quarta-feira, 8 de setembro de 2010

A DESGRAÇA DO VÍCIO

A pior de todas as desgraças que acomete o ser humano é, sem dúvida, o vício, seja ele qual for. Não há vício bom, e só haveria se fosse possível a criatura ser viciada em amar com o amor do Cristo, isto é, vivendo de conformidade com a máxima "Fazer ao próximo o que gostaríamos que ele nos fizesse".

O vício é um flagelo que afeta o homem já na sua vida intra-uterina, gerando deformações físicas pela lei da hereditariedade, quando os pais já são tomados por ele, irremediavelmente, transmitindo as suas consequências ao nascituro. Nesses momentos funciona a lei de causa e efeito.

Mergulhando na atmosfera terrestre, o vício tem atacado o ser humano quando ele se encontra em sua tenra idade, revestindo-se dos mais diversos aspectos. Ele penetra o ser em qualquer dos segmentos da sociedade, isto se verificando em todos os países do mundo. A sociedade sente-se minada pelo vício, estiolada porque ele também domina governantes, líderes religiosos e educadores.

Os vícios têm alterado o curso da história da criatura humana, e a violência que a ele se associa, irreversivelmente, tem sido o móvel maior que vem impondo ao homem lamentável atraso em seu progresso moral.

Parte da humanidade tem descambado para as conquistas sem esforço, sem lutas, sem sacrifícios, o que acarreta desvalorização do objetivo conquistado e frustração do conquistador.

Três aspectos se destacam dentro do panorama dos vícios: vitima milhões pelo uso da superdosagem; acidentes de trânsito diários com viciados em álcool e drogas ao volante, o que deixa criaturas sensíveis atormentadas, medrosas, com receio de sair dirigindo por aí, e, por fim, a prática alucinada do sexo desequilibrado provocando doenças de alto risco, e deixando na miséria moral tantos jovens, todos algemados às bebidas e estupefacientes.

Como decorrência desta situação surgem as faltas ao trabalho, há a queda inevitável de produção e de sua qualidade, estimando os estudiosos e pesquisadores que os prejuízos somam anualmente bilhões de dólares pela produtividade deficiente.

Nós, espíritas, que podemos fazer em prol da eliminação do vício de nossa sociedade, que perspectiva podemos deixar fixada na mente humana carente de disciplina de progresso? Sabemos que Deus sabe muito bem quando agir, às vezes duramente, como, por exemplo, no caso da AIDS, da doença da vaca louca, da febre aftosa, entre outras medidas disciplinadoras drásticas, as quais fazem refletir os que acreditam em Sua interferência. Medidas estas que visam conscientizar o homem sobre a responsabilidade no uso da energia sexual e da eliminação gradativa do consumo da carne bovina. Vai aprendendo o homem que não há necessidade de matar para comer.

Temos a nossa participação efetiva no concerto da vida, e se cada um não fizer a parte que lhe compete, Deus acionará um outro, mas a Sua vontade sempre prevalecerá. Somos, enfim, instrumentos para que a misericórdia divina se evidencie aos que raciocinam, discernem sobre a vida do espírito imortal em processo evolutivo.

Podemos e devemos minimizar, pelo menos, o tamanho, as proporções do problema, nunca admitindo que ele não tenha solução, como se estivéssemos tentando secar o mar com uma estopa. Há solução, sim,não a médio prazo, mas a longo. Devemos iniciar o combate aos vícios com determinação e confiança de que, ao fazermos ou tentarmos realizar uma obra em benefício do próximo, acharemos todo apoio divino através dos Espíritos Superiores. Apoiemo-nos, portanto, nEles, energizemo-nos no amor de Jesus, e trabalhemos em favor dos espíritos equivocados que enveredaram pela estrada enganosa do vício, numa tentativa vã de fuga de seus problemas psicológicos.

Já estamos muito bem posicionados diante da responsabilidade colocada em nossas mãos, da gravidade da situação e da necessidade de somar esforços no combate sistemático contra os vícios infelicitadores da saúde física dos humanos. É só começarmos com determinação e perseverança que os resultados irão surgindo gradativamente, a olhos vistos, porque ninguém subtrai-se à lei do progresso.

Nosso esforço não será vão, e esclarecimento espírita é preciosidade que jamais se deve postergar porque se endereça ao espírito imortal que somos todos nós.

ADÉSIO ALVES MACHADO
Escritor, Orador e Radialista.
Grupo Renascer

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