O amor não é coisa que se possa capturar e qualquer conceito pode explicá-lo,mas devemos tentar compreendê-lo.Penso apenas que o relacionamento feliz se torna possível para o ser humano de coração transformado,que entrou em contato com a paixão e foi além do fogo e das cinzas, mantido aí, pelo diálogo contínuo e por uma abertura para escutar.
Ser o que somos no amor, para permitir reciprocamente estar em uma atitude que é capaz de acolher e possibilitar o cultivo da troca comum e das sadias diferenças. Cabem, aqui, a flexibilidade e o perdão,pois o relacionamento está sempre em construção.Com efeito, não é fácil viver o amor.
Casais felizes encontram em suas raízes um ímpeto em direção ao céu,pois o encontro, guiado pela sintonia amorosa, é a continuação de um projeto já anteriormente definido.
Por isso,cultivá-lo não é simplesmente se empenhar em cuidar da partilha comum, estendida nas curtas e longas conversas, no beijo, no toque, mas também nas coisas simples, como a divisão das tarefas, o cuidado com os filhos, a composição entre receios e conquistas, o mútuo autoaprimoramento, as metas, os sonhos, porque tudo isso compõe a intimidade.
Aquele que se propõe, por amor, a partilhar a existência um com o outro, deve ser sempre um grande vigilante,disposto a prestar atenção.
Disponível ao diálogo e à escuta, porquanto é dessa concentração que será extraído o viver juntos.
Isso não se trata de esperança,porque o amor nasce de um encontro.
Seu cultivo, contudo, depende da renúncia, e do poder de tolerância, ou seja, necessita entender a carência e as imperfeições um do outro, devido a condição humana em evolução.
É fundamental a liberdade. Desse modo, se fará possível um relacionamento conservado no aberto e não reduzido a apetites de prazer, disputas, ciúmes, olhares endurecido; efeitos do egoísmo e do apego.
É fato: esse amor exige coragem, pressupõe vontade, alegria, o sabor de estar com alguém que, além da partilha cotidiana,deverão enfrentar as provas de crescimento para ambos.
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