Capítulo 23
A Doutrinação
ConceitoDoutrinar é argumentar com lógica e com base no Evangelho, demonstrar que as atitudes incorretas prejudicam principalmente quem as praticam, levando o necessitado a modificar sentimentos cristalizados, destorcidos, errôneos.
O que faz a Doutrinação?
- Minorar sofrimentos;
- Confortar;
- Infundir esperanças
- Despertar a fé
A técnica de esclarecer Espíritos foi criada por Allan Kardec, em substituição às práticas bárbaras de exorcismo, muito usadas na Antiguidade. O mestre de Lion utilizou a doutrinação como forma de esclarecimento através de reunião mediúnica.
Para nosso conhecimento, colocou no Livro dos Espíritos [LE - qst 100 a 127], uma classificação se baseando no grau de imperfeições dos Espíritos ainda não vencidas e qualidades adquiridas; esclarecendo, contudo, que a classificação nada tem de absoluta, pois, de um grau a outro, a transição é insensível, que nos limites, as diferenças se apagam como nos reinos da natureza, nas cores do arco-íris.
Admite Kardec 3 grandes divisões:
1ª Ordem – Espíritos Puros
2ª Ordem – Espíritos Bons
3ª Ordem – Espíritos Imperfeitos
3ª Ordem - Espíritos Imperfeitos
No momento interessa-nos a 3ª ordem, pois na arte de doutrinar estaremos lidando com uma gama de Espíritos de hierarquias infelizes e diversas, sendo importante que tenhamos em mente que a doutrinação é um convite à transformação interior, um apelo à reflexão sobre os problemas de que o Espírito é portador. Vejamos as características desses Espíritos:
- Espíritos Imperfeitos
- Propensão ao mal
- Predominância da matéria
- Conhecimento limitado sobre a vida espiritual
a) Espíritos impuros: passam conceitos maldosos, insuflam a discórdia, usam de disfarces para melhor enganar. Suas comunicações revelam a baixeza de suas inclinações.
Fazem do mal o objeto de suas preocupações;
b) Espíritos pseudo-sábios: seus conceitos são uma mistura de verdades com erros absurdos. Neles prevalecem a inveja e a presunção;
c) Espíritos neutros: nem bons, nem maus, apegados às coisas do mundo (família, haveres, posses);
d) Espíritos levianos: metem-se em tudo e a tudo respondem. São mentirosos, inconsequentes, zombeteiros, fazem intrigas usando uma linguagem por vezes engraçada.
Esta escala nos oferece um quadro psicológico da pouca evolução espiritual dos homens.
Os Espíritos inferiores usam de artimanhas que nos iludem e se vangloriam quando o conseguem.
Os Espíritos levianos, irônicos, são talvez os mais difíceis para o diálogo. Vêm para provocar o doutrinador.
Necessárias a humildade e a paciência no trato com esses irmãos. Somente uma atitude muito serena pode desarmá-los.
Dialogar com os Espíritos que pedem espaço através da mediunidade com propostas iluminativas é, então, a arte de compreender os que ignoram o desequilíbrio em que de debatem.
Cabe ao doutrinador apontar-lhes o rumo, despertando-os para as verdades eternas, numa visão ampla da vida.
Cada doutrinação, face aos fatores que a motivam, tem características especiais, embora, genericamente sejam semelhantes.
Há que se levar em conta as resistências morais do comunicante, já que vem de desajustes vários.
O fundamental é despertá-lo para uma visão real da própria situação.
Ao considerarmos os casos mais comuns de manifestações, verificamos que os Espíritos comunicantes são de 2 categorias principais:
a) Os que comparecem espontaneamente obedecendo à própria vontade, atraídos por determinadas condições;
b) Os que são trazidos pelos mentores; são Espíritos perturbados, vingativos, habitantes de zonas purgatoriais.
A Necessidade da Doutrinação
Por que os Espíritos não são atendidos no plano espiritual?Por que precisam receber esclarecimento em sessão mediúnica?
Precisamos ressaltar que:
a) Os Espíritos são atendidos também no plano espiritual;
b) Nem todos estão em condições de serem socorridos ali, em virtude da grosseira materialidade que lhes flagela o campo mental tornando-os insensíveis à cooperação de entidades superiores.
Contato com o médium
O contato com a organização física do médium fa-los-á sentir mais intensamente a ajuda doutrinária e vibracional destinada ao reajuste. O fluido humano emanado do organismo do médium é-lhes e necessário ao equilíbrio.Léon Denis esclarece:
"Esses Espíritos perturbados pela morte, acreditam ainda muito tempo depois, pertencerem à vida terrestre. Não lhes permitindo seus fluidos grosseiros o entrarem em relação com Espíritos mais adiantados, são levados aos grupos de estudo para serem instruídos acerca de sua nova condição."
André Luiz adverte:
"São companheiros que trazem ainda a mente em teor vibratório idêntico ao da existência na carne. Na fase em que estagiam, mais depressa se ajustam com o auxílio dos encarnados, em cuja faixa de impressões ainda respiram."
Daí, desaparecerem as possíveis dúvidas quanto ao nosso dever de auxiliar o necessitado através do diálogo em um grupo mediúnico.
Continua na próxima aula.
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