quarta-feira, 14 de julho de 2010

19ª AULA- G.E.DE ESTUDOS E TRABALHOS MEDIÚNICOS

Capítulo 17
Desdobramento, Catalepsia e Letargia

Desdobramento (Sonambulismo)
O fenômeno de desdobramento espiritual, denominado também "experiência fora do corpo" ou "projeção do eu" e que Allan Kardec reconhecia com o nome de "Sonambulismo".
O médium sonambúlico (de desdobramento), segundo Kardec, é aquele "que vive por antecipação a vida dos Espíritos".
Ele desfruta da capacidade de desprender-se do seu corpo físico, deixando-o num estado de sonolência, e desloca-se no espaço apenas com seu perispírito. Durante o desdobramento, o Espírito pode sair para longe de seu corpo e visitar locais distantes, conhecidos ou não.Estes locais poderão encontrar-se em nosso plano físico ou nas esferas espirituais. Podem, também, entrar em contato com outros Espíritos, visitar enfermos, assistir Espíritos perturbados, etc.
A faculdade sonambúlica, lembra Kardec "é uma faculdade que depende do organismo e nada tem a ver com a elevação, o adiantamento e a condição moral do sujeito."
No entanto, os esforços que o medianeiro empreende em sua melhoria pessoal deverão ser responsáveis pelo tipo de atividade que irá desenvolver em "suas viagens".

Com relação ao grau de consciência, os médiuns de desdobramento podem ser classificados em três tipos: conscientes, semiconscientes e inconscientes.
Os conscientes, lembram-se perfeitamente de tudo o que realizaram durante o desdobramento, os segundos têm uma recordação relativa, mas os terceiros nada recordam.

O desdobramento pode ser ainda: natural ou provocado (magnético).
  • No natural, o médium afasta-se de seu corpo sem que seja necessária a atuação de uma outra pessoa. Pode verificar-se em função de uma enfermidade, do sono, prece ou meditação.
  • O magnético ou provocado, é aquele produzido pela ação fluídico-magnética de outra pessoa, encarnada ou desencarnada. Os médiuns adestrados são muitas vezes afastados de seu corpo por seus mentores espirituais, durante o sono físico e levados para reuniões de estudo e trabalho no mundo espiritual. Pode acontecer também, que o desdobramento seja provocado por Espíritos viciosos, que desejam envolver o medianeiro em atitudes infelizes, promovendo, muitas vezes, processos obsessivos graves.
Allan Kardec dá o nome de "êxtase" a um tipo de desdobramento mais apurado, onde a alma do médium tem maior grau de independência e pode deslocar-se para locais muito distantes.

CATALEPSIA
Caracteriza-se a catalepsia pela suspensão parcial ou total da sensibilidade e dos movimentos voluntários, acompanhada de extrema rigidez dos músculos, acarretando a conservação passiva das atitudes dadas aos membros, ao tronco ou à face. Assim, se lhe for erguido um braço, nesta posição ficará indefinidamente. Nesse estado, os olhos permanecem grandemente abertos, fixos, com semblante imobilizado, apresentando o paciente uma fisionomia impassível, sem emoção e sem fadiga.

A catalepsia pode ocorrer naturalmente, sem uma causa aparente, ou pode ser provocada (hipnotismo ou obsessão).
Neste último estado, embora o paciente não possa ter atividade alguma voluntária, age, no entanto, sob a sugestão do operador.

LETARGIA
A letargia é uma apresentação mais profunda que a catalepsia. O letárgico nada ouve, nada sente, não vê o mundo exterior, a própria consciência se lhe apaga, fica num estado que se assemelha à morte. O paciente jaz imóvel, os membros pendentes, moles e flácidos, sem rigidez alguma e, se erguidos, quando novamente soltos recaem pesadamente; sua respiração e o pulso são quase imperceptíveis, as pupilas mais ou menos dilatadas, não reagem mais à luz; o sensório está totalmente adormecido e a inércia da mente parece absoluta.

É exatamente dentro da letargia que se incluem os casos de mortes aparentes registradas no Novo Testamento (ressurreição de Lázaro, da filha de Jairo e do filho da viúva de Naim).

Vejamos agora o que disseram os Espíritos, respondendo às perguntas formuladas por Allan Kardec sobre esse interessante assunto:

"Os letárgicos e os catalépticos, em geral, vêem e ouvem o que em derredor se diz e faz, sem que possam exprimir o que estão vendo ou ouvindo. É pelos olhos e pelos ouvido que têm essas percepções?
R. Não. É pelo Espírito. O Espírito tem consciência de si, mas não pode comunicar-se." [LE - qst 422]

"Na letargia pode o Espírito separar-se inteiramente do corpo, de modo a imprimir-lhe todas as aparências da morte e voltar a habitá-lo?
R. Na letargia o corpo não está morto, porquanto há funções que continuam a executar-se. Sua vitalidade se encontra em estado latente, porém, não aniquilada. Ora, enquanto o corpo vive, o Espírito se lhe acha ligado. Em se rompendo, por efeito da morte real e pela desagregação dos órgãos, os laços que prendem um ao outro se desfazem, torna-se integral a separação e o Espírito não volta mais ao seu envoltório. Desde que um homem, aparentemente morto, volve à vida, é que não era completa a morte." [LE-423]

A CATALEPSIA E A LETARGIA
Sendo um patrimônio psíquico da criatura e não propriamente uma enfermidade, compreender-se-á que nem sempre a sua ação comprova inferioridade do seu possuidor, pois que uma vez adestrados, ambos poderão prestar excelentes serviços à causa do bem, tais como as demais faculdades mediúnicas que, não adestradas, servem de pasto a terríveis obsessões.
Um Espírito encarnado, por exemplo, já evoluído, ou apenas de boa vontade, poderá cair em transe letárgico ou cataléptico voluntariamente, alçar-se ao espaço para desfrutar o convívio dos amigos espirituais, dedicar-se a estudos profundos, colaborar com o bem e depois retornar à carne, reanimado e apto a excelentes realizações.

Bibliografia
1) Livro dos Espíritos - Allan Kardec
2) Magnetismo Espiritual - Michaelus
3) Hipnotismo e Espiritismo - José Lapponi
4) Recordações da Mediunidade - Yvonne A. Pereira
5) Diversidades dos Carismas - Hermínio C. Miranda
6) Nos Domínios da Mediunidade- André Luiz / Chico Xavier

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