“Dá conta de tua administração.”- Jesus. (Lucas, 16:2.)
Procurando subsídios para uma palestra, folheava o livro Os Mensageiros(1), quando me detive
de forma mais demorada no capitulo 34 intitulado “Oficina de Nosso Lar”. O que alguns anos
atrás não me chamou a devida atenção ao ler o livro, desta feita me prendeu de forma especial,
mais especificamente à frase em que Isidoro se dirige hospitaleiro a André Luiz: “Entrem! - A
casa pertence a todos os cooperadores fieis do serviço cristão”
Tal assertiva reportou-me imediatamente a um diálogo que tive com um confrade amigo meu,
acerca da construção de um Centro Espírita, em que o mesmo fazia questão de afirmar a todo o
momento; vou construir o meu próprio Centro. Pois não se encontrava muito à vontade na instituição
a que pertencia. Tais afirmações, levou-me fazer, uma análise do assunto.
Alguns irmãos, ao se sentirem melindrados, por algum motivo, nas instituições a que pertencem,
libertam sentimentos negativos, como o egoísmo e o personalismo e saem a falar em altos brados:
Vou fundar o meu próprio Centro!
Não estou colocando em questão a iniciativa altruísta
cristã de construir um Centro, mas sim a ênfase dada ao pronome possessivo MEU, que nos dá a
clara ideia de posse. E estes irmãos, após terem construído os “seus Centros,” usam de forma mal
disfarçada do termo MEU, para imporem regras e empecilhos aos que desejam integrar-se às tarefas
enobrecedoras da casa, colocando explicitamente o personalismo nas tarefas que foram distribuídas
anteriormente.
Quando estes donos, presidentes e detentores também de outras tarefas e
“cargos” da casa, são procurados por trabalhadores da instituição que discordam das suas linhas
de pensamento, fazem prevalecer as suas condições de “donos de Centro” e suas opiniões se sobrepõe
a tudo. Quem não estiver satisfeito que procure outra casa, aqui eu mando. Esquecem porém
que um grupo espírita é um templo aberto à necessidade e à indagação de todas as criaturas,
que não se resume, simplesmente, a simples propriedade particular, mas na sua profundidade maior, à condição de escola de amor cristão, de hospital, de oficina de trabalho e, especialmente,
de nossos irmãos desencarnados, que trabalham para o Cristo.
Tais lembranças reportam-me a
ensinamentos de Emmanuel, no livro Fonte Viva, “Na essência, cada ser humano é servidor pelo
trabalho que realiza na obra do Supremo Pai, e, simultaneamente, é administrador, porquanto cada
criatura detém possibilidades enormes no plano em que moureja”.
1 - Os Mensageiros, livro da série André Luiz (FEB)
Warwick Mota
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