quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

QUEM É JESUS?

                          

Na Terra, Jesus é considerado Deus pela Igreja, profeta para as religiões orientais e um simples mortal, para outros.
 Os judeus julgavam, à sua época, fosse ele a ressurreição de João Batista, Elias, Jeremias, ou algum dos profetas (Mateus, 16:13).
 Ramatis, através do médium Hercílio Maes, classifica-o, numa de suas obras, como o médium do Cristo, fazendo distinção entre uma e outra pessoa.

A Igreja católica, apostólica, romana, a partir do Concílio de Nicéia, em 325, considera Jesus um dos integrantes da Santíssima Trindade, conferindo-lhe portanto o status de um Deus. 
No entanto, a declaração de Nicéia está em contradição formal com as opiniões dos apóstolos e com as próprias palavras de Jesus. Enquanto todos acreditavam no Filho criado pelo Pai.

"Se me amásseis, certamente havíeis de folgar que eu vá para o Pai, porque o Pai é maior do que eu" (João, 14:28);

"A mim, a quem o Pai santificou e enviou ao mundo, por que dizeis vós "Tu blasfemas", por eu ter dito que sou Filho de Deus?" (João, 10:36);

"Por esse motivo, os Judeus perseguiam a Jesus e queriam matá-lo, isto é, porque fizera tais coisas em dia de sábado. - Mas Jesus lhes disse: Meu Pai trabalha até ao presente e eu também trabalho" (João, 5:16);

"Por que me chamais bom? Ninguém é bom, senão Deus, unicamente" (Lucas, 18:19);

"Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma. Não busco a minha vontade, mas a vontade d' Aquele que me enviou" (João, 5:30);

"Se Deus fosse vosso Pai, vós me amaríeis, porque foi de Deus que saí e foi de sua parte que vim; pois não vim de mim mesmo, foi Ele que me enviou" (João, 8:42);

"Aquele que vos ouve a mim me ouve; aquele que vos despreza a mim me despreza; e aquele que me despreza despreza aquele que me enviou" (Lucas, 10:16);

"Procurais tirar-me a vida, a mim que sou um homem, que vos tenho dito a verdade que de Deus ouvi" (João, 8:40);

se assim que jamais o Cristo ou os apóstolos lhe atribuíram a condição de divindade.

Ele seria, portanto, um homem?

Para os rustenistas, seguidores da obra de J. B. Roustaing, que publicou em 1866 o livro "Os Quatro Evangelhos", Jesus não é Deus nem homem. Ensina a doutrina contida no livro publicado por Roustaing que o Nazareno não possuiu um corpo como o nosso, pois que tinha tão-somente um corpo fluídico. Teria sido, portanto, um agênere, um Espírito materializado, o que ajudaria a explicar uma série de fenômenos e o seu desaparecimento da face da Terra dos 12 aos 30 anos.
Mas tal doutrina transformaria num engodo, numa simulação seu nascimento, a gravidez de Maria, seus sofrimentos diante do Calvário, como Kardec ressalta em "A Gênese", cap. 15, item 66:

"Se tudo nele fosse aparente, todos os atos de sua vida, a reiterada predição de sua morte, a cena dolorosa do jardim das Oliveiras, sua prece a Deus para que lhe afastasse dos lábios o cálice das amarguras, sua paixão, sua agonia, tudo, até ao último brado, no momento de entregar o Espírito, não teria passado de vão simulacro..."

Jesus é, para o Espiritismo, o sol que ilumina e reorienta o pensamento humano.
Léon Denis diz que Jesus "ascendeu à eminência final da evolução" e o conceitua como "governador espiritual deste planeta".  As religiões orientais de um modo geral admitem que Jesus foi um grande profeta
Ensina Emmanuel (“A Caminho da Luz”, cap. 1):
 
“Rezam as tradições do mundo espiritual que na direção de todos os fenômenos, do nosso sistema, existe uma Comunidade de Espíritos Puros e Eleitos pelo Senhor Supremo do Universo, em cujas mãos se conservam as rédeas diretoras da vida de todas as coletividades planetárias. Essa Comunidade de seres angélicos e perfeitos, da qual é Jesus um dos membros divinos, ao que nos foi dado saber, apenas já se reuniu, nas proximidades da Terra, para a solução de problemas decisivos da organização e da direção do nosso planeta, por duas vezes no curso dos milênios conhecidos. A primeira verificou-se quando o orbe terrestre se desprendia da nebulosa solar, a fim de que se lançassem, no Tempo e no Espaço, as balizas do nosso sistema cosmogônico e os pródromos da vida na matéria em ignição, do planeta, e a segunda, quando se decidiu a vinda do Senhor à face da Terra, trazendo à família humana a lição imortal do seu Evangelho de amor e redenção”.

 Allan Kardec, comentando a resposta dada à pergunta 625 d' O Livro dos Espíritos :

"Qual o tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem, para lhe servir de guia e de modelo?

R.: Vede Jesus"
"Jesus é para o homem o tipo da perfeição moral a que pode aspirar a humanidade na Terra. Deu nô-lo oferece como o mais perfeito modelo, e a doutrina que ele ensinou é a mais pura expressão de sua lei, porque ele estava animado do espírito divino e foi o ser mais puro que já apareceu sobre a Terra".

Astolfo O. de Oliveira Filho - De Londrina, PR

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