quinta-feira, 26 de agosto de 2010

A EDUCAÇÃO DOS MÉDIUNS

Se é certo que todos temos possibilidades mediúnicas, também o é, que nem todos possuem faculdades suficientemente desenvolvidas para atuarem, dominantemente, no ambiente em que vivem, pois somente em determinada fase do desenvolvimento tal coisa é possível.
Até chegar a esse ponto são, pois, os médiuns, vítimas de inúmeras perturbações, mais que quaisquer outros.
Quando, afinal, atingem um certo grau de eficiência própria, com eclosão e o domínio das faculdades, seus organismos ficam sujeitos a um funcionamento psíquico complexo e delicado, que exige constantes cuidados. E, por outro lado, justamente porque entram em campo de trabalho coletivo, pelo exercício diário das faculdades, passam a sofrer tentações de toda espécie.
Em geral é muito descuidada a educação dos médiuns e ainda não se chegou no Espiritismo a um conhecimento seguro e esclarecido a respeito deste assunto.
De início não basta que se mandem os médiuns assistir sessões ou ler livros de doutrina, porque muitas vezes nessas sessões não encontram eles orientadores competentes, nem o ambiente saturado de pureza fluídica de que necessitam e, quanto à leitura, nem sempre ela lhes fornecerá os esclarecimentos indispensáveis, de forma objetiva, que sirva de norma prática de conduta pessoal.
Muito raramente os médiuns podem ser autodidatas; invariavelmente precisam de orientação e orientadores competentes; como quaisquer outros são discípulos que precisam de mestres. Em geral ao se entregarem ao desenvolvimento, ao invés de obterem alívio para suas perturbações, de ocorrência infalível, consolo para suas mágoas, esclarecimento para suas dúvidas, força para sua luta obscura, segurança para suas vidas, encontram muitas vezes o personalismo de uns, a ignorância de outros, e um conhecimento empírico ou falso, que ainda lhes envenena a alma com superstições grosseiras.
Quando precisariam ambientes claros e elevados, encontram muitas vezes atmosferas pesadas, hostís, de Espíritos inferiores que vêem ainda acrescentar influências perniciosas àquelas de que já eram vítimas e contra as quais, justamente, iam buscar auxílio.
É preciso, portanto, que somente frequentem sessões onde encontrem ambientes verdadeiramente espiritualizados, onde imperem as forças boas e onde as más, quando se apresentarem, possam ser dominadas.
E sessões desta natureza só podem existir onde haja, da parte de seus dirigentes, um objetivo elevado a atingir, fora do personalismo e da influência de interesses materiais, onde os dirigentes estejam integrados na realização de um programa elaborado ‘e executado em conjunto com entidades espirituais de hierarquia elevada.

Mediunidade
Edgar Armond

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