Mas, ai de vós, ricos! Porque tendes vossa consolação no mundo. – Ai de vós que estais saciados, porque tereis fome. – Ai de vós que rides agora, porque sereis reduzidos ao pranto e às lágrimas. (SÃO LUCAS, 6:24-25).
Jesus, o mestre dos mestres, chamava a atenção das pessoas com alegorias que estimulavam um mergulho na reflexão para convertê-las em sabedoria e em comportamentos saudáveis que podem ser carregados eternamente por aqueles que aprendem a desfrutar das suas palavras.
Já é sabido que a posição financeira no mundo é transitória e que a verdadeira posse são os bens do espírito. Esses são os verdadeiros, são os que a ferrugem e os vermes não devoram nem os ladrões roubam, conforme assinalaria o Cristo.
As palavras do Mestre precisam ser lançadas para estudar o campo íntimo. Buscar o entendimento baseado em comportamentos e ações é o meio mais seguro para entender Jesus.
O termo saciado parece bem interessante neste contexto. Saciado é aquele que está plenamente satisfeito, farto e sente que não precisa de mais nada. É aquele estado de conformismo orgulhoso de quem pensa que já sabe de tudo e que todo conhecimento novo pode ser descartado. Evoluir, mudar e transformar são termos obsoletos que o saciado não utiliza.
Por trás das palavras do Mestre está o alerta sobre o risco que corremos ao aceitar plenamente que as coisas como estão nos bastam. A satisfação que imobiliza e acomoda não estimula a persistência nem a ousadia, pelo contrário, induz à permanência e à limitação, gerando no futuro pranto e lágrimas.
É preciso que se lembre de que as palavras pranto e lágrimas não estão colocadas para ameaçar e sim para demonstrar que o acomodado será movimentado pela vida e este movimento, convite à renovação, constantemente interpretado como dor e sofrimento, é extremamente útil e necessário para as leis da evolução.
Aprendemos com a Doutrina Espírita que estamos em processo evolutivo. Isso quer dizer que estamos aprendendo a explorar nossos potenciais, que ainda temos muito caminho pela frente e precisamos nos lançar na vida. Este modo de pensar contraria e provoca aqueles que se dizem saciados.
Sentir-se completo e terminado pode resultar em desânimo, falta de mobilidade, provoca cansaço e tédio. “Já que sempre fazemos as mesmas coisas e do mesmo jeito, não encontramos ânimo e vontade”
revista DELFOS – Ano IX – Edição2 – nº34
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