sábado, 31 de janeiro de 2015

O CENTRO ESPÍRITA TEM DONO?

Dá conta de tua administração.”- Jesus. (Lucas, 16:2.) 

Procurando subsídios para uma palestra, folheava o livro Os Mensageiros(1), quando me detive de forma mais demorada no capitulo 34 intitulado “Oficina de Nosso Lar”. O que alguns anos atrás não me chamou a devida atenção ao ler o livro, desta feita me prendeu de forma especial, mais especificamente à frase em que Isidoro se dirige hospitaleiro a André Luiz: “Entrem! - A casa pertence a todos os cooperadores fieis do serviço cristão” Tal assertiva reportou-me imediatamente a um diálogo que tive com um confrade amigo meu, acerca da construção de um Centro Espírita, em que o mesmo fazia questão de afirmar a todo o momento; vou construir o meu próprio Centro. Pois não se encontrava muito à vontade na instituição a que pertencia. Tais afirmações, levou-me fazer, uma análise do assunto. 

Alguns irmãos, ao se sentirem melindrados, por algum motivo, nas instituições a que pertencem, libertam sentimentos negativos, como o egoísmo e o personalismo e saem a falar em altos brados: Vou fundar o meu próprio Centro! 
Não estou colocando em questão a iniciativa altruísta cristã de construir um Centro, mas sim a ênfase dada ao pronome possessivo MEU, que nos dá a clara ideia de posse. E estes irmãos, após terem construído os “seus Centros,” usam de forma mal disfarçada do termo MEU, para imporem regras e empecilhos aos que desejam integrar-se às tarefas enobrecedoras da casa, colocando explicitamente o personalismo nas tarefas que foram distribuídas anteriormente. 

Quando estes donos, presidentes e detentores também de outras tarefas e “cargos” da casa, são procurados por trabalhadores da instituição que discordam das suas linhas de pensamento, fazem prevalecer as suas condições de “donos de Centro” e suas opiniões se sobrepõe a tudo. Quem não estiver satisfeito que procure outra casa, aqui eu mando. Esquecem porém que um grupo espírita é um templo aberto à necessidade e à indagação de todas as criaturas, que não se resume, simplesmente, a simples propriedade particular, mas na sua profundidade maior, à condição de escola de amor cristão, de hospital, de oficina de trabalho e, especialmente, de nossos irmãos desencarnados, que trabalham para o Cristo. 

Tais lembranças reportam-me a ensinamentos de Emmanuel, no livro Fonte Viva, “Na essência, cada ser humano é servidor pelo trabalho que realiza na obra do Supremo Pai, e, simultaneamente, é administrador, porquanto cada criatura detém possibilidades enormes no plano em que moureja”. 1 - Os Mensageiros, livro da série André Luiz (FEB)

Warwick Mota

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