A mediunidade sempre existiu, porém as relações com o mundo espiritual têm mudado, no decorrer dos milênios.
No passado, a crença cega e a ignorância sobre a natureza do mundo espiritual gerou um relacionamento baseado em medo e obediência, em que o motivo principal eram as barganhas. Buscavam-se favores, soluções e sorte, agradando os Espíritos, e as relações com os Espíritos eram pessoais, centradas num sacerdote ou pitonisa, que detinha esta prerrogativa.
Em 1859, a publicidade de O Livro dos Médiuns deu à Humanidade terrestre o primeiro tratado sobre mediunidade, versando sobre seu conceito, tipos, desenvolvimento, etc. Fato importantíssimo, que tirou a mediunidade do terreno do obscurantismo e a colocou nas mãos de quantos se dispusessem a estudá-la e entendê-la melhor.
Contudo, no presente, é ainda esta obra pouco conhecida, inclusive entre os espíritas. A mediunidade ainda é confundida com rituais do mediunismo; persistem a ignorância, o medo e as barganhas. As relações com o mundo dos Espíritos ainda são pessoais, ou seja, a crença geral é de que só determinadas pessoas poderiam ser intermediárias entre os planos material e espiritual.
Conforme a Humanidade se esclarece, contudo percebe que a mediunidade faz parte de nossas vidas. Os casos que chegam ao conhecimento das massas, de curas e de intervenções do plano espiritual em nossa vida são mais comuns. A mediunidade vai sendo encarada com mais naturalidade e menos preconceito, o que prenuncia um futuro em que a convivência entre homens e Espíritos seja considerada tão normal quanto a convivência entre os encarnados.
A troca de favores entre encarnados e desencarnados evoluirá para a troca de conhecimentos, com o objetivo de aprendizado espiritual e progresso, e não de solucionar problemas imediatos. Nos centros espíritas, isto já é uma realidade: os Espíritos mais adiantados instruindo os encarnados, e os encarnados orientando os Espíritos mais atrasados. E os médiuns não são pessoas dotadas de misteriosos poderes especiais, mas trabalhadores comuns, pais de família, donas de casa com seus afazeres, que dedicam um pouco de seu tempo ao bonito serviço de esclarecimento ao semelhante.
O medo dá lugar ao respeito humano ditado pela fraternidade e a obediência cega desaparece, com o estudo que permite a análise das comunicações e a identificação dos Espíritos e de suas intenções, com acatamento ou não do conteúdo de suas mensagens.
Podemos, então, ser otimistas quanto ao futuro, em que a mediunidade seja reconhecida como um canal legítimo de comunicação, estreitando os laços que unem a grande família humana.
Grupo Espírita Renascer
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