segunda-feira, 26 de março de 2012

SEXUALIDADE NO ESPIRITISMO

Como já falei no artigo sobre obsessão sexual, sexo é uma questão puramente pessoal, moral, que não pode ser imposta aos outros como regra geral. É preciso haver, sim, regras de conduta que norteiem nossas ações, não só na esfera sexual como social, no sentido de resguardar o direito de outrem (estupros, por exemplo). Mas, entre duas pessoas adultas e conscientes de suas ações, o sexo pode ser encarado como qualquer outra atitude da vida... ou poderia, não fosse ele tão perigoso e arrebatador.

É aí que entra a doutrina espírita, dando um norte moral para as pessoas que não querem se endividar nesta montanha-russa dos relacionamentos que contribuem em grande parte (eu chutaria em 90% dos casos) para a nossa prisão na roda do Samsara.

Veremos agora alguns textos de cunho espírita que versam sobre o tema, e que podem trazer alguma luz a pessoas de todas as religiões ou crenças, porque, independente de acreditarem ou não, nós somos espíritos vivendo uma experiência corpórea, e não o contrário. Escolho o espiritismo não por estar mais certo, afinal, tudo está contido nas regras de ouro, presentes em todas as religiões, mas é sempre bom poder ouvir tudo explicadinho, como uma mãe que tira um dia para falar de sexo com um(a) adolescente:


O Espírito que animou o corpo de um homem pode animar o de uma mulher, numa nova existência, e vice-versa?
Sim, pois são os mesmos os Espíritos que animam os homens e as mulheres.

Quando errante, que prefere o Espírito: encarnar no corpo de um homem, ou no de uma mulher?
Isso pouco lhe importa. O que o guia na escolha são as provas por que haja de passar.
(Perguntas 201 e 202 de "O Livro dos Espíritos")

LESÕES AFETIVAS

Um tipo de auxílio raramente lembrado: o respeito que devemos uns aos outros na vida particular. Caro é o preço que pagamos pelas lesões afetivas que provocamos nos outros.

Nas ocorrências da Terra de hoje, quando se escreve e se fala tanto, em torno de amor livre e de sexo liberado, muitos poucos são os companheiros encarnados que meditam nas conseqüências amargas dos votos não cumpridos.

Se habitas um corpo masculino, conforme as tarefas que foram assinaladas, se encontraste essa ou aquela irmã que se te afinou como o modo de ser, não lhe desarticules os sentimentos, a pretexto de amá-la, se não estás em condição de cumprir com à própria palavra, no que tange a promessas de amor. E se moras presentemente num corpo feminino, para o desempenho de atividades determinadas, se surpreendestes esse ou aquele irmão que se harmonizou com as tuas preferências, não lhe perturbes a sensibilidade sob a desculpa de desejar-lhe a proteção, caso não estejas na posição de quem desfruta a possibilidade de honorificar os próprios compromissos.

Não comeces um romance de carinho a dois, quando não possas e nem queiras manter-lhe a continuidade.

O amor, sem dúvida, é lei da vida, mas não será lícito esquecer os suicídios e homicídios, os abortos e crimes na sombra, as retaliações e as injúrias que dilapidam ou arrasam a existência das vítimas, espoliados do afeto que lhes nutria as forças, cujas lágrimas e aflições clamam, perante a divina Justiça, porque ninguém no mundo pode medir a resistência de um coração quando abandonado por outro e nem sabe a qualidade das reações que virão daqueles que enlouquecem, na dor da afeição incompreendida, quando isso acontece por nossa causa.

Certamente que muito desses delitos não estão catalogados nos estatutos da sociedade humana; entretanto, não passam despercebidos nas Leis de Deus que nos exigem, quando na condição de responsáveis, o resgate justo.

Tangendo este assunto, lembramo-nos automaticamente de Jesus, perante a multidão e a mulher sofredora, quando afirmou peremptório: "aquele que estiver isento de culpa, atire a primeira pedra".

Todos nós, os espíritos vinculados à evolução da Terra, estamos altamente compromissados em matéria de amor e sexo, e, em matéria de amor e sexo irresponsáveis, não podemos estranhar os estudos respeitáveis nesse sentido, porque, um dia, todos seremos chamados a examinar semelhantes realidades, especialmente as que se relacionem conosco, que podem efetivamente ser muito amargas, mas que devem ser ditas.
(Livro: Momentos de Ouro; Por Emmanuel , Francisco Cândido Xavier)

Site: saindodamatrix

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