terça-feira, 21 de setembro de 2010

REFORMA ÍNTIMA COMEÇA NO BERÇO

Muito se fala no meio espírita em Reforma íntima, e foi criado um paradigma: quem precisa e deve proceder a uma Reforma íntima é o adulto,caso já tenha se conscientizado dessa necessidade.
A criança ainda não tem o que possa ser reformado e precisa apenas ser Evangelizada. No entanto, percebemos que há muito tempo esse sistema descontínuo deixou de funcionar a contento; pois mesmo os espíritas de berço e super doutrinados não estão se saindo muito bem nas coisas da vida.


Espíritas em Depressão!?
O número deles que se encontram às voltas com a depressão, a angústia existencial, o estresse, o pânico e outras doenças que têm como pano de fundo, a pobreza ética e a falta de fé nas leis que regem a vida, não difere muito dos outros sistemas de crenças.
Boa parte não está se saindo tão bem quanto seria de se esperar para uma pessoa Evangelizada segundo princípios doutrinários tão claros e simples. Esse fato sinaliza que alguma coisa deve ser mudada.
Com certeza a falha que está atrapalhando o desempenho evolutivo não se encontra no conteúdo da Doutrina, mas na metodologia de ensino e na sua forma de aplicação prática.


Evangelizando a criança
A criança deve ser Evangelizada, isso ninguém discute; mas alguns
questionamentos são necessários: Onde? Quando? Durante quanto tempo? De que forma? Quem é o Evangelizador? O que se espera?
Como podem ser medidos os resultados? Antes ou ; depois do desencarne?
Que ninguém se melindre ou imagine que está fazendo tudo errado, apenas os questionamentos são necessários, pois nada na vida do homem está pronto.
Mesmo o Evangelho é um alicerce, uma base para nossas vidas, mas a cada dia novas descobertas e novos detalhes científicos devem ser a Ele acrescentados.
Os resultados que se obtêm na Evangelização das crianças, segundo a Doutrina dos Espíritos, são marcantes, mais práticos e funcionais, disso ninguém discorda; mesmo assim, muito pouco do potencial educativo disponível no Evangelho é bem aproveitado no dia-a-dia.


Educação Espírita
Muitos ainda são os fatores que atrapalham a criança educada no meio espírita a aplicar a Doutrina de forma simples e metódica.
Um deles: como todas as outras, a criança que cresce num lar espírita absorve parte da visão de mundo dos adultos e incorpora ao seu padrão subconsciente algumas formas arcaicas de interpretação da Doutrina, do tipo:
Os frutos da prática das diretrizes do Evangelho são para serem saboreados depois da morte; algo como ser socorrido e ir viver numa colônia espiritual com seus afins; que a vida terrena é cheia de sofrimentos, dores e aflições para provar o espírito e para expiações.
Esse tipo de engano deve ser corrigido, pois a criança passa a pensar que deve sofrer para aprender, quando não é preciso e, de forma subconsciente, até passa a inventar sofrimentos inúteis.
Aprender através do sofrimento indica falta de capacidade de discernir, pois pode-se aprender através da prática da Reforma íntima e do desenvolvimento da capacidade de fazer a caridade, perdoar e amar com prazer e alegria sem maiores dores.
A transformação voluntária sistemática é necessária para ser usada com a finalidade de melhorar a qualidade de vida neste exato momento, nem antes nem depois. Ela é capaz de propiciar a capacidade de encarar situações aflitivas como oportunidades de crescimento para o espírito.
Tudo deve ser muito prático e simples. Às vezes, basta mudar o rótulo de "problema" para "lição" que o desempenho melhora, e muito.


Responsabilidade de toda Família
A responsabilidade maior na educação e na Reforma íntima infantil é da família. Cabe a ela provar que mudar a personalidade pela vontade e pelo esforço é uma atitude mais inteligente do que mudar apenas para fugir do sofrimento. A criança também deve compreender que quando melhoramos a nós mesmos praticamos a caridade para com os outros, pois os laços que nos unem na vida em família, de um jeito ou de outro, fazem com que o problema de um se transforme no problema de vários ou de todos.
Portanto, vale a pena investir na educação íntima das crianças, pois o rescaldo dessa atitude sobra para a vida de todos os que compõem a família e, se melhora para um, melhora para todos.


Resultados de se Evangelizar
O ganho em qualidade de vida que se pode proporcionar à criança, à família e à sociedade segundo esse método é muito compensador.
Mas: Não se pode modificar aquilo que se desconhece...Mesmo entre espíritas antigos, quando recebemos um filho ou um neto para encaminhar para a vida como um homem de bem, esquecemos que está chegando nessa dimensão um espírito tão antigo quanto o nosso, tão problemático e endividado junto à justiça natural quanto nós. De forma distraída focamos apenas a identidade que o espírito assumiu desta vez e esquecemos de auscultar a sua natureza íntima.A verdadeira educação é aquela que visa educar o espírito.
Compartilhando a Reforma Intima com a criança, o adulto vai dividir e executar com ela a sua própria Reforma Intima.
Pais e filhos vão tentar juntos aplicar o Evangelho nas pequenas e constantes atitudes que se repetem no dia-a-dia.


Reforma íntima começa no Berço
Américo Marques Canhoto

Nenhum comentário: