respeito recíproco. Surge a família.
Na prática, é o dia-a-dia das dificuldades e aborrecimentos na convivência com os parentes difíceis, filhos complicados, sogras implicantes, genros problemáticos, cunhados impossíveis...
É a dificuldade de nos entendermos com gente que, afinal de contas, é tão diferente de nós!
Mas será que dá para imaginar o tédio de se viver num planeta onde todos pensassem, sentissem e fizessem tudo igual?
Não haveria diferenças de opinião, ninguém se beneficiaria de poder olhar as coisas de um ponto de vista diverso do seu, e a evolução seria muito mais lenta que já é.
Felizmente a Sabedoria Divina nos coloca lado a lado com indivíduos com quem temos o que aprender - e muito!
Se é difícil entender que o filho, primo ou irmão, não são obrigados a pensar pela nossa cabeça, a encarnação na Terra nos oferece um prazo - 20, 40, 60 ou mais anos - para que transformemos os ressentimentos em compreensão, as desavenças em diálogos civilizados, a repulsa em aceitação.
Não acontece da noite para o dia, e nem poderia ser assim.
Talvez levemos décadas para sentar à mesma mesa com um desafeto participante da nossa família carnal, para conseguir olhá-lo nos olhos sem sentimentos negativos. Mas é importante que estejamos conscientes e imbuídos do propósito de procurar um entendimento.
Pensando bem, podemos ceder em certas questões secundárias sem abdicar daquilo que somos e sem nos sentirmos vencidos numa discussão.
Conversar sem brigar, ofender e desacatar é um caminho para a harmonização do ambiente familiar.
Se o outro é diferente, não significa que seja melhor ou pior. Se muitas vezes estamos certos, não pode haver alguém mais certo que nós em muitos pontos?
Diferenças de gosto, de idéias, de atitude, nem sempre são defeitos.
É estando perto de gente diferente que progredimos mais depressa. Sempre se tem muito a ensinar - e mais ainda a aprender - quando se está aberto para interagir com pessoas cheias, inclusive, de defeitos diferentes dos nossos próprios defeitos.

RITA FOELKER
GRUPO ESPÍRITA RENASCER

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