sexta-feira, 29 de outubro de 2010

ARREPENDIMENTO, EXPIAÇÃO E REPARAÇÃO

São as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e suas consequências.
O arrependimento é o primeiro passo para a regeneração; não é suficiente, porém; fazem-se necessárias a expiação e a reparação.

O arrependimento
Suaviza as dores da expiação, e pela esperança prepara os caminhos da reabilitação; só a reparação, porém, poderá anular o efeito, destruindo a causa.
O perdão é uma graça e não uma anulação.
O arrependimento poderá dar-se em qualquer lugar e em qualquer tempo; se for tardio, mais longo será o sofrimento.

A expiação
Consiste nos sofrimentos físicos e morais, consequências das faltas cometidas, nesta vida ou na espiritual ou em nova existência corpórea, até que se apaguem os vestígios da falta.
A reparação
Consiste em fazer o bem a quem se fez o mal. Quem não repara nesta vida as faltas cometidas, por impossibilidade ou má vontade, achar-se-á, numa existência posterior, em contacto com as pessoas que prejudicou e em condições por ele mesmo escolhidas, que lhe facilitem provar às vítimas o desejo de lhes fazer tanto bem, quanto fora o mal que lhes fizera.
Nem todas as faltas ocasionam sempre um prejuízo direto e efetivo; neste caso, a reparação consiste em fazer-se o que não se havia feito, cumprindo-se os deveres descuidados e as missões não preenchidas; praticando-se o bem em compensação do mal praticado, isto é, tornando- se o indivíduo humilde se era orgulhoso, amável se austero, caritativo se egoísta, benévolo se malévolo, laborioso se preguiçoso, útil, sóbrio se dissoluto, trocando os maus por bons exemplos. É assim que progride o espírito, aproveitando o passado. (*)
A necessidade da reparação é um princípio de rigorosa justiça, que pode considerar-se verdadeira lei de reabilitação moral dos espíritos.
É uma doutrina que ainda nenhuma religião proclamou.`

Anular o mal apenas com o arrependimento. 
Algumas pessoas a repelem porque achariam mais cômodo apagar suas más ações com um simples arrependimento. São livres de se julgarem satisfeitas; mais tarde verão se isto lhes basta.
Perguntamos se este princípio não está consagrado pela lei humana e se a justiça de Deus é inferior à dos homens.
E bastaria que o indivíduo que houvesse arruinado outros por abuso de confiança, se dissesse infinitamente sentido?
Como deixar de lado uma obrigação que todo homem honrado tem o dever de cumprir na medida de suas forças?
Quando a perspectiva de reparação for inculcada na crença das massas, será um freio muito mais poderoso que o do inferno e das penas eternas, visto que se refere à atualidade da vida, e o homem compreenderá a razão de ser das penosas circunstâncias em que se encontra colocado.
(Nota de Allan Kardec)

A Filosofia Penal dos Espíritas - Fernando Ortiz 176
PENSE - Pensamento Social Espírita

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