Não é dado ao homem sondar a natureza íntima de Deus. Para compreendê-Lo, ainda nos falta o sentido próprio, que só se adquire por meio da completa depuração do Espírito, mas, se não pode penetrar na essência de Deus, o homem, desde que aceite como premissa a sua existência, pode, pelo raciocínio, chegar a conhecer-lhe os atributos necessários, porquanto, vendo o que ele absolutamente não pode ser, sem deixar de ser Deus, deduz daí o que ele deve ser.
Sem o conhecimento dos atributos de Deus, impossível seria compreender-se a obra da criação.
Esse é o ponto de partida de todas as crenças religiosas e é por não se terem reportado a isso, que a maioria das religiões errou em seus dogmas.
As que não atribuíram a Deus a onipotência imaginaram muitos deuses; as que não lhe atribuíram soberana bondade fizeram Dele cioso, colérico, parcial e vingativo.
Deus é a suprema inteligência - É limitada a inteligência do homem, pois que não se pode nem compreender tudo o que existe. A de Deus, abrangendo o infinito, tem que ser infinita e ilimitada.
Deus é eterno - Não teve começo e não terá fim. Se tivesse tido princípio, teria saído do nada ou teria sido criado por outro ser anterior. Neste caso este ser é que seria Deus.
Deus é imutável - Se tivesse sujeito a mudanças nenhuma estabilidade teriam as leis que regem o Universo.
Deus é imaterial - Isto é, a sua natureza difere de tudo o que chamamos matéria.
Deus é único - Se muitos deuses houvesse, não haveria unidade de vistas, nem unidade de poder na ordenação do Universo.
Deus é onipotente - Se não possuísse o poder supremo, sempre se poderia conceber algo mais poderoso ou tão poderoso quanto Ele.
Deus é soberanamente justo e bom - A sabedoria providencial das leis divinas se revela nas menores coisas, assim como nas maiores.
Em resumo: Deus não pode ser Deus se não com a condição de não ser ultrapassado em nada por outro ente; pois, então, o verdadeiro Deus seria aquele que o ultrapassasse em qualquer assunto. Para que tal não se dê, é preciso que Ele seja infinito em todas as coisas.
Idéias Principais:
1. Não é dado ao homem sondar a natureza íntima de Deus.
2. Sem o conhecimento dos atributos de Deus, impossível seria compreender-se a obra da criação.
3. Na impotência que se encontra o homem de compreender a própria essência da Divindade, não pode fazer dela senão uma idéia aproximada.
4. A sabedoria providencial das leis divinas se revela em todas as coisas, o que nos permite não duvidar da Justiça nem da Bondade de Deus.
Fontes Complementares:
- O Livro dos Espíritos. Allan Kardec - questões 10 a 13.
- A Gênese. Allan Kardec - cap. 2, itens 8 a 19.
- Caminho, Verdade e Vida. Francisco Cândido Xavier/Emmanuel - cap. 74.
- Justiça Divina. Francisco Cândido Xavier/Emmanuel - cap. Infinito Amor, Sabes Disso, Lei do Mérito.
- Nas Pegadas do Mestre. Vinícius - cap. Pai perdoa-lhes, Pai Nosso, O nosso Deus, Justiça e Misericórdia.
- Lampadário Espírita. Divaldo Pereira Franco/Joanna de Angelis - cap. 2.
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