quarta-feira, 30 de junho de 2010

REUNIÕES PRIVATIVAS

1 - Por que alguns Centros Espíritas não realizam reuniões mediúnicas públicas?
Mais correto perguntar por que muitos as realizam. Pela sua própria natureza, envolvendo a necessidade de harmonização do ambiente, as reuniões mediúnicas devem ser privativas.

2 - O que é essa harmonização do ambiente?
Uma identidade de pensamentos em torno dos objetivos da reunião, buscando a comunhão com a espiritualidade. Isso exige familiaridade com o assunto, o que não se pode esperar de um participante eventual que compareça à reunião sem nenhuma noção sobre o intercâmbio.

3 - O que acontece se não há essa harmonização?
O médium terá dificuldade para captar o pensamento do Espírito comunicante; este terá dificuldade para exprimir-se. Possíveis benefícios a entidades sofredoras ficam prejudicados. E há, ainda, um problema: pessoas com desajustes espirituais podem produzir manifestações anímicas (de sua própria alma) ou de Espíritos em desequilíbrio, tumultuando o ambiente.

4 - Não se poderia conscientizar os frequentadores quanto à seriedade do assunto?
Uma reunião pública pode envolver dezenas de participantes, o que, em si, já é um entrave à harmonização. O outro problema é o ambiente heterogêneo. Neófitos, sem nenhum conhecimento sobre o intercâmbio, tendem a estranhar as manifestações. Não raro acham tudo ridículo e atrapalham ao invés de colaborar.

5 - Como encarar os Centros Espíritas que desenvolvem as reuniões mediúnicas públicas, alegando que são eficientes e ajudam muitas pessoas?
Talvez isso aconteça, eventualmente. Não obstante, devemos cogitar de dois princípios, em se tratando de Espiritismo. Primeiro, o cumprimento das orientações de Allan Kardec. Em O Livro dos Médiuns ele deixa bem claro que a pessoa deve se preparar para a reunião mediúnica, familiarizando-se com os fenômenos. Isso envolve tempo e dedicação ao estudo. O segundo é o empenho por otimizar a reunião.

6 - O que é otimizar?
Como o próprio termo sugere, seria tornar ótimo, fazer alcançar plenamente as finalidades. Uma reunião mediúnica pública pode estar beneficiando pessoas, mas com um potencial, digamos, de quarenta por cento.
Otimizar seria aproximar-se dos cem por cento. Isso somente será possível tornando-a privativa e reduzindo o número de participantes. Pessoal consciente, esclarecido, afinado com os objetivos do intercâmbio.

7 - Os Centros Espíritas que realizam reuniões mediúnicas públicas alegam que se as suprimirem perderão frequentadores, já que as pessoas querem mesmo é o contato com os Espíritos.
Se o Centro criar um serviço de atendimento fraterno, com entrevistas, encaminhamento ao passe magnético, trabalho de vibrações, orientação para leitura, cursos de Espiritismo e mediunidade, fatalmente a frequência tenderá a aumentar, não a diminuir. A experiência demonstra isso.

8 - Há médiuns de bom potencial que estão habituados a essa prática. Considerando seus méritos, não seria complicado impor-lhes mudanças?
Sem dúvida, e é preciso cuidado. Mas é possível amenizar o problema com uma reciclagem, envolvendo cursos e seminários, em que se enfatize a importância dessa disciplina. Sempre é mais fácil a renovação quando as pessoas são esclarecidas e preparadas.
Resumindo: mudemos a cabeça das pessoas antes de mudar o serviço que realizam.

Richard Simonetti

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