Por muito tempo se pensou que os campos material e espiritual da Vida, por se oporem em certos aspectos, deveriam ser objeto de escolha. Dever-se-ia declarar-se materialista ou espiritualista.
Não se poderia optar por um sem desprezar o outro.
Quem optasse por viver mais declaradamente um deles, receberia a pecha* de materialista ou de espiritualista. Isso estigmatizava qualquer das escolhas. Uma opção implicava a negação da outra. Evidente que os materialistas se achavam certos, tanto quanto os espiritualistas. Agora, à luz do espiritismo, se percebe que ambos os aspectos são inseparáveis e que devem ser vividos responsavelmente, de forma integrada.
Viver a vida material com seus desafios e experiências enriquecedoras, colocando nelas o sentido espiritual, significa possibilidade maior de crescimento do que renegar a realidade do espírito e a continuidade da existência após a morte.
Da mesma forma, viver consciente da vida espiritual sem negar a importância e necessidade das experiências materiais, extraindo delas o aprendizado emocional que contêm, é ter certeza de conseguir um rico crescimento interior.
Vida material e vida espiritual são campos de realização do Espírito imortal. São impagáveis, irrepetíveis e singulares as experiências vividas em cada um dos campos. São experiências contíguas e contínuas, mas diferentes. Mesmos as sensações de se estar repetindo uma experiência diferem da real vivência anterior.
*defeito ou falha
Adenáuer Novaes
Filosofia e Espiritualidade
Uma abordagem psicológica
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