quarta-feira, 29 de setembro de 2010

AVERSÃO AO ESPIRITISMO: MEDO

O terror da morte e dos mortos, provindo das mais remotas civilizações, e a introjeção desse terror, perdura até hoje em nossa cultura e responde pela maior parte das aversões ao Espiritismo.
A morte, por si mesma traumatizante, acrescida das cerimônias fúnebres de grande poder emocional.
Conta ainda com a influência arquetípica no inconsciente coletivo. Basta um ruído semelhante a gemido, um sopro frio na noite ou o ranger de uma trave para desencadear nos espíritos sensíveis introspectivas de fantasmas apavorantes.

Interesse do Espiritismo: Esclarecer

Se o Espiritismo se interessasse por esses efeitos, como querem os seus adversários interesseiros, poderia aproveitar esse pavor em benefício de sua propagação. Mas Kardec agiu em sentido contrário, verificando e classificando os fatos reais, distinguindo-os das impressões ocasionais e explicando-os à luz da razão e das conquistas científicas.
A importância das comunicações mediúnicas não está apenas no seu caráter probante, como acentuou Bozzano, mas também e sobretudo na sua expressão de solidariedade humana através da morte.
A seção da Revista Espírita intitulada Palestras Familiares de Além-Túmulo, oferece provas inegáveis da identidade espiritual dos comunicantes, mostrando a naturalidade com que os chamados mortos se manifestavam afirmando a sua sobrevivência plena no mundo espiritual.
Se Kardec se prendesse à fascinação dos fenômenos de efeitos físicos, o Espiritismo não levaria a dança das mesas além das conseqüências materiais que Galvani tirou da dança das rãs.

A lição dos "Mortos"

O fundamental da doutrina é a mensagem dos mortos, que através dela provam a continuidade do ser em outras dimensões da matéria e desvendam o segredo doloroso dos túmulos, das lápides frias que esmagaram para sempre vidas preciosas e sonhos de beleza eterna.
Além disso, a mensagem dos mortos restabelece a unidade humana rompida pela divisão dos homens em dois planos antagônicos, o dos que vivem uma vida efêmera esperando a morte e o dos que morreram e se transformaram em cinzas para sempre.
A vida humana seria apenas um lampejo ocasional de fogo fátuo sobre a terra, tragado pelos terrores de uma noite eterna.
As teologias do absurdo, na elaboração dos mitos terroristas do Inferno, do Diabo e das condenações eternas.

Herculano Pires – Evolução Espiritual do Homem

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