segunda-feira, 4 de julho de 2011

AS PROMESSAS

Em algumas religiões, é habitual o pagamento de promessas, seja ir a pé até determinado local, acender velas, fazer uma procissão de joelhos, etc.

Muitas dessas pessoas, só Deus sabe a aflição em que se encontravam para sentirem a necessidade de prometer algo, como é lógico, nesta e em todas as situações está completamente fora de questão julgá-las.

Mas parando para pensar sobre as promessas, não será essa uma forma de comércio ou de chantagem com Deus?

Estamos a dizer a Deus que se formos atendidos na nossa aflição pagamos de determinada maneira, (estamos a tentar pagar os "favores" de Deus"), ora o que conta não é o que prometemos, mas sim a fé com que pedimos, os espíritos evoluídos são atraídos por sentimentos puros e se estiver ao alcance deles, com toda a certeza que ajudam, independentemente da pessoa estar a pedir a Deus, ao santo x ou y.

Podem argumentar alguns que ir a pé a determinado local é um sacrifício para mostrar a Deus a gratidão pelo que lhes foi concedido, bom, de fato é muito difícil ir a pé uma série de dias ao frio e/ou ao calor, mas se sentem a necessidade de agradar a Deus através de promessas não seria mais do Seu agrado que lhe prometêssemos algo de não material, como por exemplo não ser mais má língua, ou fazer as pazes com aquela determinada pessoa da família, domar os maus impulsos, etc?
Possivelmente estas são ainda mais difíceis e contribuíam ativamente para a nossa evolução, para nos transformar em alguém melhor.

Esta prática, ainda muito corrente, se explica pela sedimentação cultural de algumas práticas milenares. Antes, ofereciam-se oferendas aos deuses, para que fossem apaziguadas as suas fúrias que, na maioria das vezes, nos custavam as vidas. Depois, por uma questão de poder, houve uma nítida conveniência em aproveitar, para o culto monoteísta, essa prática mergulhada no obscurantismo da ignorância.

Hoje em dia, em algumas religiões são os próprios sacerdotes que advertem para o exercício da reforma interior em deterimento do sacrifício estritamente material.

Já estamos libertos da fé cega medieval. Somos mais responsáveis porque mais conhecedores e, por isso, mais conscientes. Há que sacudir as práticas antigas que intuimos não fazerem sentido mas que teimamos em manter apenas "porque sim".

Blog de Espiritismo

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